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26/01/2001 - 14h45

'Náufrago' afunda em minutos de sobra

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da Folha de S.Paulo

Se tivesse 50 minutos, seria empolgante. Com 100, ficaria de bom tamanho. Mas "Náufrago" tem 143 minutos, sem que exista motivo razoável para isso.

O diretor Robert Zemeckis ("De Volta para o Futuro", "Forrest Gump") diria que procurou transmitir uma idéia mais precisa da solidão, tema principal do filme, espichando o tempo em que o protagonista vive isolado em uma ilha do Pacífico.

A intenção pode ser boa, mas o resultado apenas reforça a impressão de que superproduções americanas vêm esticando a duração para justificar o dinheiro gasto (o enxuto 'X-Men - O Filme' seria uma das poucas exceções à regra). Se alguém tem o que comemorar, são os fãs de Tom Hanks _que já havia aparecido recentemente em boa parte das três horas de "À Espera de um Milagre".

"Náufrago" lhe valeu o Globo de Ouro e renderá provavelmente a sua quinta indicação ao Oscar (que recebeu por "Filadélfia" e "Forrest Gump"). Aqui, não há espaço para que mais ninguém brilhe. Ele segura a peteca no ar o tempo todo como um jovem executivo, obcecado por trabalho, que o destino obriga a tirar férias forçadas.

O carisma de Hanks e a competência técnica de Zemeckis levam o filme a cumprir aquilo a que se propõe _infelizmente, nada muito além do que já se leu e viu na linha "Robinson Crusoé", clássico de Daniel Defoe. A novidade de "Náufrago" tem pouco a ver com cinema: o filme é na verdade um enorme comercial de uma empresa de entregas expressas. Ou: "Merchandising - A Nova Geração".
 

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