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10/04/2001 - 20h07

Carmina Burana na História: Os poetas anônimos e o universo medieval

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JOÃO BONTURI
especial para a Folha Online

No século 13, num ambiente semelhante ao descrito por Umberto Eco, em "O Nome da Rosa", os monges beneditinos de Benediktbeuren, na Baviera, sul da Alemanha, compilaram uma série de poemas profanos, escritos em latim vulgar, alemão e francês arcaico.

Em 1803, esses manuscritos foram transferidos para a Biblioteca Central da Corte de Munique, onde o bibliotecário J.A. Schmeller os batizou como Carmina Burana (Poemas de Benediktbeuren). Nesse local, permaneceram praticamente desconhecidos, até quando Carl Orff os encontrou e musicou.

Reprodução

Desenho dos poetas anônimos
Os Poetas Anônimos

Os Carmina Burana, foram escritos pelos "clerici vagi" ou goliardos, nome aplicado aos religiosos ou estudantes universitários que trocavam os conventos, abadias ou escolas, por uma vida errante pelas cidades, vivendo da generosidade dos taverneiros, clientes embriagados e prostitutas.

Nas suas composições, louvavam as virtudes e os efeitos do vinho e da comida; cantavam séria e satiricamente o amor, e parodiavam hinos e cânticos religiosos, empregando blasfêmias de todos os graus.

Muitos desses poemas possuem melodias, mas Orff pouco as usou; há um álbum com três CDs contendo uma seleção dessas músicas originais para o selo Harmonia Mundi, com o Clemencic Consort, sob a direção de René Clemencic, um dos mais conceituados especialistas em música medieval e renascentista.

Reprodução

O "Jardim das Delícias"
As Festas Populares e os "Carmina Burana"

Durante a Idade Média, a Igreja sobrepôs muitas celebrações às festas e rituais anteriores ao Cristianismo. Porém, as autoridades eclesiásticas permitiam paralelamente os festejos profanos, como uma válvula de escape para a dura vida dos camponeses, oprimidos pelos impostos e rigores da sociedade estamental. Nessas ocasiões, os goliardos mostravam abertamente os seus talentos.

O Mundo às Avêssas

O contraditório universo medieval formado pela euforia desses momentos, a bem-aventurança do Paraíso e os temores do Inferno, pode ser observado nas alegorias que o pintor holandês Hieronymus Bosch (1450 - 1516) expôs no tríptico "O Jardim das Delícias".

João Bonturi é professor de história do colégio Singular e do cursinho Singular-Anglo e colaborador da Folha Online

Ópera: Carmina Burana
Quando: dias 12, às 21h30; 13, às 22h; 14, às 16h e às 22h; 15, às 15h e às 20h; 17, às 21h30; 18, às 21h30; 19, às 21h30; 20, às 22h; 21, às 16h e às 22h; e 22 de abril, às 15h e às 20h
Onde: Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro, São Paulo)
Quanto: Platéia superior (setor 3): R$ 40,00; Platéia superior (setor 2): R$ 50,00; Platéia superior (setor 1): R$ 60,00; Poltronas (setor 2): R$ 100,00; Poltronas (setor 1): R$ 120,00; Cadeiras (setor 1): R$ 140,00; Cadeiras (setor 2): R$ 160,00; Cadeiras Vip: R$ 180,00; Camarote (setor 2): R$ 170,00; Camarote (setor 1): R$ 200,00
Informações: 0/xx/11/3191-0011

  Veja imagens do "Jardim das Delícias", de Hieronymus Bosch

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