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15/03/2001
-
04h53
CRISTINA GRILLO, da Folha de S.Paulo
Paris, 1900. Às vésperas da virada do século, a capital francesa vive um período de grande efervescência cultural e de mudanças estéticas. Renoir e Cézanne fazem experiências com cores, a art nouveau serve de inspiração para joalheiros como Boucheron e Jacqueau, e Emile Gallé cria suas obras-primas em vidro.
A criação artística francesa do período é o tema da exposição "Paris, 1900", que será apresentada no Brasil em maio de 2002.
Montada a partir do acervo do Petit Palais -o Museu de Belas Artes da Cidade de Paris-, a exposição passará por São Paulo (Masp) e Rio (em local ainda a ser definido).
"Vamos aproveitar o período em que o museu está fechado para reformas para mostrar parte de nosso acervo no Brasil. É uma oportunidade de retribuir os brasileiros, que nos emprestaram obras riquíssimas para a exposição do barroco", diz Gilles Chazal, diretor do Petit Palais, referindo-se à mostra "Brasil Barroco - Entre Céu e Terra", que ocupou o museu entre novembro de 1999 e fevereiro de 2000.
Chazal explica que a seleção de obras para a exposição "Paris, 1900" irá privilegiar o período compreendido entre 1895 e 1912.
"Durante esse período, Paris espalhava arte. A nossa intenção principal é mostrar as mudanças que aconteceram na época, não só na pintura, mas também na escultura e na criação de objetos de arte, como as jóias", diz o diretor do Petit Palais.
A previsão é de que a exposição seja composta por cerca de 130 obras, selecionadas entre as pouco mais de 40 mil que fazem parte do acervo da instituição.
O conceito que norteia as escolhas é montar um panorama da riqueza da vida artística do período, mostrando a complexidade e a evolução dos estilos artísticos a partir do trabalho de personalidades da época.
Ainda não há uma listagem final do que virá ao Brasil, mas Chazal e Françoise Marquet, da equipe de museólogos do Petit Palais e curadora da mostra brasileira, já definiram alguns dos carros-chefes de "Paris, 1900".
Um deles é a tela "Retrato de Ambroise Vollard", pintada por Paul Cézanne (1839-1906) em 1899. Outro trabalho que Chazal e Marquet pretendem trazer ao Brasil é o quadro "Retrato de Sarah Bernhardt", pintado em 1876 por Georges Clairin (1843-1919).
A tela, de grandes dimensões -mede 2,5 m x 2 m-, saiu pouquíssimas vezes do Petit Palais. "Recebemos vários pedidos de empréstimo, mas, como ela é muito grande, há dificuldades de transporte", diz Chazal.
"Paris, 1900" terá um módulo dedicado a objetos e jóias em estilo art nouveau, produzidos no período. Vasos de Gallé, jóias e croquis de Boucheron e de Charles Jacquot -principal colaborador de Cartier nos primeiros anos do século 20- e esculturas de Jean Carries estarão nesse módulo.
Há também a intenção de trazer ao Brasil pelo menos um trabalho de Renoir (1841-1919), um de Toulouse Lautrec (1864-1901) e uma escultura de Rodin (1840-1917).
"Paris, 1900" terá duas versões diferentes. A mais simples passará por São Paulo, Rio e Buenos Aires. Uma versão mais completa irá para Bruxelas.
De acordo com Chazal, a diferença entre as exposições se explica pela dificuldade de transportar as obras de grandes dimensões para a América do Sul. "Para Bruxelas podemos mandar os trabalhos por caminhão, o que facilita os empréstimos", explica.
Os módulos que mostrarão gravuras e desenhos também serão diferentes. Segundo o diretor do Petit Palais, a legislação que rege o empréstimo de obras de arte na França restringe a cessão deste tipo de trabalho, por causa de sua fragilidade. Gravuras e desenhos só podem ser emprestados por três meses a cada três anos.
"Mas isso não significa que não mandaremos gravuras e desenhos para o Brasil. Significa apenas que os trabalhos serão diferentes dos que serão vistos pelos belgas", afirma.
SP e Rio recebem mostra "Paris, 1900" em 2002
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Paris, 1900. Às vésperas da virada do século, a capital francesa vive um período de grande efervescência cultural e de mudanças estéticas. Renoir e Cézanne fazem experiências com cores, a art nouveau serve de inspiração para joalheiros como Boucheron e Jacqueau, e Emile Gallé cria suas obras-primas em vidro.
A criação artística francesa do período é o tema da exposição "Paris, 1900", que será apresentada no Brasil em maio de 2002.
Montada a partir do acervo do Petit Palais -o Museu de Belas Artes da Cidade de Paris-, a exposição passará por São Paulo (Masp) e Rio (em local ainda a ser definido).
"Vamos aproveitar o período em que o museu está fechado para reformas para mostrar parte de nosso acervo no Brasil. É uma oportunidade de retribuir os brasileiros, que nos emprestaram obras riquíssimas para a exposição do barroco", diz Gilles Chazal, diretor do Petit Palais, referindo-se à mostra "Brasil Barroco - Entre Céu e Terra", que ocupou o museu entre novembro de 1999 e fevereiro de 2000.
Chazal explica que a seleção de obras para a exposição "Paris, 1900" irá privilegiar o período compreendido entre 1895 e 1912.
"Durante esse período, Paris espalhava arte. A nossa intenção principal é mostrar as mudanças que aconteceram na época, não só na pintura, mas também na escultura e na criação de objetos de arte, como as jóias", diz o diretor do Petit Palais.
A previsão é de que a exposição seja composta por cerca de 130 obras, selecionadas entre as pouco mais de 40 mil que fazem parte do acervo da instituição.
O conceito que norteia as escolhas é montar um panorama da riqueza da vida artística do período, mostrando a complexidade e a evolução dos estilos artísticos a partir do trabalho de personalidades da época.
Ainda não há uma listagem final do que virá ao Brasil, mas Chazal e Françoise Marquet, da equipe de museólogos do Petit Palais e curadora da mostra brasileira, já definiram alguns dos carros-chefes de "Paris, 1900".
Um deles é a tela "Retrato de Ambroise Vollard", pintada por Paul Cézanne (1839-1906) em 1899. Outro trabalho que Chazal e Marquet pretendem trazer ao Brasil é o quadro "Retrato de Sarah Bernhardt", pintado em 1876 por Georges Clairin (1843-1919).
A tela, de grandes dimensões -mede 2,5 m x 2 m-, saiu pouquíssimas vezes do Petit Palais. "Recebemos vários pedidos de empréstimo, mas, como ela é muito grande, há dificuldades de transporte", diz Chazal.
"Paris, 1900" terá um módulo dedicado a objetos e jóias em estilo art nouveau, produzidos no período. Vasos de Gallé, jóias e croquis de Boucheron e de Charles Jacquot -principal colaborador de Cartier nos primeiros anos do século 20- e esculturas de Jean Carries estarão nesse módulo.
Há também a intenção de trazer ao Brasil pelo menos um trabalho de Renoir (1841-1919), um de Toulouse Lautrec (1864-1901) e uma escultura de Rodin (1840-1917).
"Paris, 1900" terá duas versões diferentes. A mais simples passará por São Paulo, Rio e Buenos Aires. Uma versão mais completa irá para Bruxelas.
De acordo com Chazal, a diferença entre as exposições se explica pela dificuldade de transportar as obras de grandes dimensões para a América do Sul. "Para Bruxelas podemos mandar os trabalhos por caminhão, o que facilita os empréstimos", explica.
Os módulos que mostrarão gravuras e desenhos também serão diferentes. Segundo o diretor do Petit Palais, a legislação que rege o empréstimo de obras de arte na França restringe a cessão deste tipo de trabalho, por causa de sua fragilidade. Gravuras e desenhos só podem ser emprestados por três meses a cada três anos.
"Mas isso não significa que não mandaremos gravuras e desenhos para o Brasil. Significa apenas que os trabalhos serão diferentes dos que serão vistos pelos belgas", afirma.
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