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22/03/2001 - 04h55

"Blackbird" de Paul McCartney canta no Brasil em maio

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FRANCESCA ANGIOLILLO, da Folha de S.Paulo

O melro de Paul McCartney já tem onde pousar para dar seus arrulhos em português.

O primeiro livro de poemas do ex-beatle, "Blackbird Singing: Lyrics and Poems, 1965-1999", que acaba de sair no Reino Unido (Faber and Faber, 164 págs., cerca de R$ 44,90), teve seus direitos para o português comprados pela Geração Editorial. A edição, bilíngue, será lançada na Bienal do Livro, em maio, no Rio.

O editor da Geração, Luiz Fernando Emediato, se admira de a Faber ter aceito de cara a proposta de adiantamento que ele fez: US$ 2.500. Como este custo não foi tão alto -ele pagou há pouco US$ 10 mil por um romance histórico ainda inacabado-, estima que o livro saia ao consumidor por um preço entre R$ 20 e R$ 26.

O editor agora espera a resposta ao convite para que McCartney venha autografar a versão nacional -que manterá a capa criada pelo ex-beatle e o título em inglês, traduzido em letras menores para algo como "O Canto do Melro".

A tradução é do mineiro Márcio Borges, 55. Apesar de se dizer "diletante" no ofício, conta que fazia traduções antes de letras. "Sempre fui considerado parceiro do Milton (Nascimento), o cara do Clube da Esquina, mas é uma das coisas mais velhas que faço."

Após traduzir os 97 textos (veja um ao lado), resolveu "topar o desafio" de fazer versões de dez das letras do volume -ou seja, verter as letras para que, em português, se encaixem na melodia original.

Deixa claro, porém, que se obrigou a ser "absolutamente fiel" a McCartney. "Não é, por exemplo, traduzir "Penny Lane" por "meu amor" para caber na música."

"Mas não é um livro para ser cantado. Fiz as versões porque muitos fãs aqui não sabem inglês suficiente para entender o sabor local, o cotidiano nas letras."

A julgar pela recepção nos jornais ingleses, Borges -que considera os poemas "singelos" e "surpreendentes"- foi sábio.

"Letras com música podem ter o efeito de um poema. Isso não faz de letras poemas", diz crítica no "The Independent", que dispara: "Desconhecendo a autoria, você mandaria os textos diretamente para a pilha dos rejeitados".

"O fato de que Adrian Mitchell (editor do livro) tenha tido de convencer McCartney a incluir as letras me assusta; sem elas, o livro seria uma caricatura", diz o "The Guardian", que metralha, sem dó: "A única razão pela qual encorajaria as pessoas a comprarem este livro é a possibilidade de que a Faber use parte do lucro para publicar poetas significativos".

Outro texto do mesmo "Guardian" compara os poemas a "esboços". "Como seria de esperar do primeiro volume de um poeta aspirante (à parte o fato de que o poeta foi um compositor magistral por quatro décadas)".
 

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