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13/03/2001
-
04h16
da Folha de S.Paulo
Mario Civelli, que segundo sua filha Patricia havia trabalhado na Itália com Federico Fellini e Mario Monicelli, veio ao Brasil em 1946 em busca de locações para uma produção italiana sobre Anita Garibaldi. O filme não saiu e Civelli resolveu ficar por aqui.
Depois de dirigir o longa-metragem "Luar do Sertão" (1949) e trabalhar como diretor de produção da companhia paulista Maristela, montou em 1952 sua própria produtora, a Multifilmes, em sociedade com o milionário Anthony Assunção.
A nova produtora construiu seu estúdio em um terreno de 50 mil metros quadrados em Mairiporã, na Grande São Paulo.
O complexo incluía, além dos estúdios propriamente ditos, laboratório de som, restaurante, escritórios e uma fábrica de refletores com 200 empregados.
De acordo com Patricia Civelli, o estúdio "continua de pé". Sua idéia é reivindicar o tombamento dos edifícios e sua transformação em Museu do Cinema. Segundo ela, estrearam no cinema em produções de Civelli inúmeros atores consagrados, como Sérgio Brito, Ítalo Rossi e Eva Wilma.
Até o ator Glenn Ford chegou a filmar na companhia, numa co-produção com a empresa norte-americana Robert Stillman Productions. Tratava-se do faroeste "O Americano", de Bud Boetticher, que não chegou a ser concluído por desentendimentos entre as produtoras.
A primeira produção da Multifilmes foi "Modelo 19" (ou "A Ponte da Esperança"), drama sobre imigrantes que tinha no elenco José Mauro de Vasconcelos (antes de se tornar escritor de sucesso com "Meu Pé de Laranja Lima"), ganhador do prêmio de melhor ator no Festival Internacional de São Paulo.
Outras curiosidades eram o roteiro de Millôr Fernandes, com o pseudônimo de Vão Gogo, e a presença de Waldemar Seyssel (o palhaço Arrelia) num papel sério.
A Multifilmes produziu uma dúzia de longas-metragens, mas durou pouco.
Em meados da década de 50, abalada pelos altos custos de "Destino em Apuros" (seis milhões de cruzeiros) e pela interrupção da produção de "O Americano", a companhia iniciou, segundo o pesquisador José Inácio de Melo Souza, um processo de liquidação e seus estúdios de Mairiporã ficaram esquecidos.
A própria Patricia Civelli só descobriu recentemente que eles continuavam de pé.
(JGC)
Estúdio da Multifilmes ainda existe em Mairiporã
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Mario Civelli, que segundo sua filha Patricia havia trabalhado na Itália com Federico Fellini e Mario Monicelli, veio ao Brasil em 1946 em busca de locações para uma produção italiana sobre Anita Garibaldi. O filme não saiu e Civelli resolveu ficar por aqui.
Depois de dirigir o longa-metragem "Luar do Sertão" (1949) e trabalhar como diretor de produção da companhia paulista Maristela, montou em 1952 sua própria produtora, a Multifilmes, em sociedade com o milionário Anthony Assunção.
A nova produtora construiu seu estúdio em um terreno de 50 mil metros quadrados em Mairiporã, na Grande São Paulo.
O complexo incluía, além dos estúdios propriamente ditos, laboratório de som, restaurante, escritórios e uma fábrica de refletores com 200 empregados.
De acordo com Patricia Civelli, o estúdio "continua de pé". Sua idéia é reivindicar o tombamento dos edifícios e sua transformação em Museu do Cinema. Segundo ela, estrearam no cinema em produções de Civelli inúmeros atores consagrados, como Sérgio Brito, Ítalo Rossi e Eva Wilma.
Até o ator Glenn Ford chegou a filmar na companhia, numa co-produção com a empresa norte-americana Robert Stillman Productions. Tratava-se do faroeste "O Americano", de Bud Boetticher, que não chegou a ser concluído por desentendimentos entre as produtoras.
A primeira produção da Multifilmes foi "Modelo 19" (ou "A Ponte da Esperança"), drama sobre imigrantes que tinha no elenco José Mauro de Vasconcelos (antes de se tornar escritor de sucesso com "Meu Pé de Laranja Lima"), ganhador do prêmio de melhor ator no Festival Internacional de São Paulo.
Outras curiosidades eram o roteiro de Millôr Fernandes, com o pseudônimo de Vão Gogo, e a presença de Waldemar Seyssel (o palhaço Arrelia) num papel sério.
A Multifilmes produziu uma dúzia de longas-metragens, mas durou pouco.
Em meados da década de 50, abalada pelos altos custos de "Destino em Apuros" (seis milhões de cruzeiros) e pela interrupção da produção de "O Americano", a companhia iniciou, segundo o pesquisador José Inácio de Melo Souza, um processo de liquidação e seus estúdios de Mairiporã ficaram esquecidos.
A própria Patricia Civelli só descobriu recentemente que eles continuavam de pé.
(JGC)
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