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05/03/2001
-
09h24
MARCELO VALLETTA
da Folha de S. Paulo
O Sepultura se sai bem na prova do segundo disco. Segundo? "Nation" é o nono disco da banda, mas é o segundo com o vocalista americano Derrick Green, escolhido para a dura tarefa de substituir Max Cavalera.
Se a mudança de vocalista é a que mais costuma afetar a personalidade de uma banda, no caso do Sepultura o estranhamento não é tão grande. Green também consegue soltar gritos guturais como Max, mas sabe adicionar novidades ao estilo já consagrado do grupo. E, desta vez, em número bem maior que no CD anterior.
Green mostra o diferencial de sua voz, que por vezes chega a soar suave (!!!) em "Border Wars", "One Man Army" e "The Ways of Faith" ou em tons bastante graves, como em "Vox Populi" e "Uma Cura". Ponto para ele, que firma lugar na banda.
Da guitarra de Andreas Kisser, do baixo de Paulo Jr. e da bateria de Igor Cavalera, os fãs já sabem o que esperar. A banda continua a investir no som grave e pesado, que é sua característica básica, mas não deixa de experimentar, principalmente com as guitarras -vide o início de "Border Wars" e "Vox Populi"- e a percussão.
Esta última deixa um pouco de lado as experiências com ritmos brasileiros de "Chaos A. D." (1993) e "Roots" (1996) -algo do tipo surge em "Saga" e em "Tribe to a Nation", sutilmente-, mas continua como o principal destaque do som do Sepultura.
O grupo também investe no hardcore, em duas pauladas com menos de um minuto de duração, "Revolt" e "Human Cause" -esta com participação de Jamey Jasta, vocalista do Hatebreed-, que lembram os Ratos de Porão.
Entre os acréscimos de destaque estão a participação de Jello Biafra -que já havia colaborado com a letra de "Biotech Is Godzilla", de "Chaos A. D."-, cantando em "Politricks", e a do reggaeman Dr. Israel, em "Tribe to a Nation".
Mas a banda, sabiamente, guarda para o final do disco os momentos mais impressionantes. "Water" é uma espécie de balada grave e tensa, com destaque para a percussão e a voz de Green. E a instrumental "Valtio" -"união" em finlandês-, que traz o quarteto de cordas Apocalyptica, que ficou célebre ao adaptar músicas de heavy metal para o erudito.
Ainda está difícil para o Sepultura suplantar suas obras-primas, "Chaos A. D." e, principalmente, "Roots", mas "Nation" informa que o maior grupo de rock pesado do Brasil ainda está de pé.
CD: Nation
Artista: Sepultura
Lançamento: Sum Records
Quanto: R$ 25, em média
Crítica: Sepultura passa na prova do segundo disco
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da Folha de S. Paulo
O Sepultura se sai bem na prova do segundo disco. Segundo? "Nation" é o nono disco da banda, mas é o segundo com o vocalista americano Derrick Green, escolhido para a dura tarefa de substituir Max Cavalera.
Se a mudança de vocalista é a que mais costuma afetar a personalidade de uma banda, no caso do Sepultura o estranhamento não é tão grande. Green também consegue soltar gritos guturais como Max, mas sabe adicionar novidades ao estilo já consagrado do grupo. E, desta vez, em número bem maior que no CD anterior.
Green mostra o diferencial de sua voz, que por vezes chega a soar suave (!!!) em "Border Wars", "One Man Army" e "The Ways of Faith" ou em tons bastante graves, como em "Vox Populi" e "Uma Cura". Ponto para ele, que firma lugar na banda.
Da guitarra de Andreas Kisser, do baixo de Paulo Jr. e da bateria de Igor Cavalera, os fãs já sabem o que esperar. A banda continua a investir no som grave e pesado, que é sua característica básica, mas não deixa de experimentar, principalmente com as guitarras -vide o início de "Border Wars" e "Vox Populi"- e a percussão.
Esta última deixa um pouco de lado as experiências com ritmos brasileiros de "Chaos A. D." (1993) e "Roots" (1996) -algo do tipo surge em "Saga" e em "Tribe to a Nation", sutilmente-, mas continua como o principal destaque do som do Sepultura.
O grupo também investe no hardcore, em duas pauladas com menos de um minuto de duração, "Revolt" e "Human Cause" -esta com participação de Jamey Jasta, vocalista do Hatebreed-, que lembram os Ratos de Porão.
Entre os acréscimos de destaque estão a participação de Jello Biafra -que já havia colaborado com a letra de "Biotech Is Godzilla", de "Chaos A. D."-, cantando em "Politricks", e a do reggaeman Dr. Israel, em "Tribe to a Nation".
Mas a banda, sabiamente, guarda para o final do disco os momentos mais impressionantes. "Water" é uma espécie de balada grave e tensa, com destaque para a percussão e a voz de Green. E a instrumental "Valtio" -"união" em finlandês-, que traz o quarteto de cordas Apocalyptica, que ficou célebre ao adaptar músicas de heavy metal para o erudito.
Ainda está difícil para o Sepultura suplantar suas obras-primas, "Chaos A. D." e, principalmente, "Roots", mas "Nation" informa que o maior grupo de rock pesado do Brasil ainda está de pé.
CD: Nation
Artista: Sepultura
Lançamento: Sum Records
Quanto: R$ 25, em média
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