Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/03/2001 - 04h58

"O Branco" é o melhor filme da seleção do programa Curta 2000

Publicidade

JOSÉ GERALDO COUTO, da Folha de S.Paulo

Um dos mais delicados curtas-metragens brasileiros dos últimos tempos, "O Branco" (2000), que recebeu menção honrosa no Kinderfilmfestival do último Festival de Berlim, está em cartaz em São
Paulo até 5 de abril.

O filme de Liliana Sulzbach e Angela Pires faz parte do programa Curta 2000 -da mostra Curta Petrobras às Seis-, exibido às 18h no Espaço Unibanco.

Os outros três curtas são "Retrato do Artista com um 38 na Mão" (1999), de Paulo Halm, "Tepê" (1999), de José Eduardo Belmonte, e "Cabeça de Copacabana" (2000), de Rosane Svartman.

Em "O Branco", Fredi, um menino cego de 12 anos, vai diariamente de ônibus com a mãe a um parque de Porto Alegre. Fica sentado sozinho num banco enquanto a mãe telefona, perto dali.

Um dia, é abordado por uma garota da sua idade, e eles ficam amigos. A mãe, contrariada, cancela o passeio do dia seguinte. Fredi decide ir escondido de ônibus.

A odisséia desse menino perdido em meio aos mil perigos da metrópole é o
que o filme tem de melhor, graças a uma decupagem enxuta e uma primorosa edição de som. Igualmente notável é a interpretação contida e nuançada do garoto Francisco Milanez.

Os outros curtas são bons, mas não se realizam por completo.
"Tepê", que pode ser definido como uma "comédia metafísica", parte de idéia promissora: ao tomar um táxi diante de um bar, um incréu (Murilo Grossi) embarca sem saber numa viagem ao além.

O filme ganhou os prêmios de roteiro e ator (Rogério Fróes, o motorista do táxi) no penúltimo Festival de Brasília. Seu único problema é a queda de ritmo, motivada pela duração excessiva e por alguns diálogos dispersivos.

Em compensação, cria de forma convincente um espaço ficcional que entrelaça o sobrenatural e o mais banal cotidiano.

"Retrato do Artista com um 38 na Mão" tem a curiosidade de contar com o cineasta Ruy Guerra como protagonista. Ele vive um pintor em crise de criação e obcecado pela idéia da morte.

Ancorado na interpretação intensa de Guerra, com decupagem de muitos closes e ambientação soturna, o filme tenta comunicar uma sensação de pesadelo, mas soa artificial. Falta-lhe algo que costuma sobrar nos outros roteiros e filmes do diretor Paulo Halm: o humor.

Humor, aliás, é o trunfo maior de "Cabeça de Copacabana", em que um homem (Hugo Carvana) é enterrado de brincadeira pelos filhos na praia e não consegue mais sair, ficando só sua cabeça para fora da areia. Essa situação surrealista é prejudicada pela idéia de colocar discursos sobre o país na boca do enterrado.

Curta Petrobras às Seis - Curta 2000
Quando:
até 5 de abril, às 18h
Onde: Espaço Unibanco de Cinema (r. Augusta, 1475, tel. 0/xx/11/287-5590)
Quanto: entrada franca
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página