Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
16/04/2001 - 10h21

Festival de Ópera de Manaus quer dar ênfase a brasileiros

Publicidade

da Folha de S.Paulo

Duas estréias, duas reprises, uma grande diva espanhola, ênfase em cantores nacionais e nada de Verdi: essa é a cara do Festival Amazonas de Ópera, em sua quinta edição.

Orçado em R$ 1,7 milhão, o evento é inteiramente bancado pelo governo estadual do Amazonas.

A maioria dos espetáculos do festival acontece no charmoso teatro Amazonas, de 1896. Em suas últimas edições, o evento tem buscado aproveitar os corpos estáveis locais -especialmente a Amazonas Filarmônica, fundada em 97 por Júlio Medaglia com musicistas predominantemente do Leste europeu e que constitui hoje uma das três melhores orquestras do Brasil.

"A gente está inventando a tradição", afirma Inês Lima Daou, diretora do teatro Amazonas e diretora-geral do festival. "Já estamos conseguindo formar um núcleo de produção por aqui".

Na escolha dos títulos, a surpresa é não constar nenhuma criação de Verdi, justamente no ano em que o centenário de morte do maior compositor italiano de óperas de todos os tempos é celebrado. "O problema é que, para fazer um título de Verdi, eu teria de recorrer a cantores de fora, e, aqui estamos dando ênfase a artistas nacionais", explica o maestro Luiz Fernando Malheiro, regente titular da Amazonas Filarmônica e diretor musical do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que assina a direção artística do festival.

Só dois cantores "importados" atuam no festival: a mezzo-soprano espanhola Teresa Berganza, que dá recital solo, e o jovem tenor norte-americano David Miller, que faz o papel de Des Grieux na "Manon", de Massenet.

Com direção cênica do britânico Aidan Lang (que já atuou no teatro Alfa, em São Paulo, dirigindo as óperas "Don Giovanni", "Cavalleria Rusticana" e "I Pagliacci"), "Manon" está sendo produzida no Rio de Janeiro e é a "menina dos olhos" do regente.

"O Aidan é um cara moderno, cheio de idéias, e está preparando uma versão deslumbrante para a ópera", afirma Malheiro.

Além de "Manon", o outro título novo do festival é "A Flauta Mágica", de Mozart, que está sendo produzida em São Paulo. "Em 2000, fizemos o primeiro Mozart ("As Bodas de Fígaro") da história do festival, e a idéia agora é montar uma ópera dele por ano", diz Malheiro.

Completam a programação uma reprise (com elenco modificado e sob regência do suíço Karl Martin) da montagem da ópera "La Bohème", de Puccini, dirigida por Jorge Takla no teatro Alfa, em 98; e "A Ópera dos Três Vinténs", na versão feita por André Heller para comemorar o centenário de seu compositor, Kurt Weill, ano passado, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página