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16/06/2000 - 04h11

Música marca ritmo do Bloomsday 2000 em evento em SP

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ROGÉRIO EDUARDO ALVES
da Folha de S. Paulo

Hoje é dia 16 de junho. Bloomsday. Em português: o dia de Bloom, de Leopold Bloom. Dia em que esse personagem urbano do escritor irlandês James Joyce (1882-1941) saiu por Dublin, lá no ano de 1904, num périplo heróico em uma época sem heróis.

A aventura está narrada no romance "Ulisses" (1922). As quase 18 horas que conhecemos da vida do personagem são celebradas até hoje ao redor de todo o mundo. Não se sabe ao certo quando tiveram início as festividades, mas Joyce, ele mesmo, participou de algumas.

Na Irlanda, dublinenses e turistas seguem os passos do herói pela cidade. A figura de Bloom ganhou contornos nacionais, e as comemorações passaram a evocar a arte e a cultura irlandesas.

Em São Paulo, o Bloomsday já é um evento tradicional e chega, neste ano, à 13ª edição. Com destaque para a comemoração dos cem anos da morte de outro irlandês: Oscar Wilde.

Sempre com algumas novidades, o último Bloomsday paulista do século dará destaque à música.

Os frequentadores da homenagem a Joyce receberão um livro comemorativo acompanhado do CD "Irish Dreams", com músicas tradicionais que se relacionam, de alguma forma, com a obra joyceana ou com a história do país.

São 11 faixas da doce melodia das canções irlandesas. Nove com gravações inéditas de canções recuperadas do cancioneiro popular e duas com leituras de trechos de obras de James Joyce.

Marcelo Tápia, poeta, editor e um dos organizadores do evento, conta que pesquisou velhos registros das partituras e das gravações de canções tradicionais que fossem representativas da história irlandesa e da obra joyceana.

O disco reúne releituras de antigas músicas feitas à luz de sintetizadores e de delicados arranjos ao violão e ao piano.

Destaca-se a bem-humorada releitura da balada americano-irlandesa "Finnegan's Wake" (chamada no CD de "O Velório do Finnicius"), que deu origem ao romance homônimo.

Na segunda parte do CD, a voz de Bete Coelho cria uma apaixonante Molly Bloom, no monólogo final de "Ulisses".

O espaço servirá também a atores que farão leituras dramáticas. Entre as atrações, está a declamação de um texto do poeta e artista plástico argentino Xul Solar, "Visión sobrel Trilíneo", feita por alunos da Universidade Federal de Santa Catarina. Trata-se, como explica o professor da UFSC e tradutor Sérgio Medeiros, de uma proposta original de uma língua joyceana para a América Latina. Uma reunião, em uma só fala, do espanhol, do português e do guarani. Bem aos moldes das criações poético-linguísticas do irlandês Joyce em "Finnegans Wake", que também será lembrado hoje.

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