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09/03/2001 - 04h32

Paiva vê a crise dos casamentos em "Mais-Que-Imperfeito"

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da Folha de S.Paulo

A crise dos casamentos modernos é o tema da nova peça do escritor Marcelo Rubens Paiva, que estréia hoje às 21h, no teatro Leblon, no Rio.
Em "Mais-Que-Imperfeito", os protagonistas Kito e Aline vivem num tormento conjugal marcado pela troca de papéis. Enquanto ele decora o apartamento e cozinha, é ela quem trabalha fora e sustenta a casa.

A peça, segundo o diretor Rafael Ponzi, é o retrato dos relacionamentos contemporâneos, pautados pela perplexidade do homem com relação à independência da mulher. "Nos últimos 30 anos a mulher evoluiu muito rapidamente, e os homens ficaram espantados, não conseguiram acompanhar", afirma Ponzi.

Para o diretor, "Mais-Que-Imperfeito" é uma "comédia pessimista", na qual não há saídas.

Kito (Antonio Gonzalez) é a encarnação do "homem feminino", sensível, que quer ter filhos. Aline (Clara Garcia) é o exemplo da mulher independente, obcecada pelo sucesso profissional.

Quando chega em casa, cansada, depois do trabalho, Aline só pensa em se distrair assistindo à televisão. Kito reclama que a mulher põe os pés no sofá, não fecha a pasta de dente e implora por sua atenção.

Kito não tem emprego fixo e faz bicos como músico, em bares da cidade. Aline, médica ambiciosa, ganha mais do que ele e banca as despesas do apartamento.

O casal de protagonistas tem como vizinho o solteirão Rui (Tato Gabus Mendes), um professor de inglês mulherengo que, no fundo, busca a parceira ideal.

O cotidiano dos três sofre uma reviravolta com a chegada de Laura (Ingra Liberato), uma médica sedutora, que vai trabalhar no mesmo hospital de Aline.

Ela vem da Itália e reencontra Kito, com quem teve um namoro durante a adolescência. O músico tenta reatar o romance com a "ex" para fugir do casamento infeliz. Mas Rui, o vizinho "galinha", também entra na disputa e dará em cima de Laura.

Marcelo Rubens Paiva afirma que a peça é autobiográfica. "Fui casado duas vezes com mulheres moderninhas. Como escritor, eu ficava em casa, fazia compras no supermercado, escolhia o tapete para a casa e sabia o detergente certo para usar. Temos que rir das coisas que não dão certo.
A coisa mais rara hoje em dia é encontrar um casal casado", diz o escritor.

O diretor Rafael Ponzi também vê semelhanças entre sua vida pessoal e as situações da peça. "Sou um homem que me separei há dez anos e fiz várias tentativas com outras mulheres que nunca deram certo. Acho que ficamos mais velhos e cheios de mania", diz o diretor, de 45 anos.

Essa é a segunda parceria de Ponzi com Marcelo Rubens Paiva, colaborador da Folha, de quem já dirigiu a peça "Da Boca pra Fora - E Aí, Comeu?" (99).

"Mais-Que-Imperfeito", afirma Marcelo Rubens Paiva, é a segunda peça de uma trilogia, que começou com "Da Boca pra Fora", na qual homens falavam de mulheres, e terminará com "Closet Show", que acaba de ser concluída. "Nessa peça, as mulheres é que vão falar dos homens", adianta o escritor.

A estréia nacional de "Mais-Que-Perfeito" foi em janeiro, em Salvador, onde a peça ficou em cartaz por quatro semanas. No Rio, ela ocupará a sala Marília Pêra do teatro Leblon por dois meses e meio. Depois irá para São Paulo e, em seguida, entra em turnê por cidades do interior do Brasil.
(CRISTIAN KLEIN)

Peça: Mais-Que-Imperfeito
Quando: qui. a sáb., às 21h, e dom., às 20h. Até 13 de maio
Onde: teatro Leblon (r. Conde de Bernadotte, 26, 0/xx/21/511-2791)
Quanto: R$ 20 e R$ 25 (sáb.)
 

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