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15/04/2001 - 15h25

Crítica: "Carmina Burana" tem precisão alemã e organização brasileira

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JOÃO BONTURI
especial para a Folha Online

O espetáculo "Carmina Burana", em cartaz no Credicard Hall, em São Paulo, é uma obra de Carl Orff (1895-1982) que utiliza poemas compilados no século 13. O passeio pela Baixa Idade Média tem como ponto central a memória e as tradições populares da Baviera, no sul da Alemanha, uma região que integrou o Sacro Império Romano Germânico, desfeito por Napoleão Bonaparte, no início do século 19.

O espetáculo agregado à música se passa numa torre de 15 metros de altura, que ocupa o centro do palco, como se o Glockenspiel de Marienplatz (veja Galeria de Imagens), um genial relógio com figuras mecânicas, existente no centro de Munique, capital da Baviera, criasse vida própria.

Antes do início da peça repicam sinos; enquanto isso, o coral entra pelos corredores do auditório com tochas acesas; em seguida, desfila uma corte feudal, introduzida por bizarros bufões, e complementada pelas figuras que representam o imaginário medieval, retiradas das pinturas do holandês Bosch (1450-1516), ou dos seus seguidores da família Brueghel, que desenvolveram um estilo semelhante nos séculos 16 e 17.

Durante a execução da música, são apresentadas performances com alegorias alusivas aos temas cantados.

O espetáculo, comandado pelo maestro alemão Walter Haupt, de precisão germânica e entusiasmo latino, é uma festa para os olhos, mas nem tanto para os ouvidos.

Devido ao tamanho do auditório, os instrumentos da orquestra, as vozes do coral e dos solistas passam por uma mesa de som cuja amplificação deixa a desejar, sobretudo nas freqüências médias.

Outro aspecto importante é o da compreensão do espetáculo pelo público. Não existem programas explicativos impressos nem é apresentada nos telões do auditório, que mostram imagens ao vivo, a tradução daquilo que é cantado.

Numa inversão possível, muitos espectadores sentem-se como alemães diante de um desfile de escolas de samba, sem a devida explicação dos enredos. A encenação e a execução competentes perdem assim um pouco do brilho, por falta de capricho dos organizadores.

João Bonturi é professor de história do colégio Singular e do cursinho Singular-Anglo e colaborador da Folha Online

Ópera: Carmina Burana
Quando: dias 17, às 21h30; 18, às 21h30; 19, às 21h30; 20, às 22h; 21, às 16h e às 22h; e 22 de abril, às 15h e às 20h
Onde: Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro, São Paulo)
Quanto: Platéia superior (setor 3): R$ 40,00; Platéia superior (setor 2): R$ 50,00; Platéia superior (setor 1): R$ 60,00; Poltronas (setor 2): R$ 100,00; Poltronas (setor 1): R$ 120,00; Cadeiras (setor 1): R$ 140,00; Cadeiras (setor 2): R$ 160,00; Cadeiras Vip: R$ 180,00; Camarote (setor 2): R$ 170,00; Camarote (setor 1): R$ 200,00
Informações: 0/xx/11/3191-0011

Leia mais:

  • Os poetas anônimos e o universo medieval

  • Saiba mais sobre Carl Orff, a obra e o espetáculo

  • Carmina Burana estréia temporada em versão integral em São Paulo
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