Publicidade
Publicidade
02/04/2001
-
13h01
da Folha de S.Paulo
A exposição que o artista plástico Ivald Granato inaugura hoje no MuBE (Museu Brasileiro de Escultura) é muito "cabeça". No sentido literal da expressão: o artista apresenta mais de 130 obras, entre esculturas e pinturas, que utilizam o perfil de cabeças como referência. Mas também no sentido figurado, já que a mostra "Head" (cabeça, em inglês), almeja uma abrangência bastante intelectual.
"Conto nessa mostra a história da arte no século 20", diz Granato. Há três anos, o artista decidiu se retirar do circuito das artes para preparar a nova exposição.
"Após 38 anos de carreira, cansei de fazer vanguarda, está tudo muito fashion; me recolhi para contar uma história", disse à Folha. Granato chegou a criar 250 obras sobre o tema, mas o espaço restrito do museu não permitiu a exibição de tudo.
A história que Granato conta está exposta pelas diversas maneiras da representação da arte no século 20. Há quadros com referências cubistas, expressionistas, fauvistas, todas com a cabeça como elemento central.
E há também cabeças que rompem com o suporte, saindo das telas, como a arte na década de 70.
Mas há, especialmente, uma enorme variação de materiais. Em uma das sessões, as cabeças são feitas com elementos que se contradizem, como o ferro, um elemento barato, e o ouro, considerado nobre. Ou então a madeira, um material macio e quente, e o mármore, frio e duro.
"É uma série de objetos satíricos", diz Granato.
Numa área isolada da mostra, denominada "Headmades", o artista faz também apropriações de clássicos. Entre eles, uma representação da "Monalisa", de Leonardo da Vinci, com a cabeça-tema de Granato no lugar da verdadeira. Ou então uma bandeira brasileira feita com as cabeças, numa citação ao norte-americano Jasper Johns.
"A primeira vez que usei uma cabeça foi em uma exposição na Alemanha, em 83, com material usado em satélites", conta Granato. Agora, também estão expostas em "Head" as maquetes para essa série pioneira.
"Apliquei a linguagem total da arte, estou feliz, não preciso me afirmar", diz ainda Granato. Depois de tantas cabeças, o artista pretende agora explorar também outras partes do corpo humano.
"Talvez "Hands" (mãos) seja o tema de minha próxima exposição." Após São Paulo, "Head" deve ainda ser vista no Rio, no Museu de Belas Artes, em junho.
Exposição: Head, de Ivald Granato
Onde: MuBE - Museu Brasileiro da Escultura (r. Alemanha, 221, tel. 251-5271)
Quando: abertura hoje, às 20h; de ter. a dom., das 10h às 19h. Até 29 de maio
Quanto: entrada franca, obras de US$ 200 a US$ 60 mil
Ivald Granato volta ao circuito das artes com mostra "cabeça"
Publicidade
A exposição que o artista plástico Ivald Granato inaugura hoje no MuBE (Museu Brasileiro de Escultura) é muito "cabeça". No sentido literal da expressão: o artista apresenta mais de 130 obras, entre esculturas e pinturas, que utilizam o perfil de cabeças como referência. Mas também no sentido figurado, já que a mostra "Head" (cabeça, em inglês), almeja uma abrangência bastante intelectual.
"Conto nessa mostra a história da arte no século 20", diz Granato. Há três anos, o artista decidiu se retirar do circuito das artes para preparar a nova exposição.
"Após 38 anos de carreira, cansei de fazer vanguarda, está tudo muito fashion; me recolhi para contar uma história", disse à Folha. Granato chegou a criar 250 obras sobre o tema, mas o espaço restrito do museu não permitiu a exibição de tudo.
A história que Granato conta está exposta pelas diversas maneiras da representação da arte no século 20. Há quadros com referências cubistas, expressionistas, fauvistas, todas com a cabeça como elemento central.
E há também cabeças que rompem com o suporte, saindo das telas, como a arte na década de 70.
Mas há, especialmente, uma enorme variação de materiais. Em uma das sessões, as cabeças são feitas com elementos que se contradizem, como o ferro, um elemento barato, e o ouro, considerado nobre. Ou então a madeira, um material macio e quente, e o mármore, frio e duro.
"É uma série de objetos satíricos", diz Granato.
Numa área isolada da mostra, denominada "Headmades", o artista faz também apropriações de clássicos. Entre eles, uma representação da "Monalisa", de Leonardo da Vinci, com a cabeça-tema de Granato no lugar da verdadeira. Ou então uma bandeira brasileira feita com as cabeças, numa citação ao norte-americano Jasper Johns.
"A primeira vez que usei uma cabeça foi em uma exposição na Alemanha, em 83, com material usado em satélites", conta Granato. Agora, também estão expostas em "Head" as maquetes para essa série pioneira.
"Apliquei a linguagem total da arte, estou feliz, não preciso me afirmar", diz ainda Granato. Depois de tantas cabeças, o artista pretende agora explorar também outras partes do corpo humano.
"Talvez "Hands" (mãos) seja o tema de minha próxima exposição." Após São Paulo, "Head" deve ainda ser vista no Rio, no Museu de Belas Artes, em junho.
Exposição: Head, de Ivald Granato
Onde: MuBE - Museu Brasileiro da Escultura (r. Alemanha, 221, tel. 251-5271)
Quando: abertura hoje, às 20h; de ter. a dom., das 10h às 19h. Até 29 de maio
Quanto: entrada franca, obras de US$ 200 a US$ 60 mil
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice