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14/06/2000 - 05h15

Crítica: Pena que você não verá "Small Time Crooks", novo filme de Woody Allen

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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S. Paulo, em Nova York

Parabéns, distribuidor brasileiro, você conseguiu de novo: "Small Time Crooks" já é o terceiro filme de Woody Allen na fila sem previsão de estréia no país. Meus pêsames, espectador brasileiro: você está sendo privado de um dos filmes mais engraçados dos últimos tempos, e não há nada que se possa fazer...

Primeiro foi "Celebrity", de 1998, um excelente "La Dolce Vita" do diretor nova-iorquino, mas parece que nem a presença do astro Leonardo DiCaprio no elenco sensibilizou os donos da bola no Brasil. (Este, pelo menos, você já pode pedir em vídeo pelo site www.amazon.com)

Depois, a obra-prima "Sweet and Lowdown" (1999), em que Woody Allen faz sua primeira "cinebiografia", com o detalhe de que o personagem principal é inventado por ele mesmo, embora seja uma homenagem a alguns músicos de jazz dos anos 30, especialmente o guitarrista cigano Django Reinhardt.

Valeu a Sean Penn uma mais do que merecida indicação ao Oscar de melhor ator deste ano, mas nem assim...

Agora, com "Small Time Crooks" (Trapaceiros de Meia-Tigela), ainda em cartaz em Nova York, Woody Allen faz as pazes com o sucesso e com o humor rasgado dos tempos de seus "Um Assaltante Bem Trapalhão" e "Bananas", quando ele ainda não tinha visto todos os títulos de Ingmar Bergman três vezes cada um, frente e verso.

No filme, que arrecadou US$ 3,9 milhões só no fim-de-semana de estréia, Woody Allen é Ray, um ex-preso casado com a ex-stripper Frenchy (Tracey Ullman), que tem uma idéia genial para ambos mudarem de vida: alugar uma loja vazia ao lado de um banco, fazer um túnel e roubar o dinheiro do cofre.

Ray reúne no subsolo seus amigos, uma turma de perdedores que lembra os irmãos Marx, e coloca sua mulher e a prima dela para fazerem e venderem biscoito no andar de cima.

Acontece que os ladrões de meia-pataca cavam o túnel na direção errada e não conseguem roubar nada.

Enquanto isso, porém, a loja de biscoitos da mulher vira um sucesso nacional, e o bando fica rico mesmo assim.

Com o dinheiro no banco, a dupla se transforma no casal emergente do momento _e é aí que o filme cresce.

Enquanto Ray só quer assistir beisebol na TV, tomar cerveja e vestir as roupas mais hilariantemente cafonas que o cinema já mostrou, Frenchy quer cultura, quer se "ilustrar".

Para isso, adota o canalha refinado David (Hugh Grant, mais uma vez no papel de Hugh Grant), que vai levá-la a museus, jantares, concertos e arrancar dela tudo o que conseguir.

Não dá para contar o final sem estragar tudo, mas dá para dizer que é uma comédia como há muito tempo não se via _leve, ingênua, simples.

Você, caro leitor, não poderá vê-la por enquanto: os distribuidores têm de guardar as salas para exibir "Vovó...zona".

Small Time Crooks
Direção: Woody Allen
Produção: EUA, 2000
Com: Woody Allen, Tracey Ullman, Hugh Grant, Jon Lovitz, Michael Rapaport e outros

Leia também:
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