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17/04/2001 - 21h46

Crítica: Record aposta em elenco Global, mas derrapa nos clichês

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MARCELO BARTOLOMEI
Editor de Entretenimento da Folha Online

A estréia da nova novela da Record, "Roda da Vida", a grande aposta da emissora "do bispo Edir Macedo" na dramaturgia, prova o quanto é profissional o esquema global de fazer folhetins. A Record, que pode se gabar da proposta de desafiar a Globo com um núcleo de novelas, seguiu alguns passos da emissora líder, apostando em ex-Globais, mas derrapando nos eternos clichês.

Desde "Pantanal" (da extinta Manchete, 1990), a Globo derrapa, mas nunca cai na audiência com a teledramaturgia. Seu último sucesso, "Laços de Família" (2000), estourou no ibope. Veja como a Record correu atrás do prejuízo, errando ou acertando na hora de "imitar" a concorrência:

1.) A emissora colocou no elenco de "Roda da Vida" ex-Globais, sempre relegados a coadjuvantes e outros que quase chegaram ao estrelato, como Juan Alba (o cocheiro de "Terra Nostra"), Eliete Cigarini ("Laços de Família"), Henri Pagnocellis ("Laços de Família"), Paulo Figueiredo ("Laços de Família"), Cássia Linhares, Emilio Orcillo Netto, Cláudio Cavalcanti e Tony Tornado.

2.) A trama da nova novela é uma salada mexicana [a filha descobre que está grávida do primo, o pai que tem uma amante morre e uma mulher que quer se vingar de todo o mundo], mas seu texto é leve, a la Manoel Carlos [autor de "Laços de Família"]. No primeiro capítulo, a novela da Record usou recursos que deram certo na última novela da Globo: conversa ao pé da mesa no café da manhã, gírias e cenários que ostentam o poder da classe média-alta.

3.) Talvez dê certo, mas "Roda da Vida" aposta nos mesmos clichês sempre vistos na TV: a mulher traída, o marido traidor que morre e deixa a herança para a amante, a beldade má, a gravidez indesejada de uma menina de família, paixões proibidas e mistérios que um dia [no final da novela, claro!], a gente vai saber.

4.) A emissora abusou nas cores fortes, tanto das roupas quanto dos cenários, e nos filtros de luz usados para ambientar a novela (um azul característico). Não dão certo, no entanto, os longos takes usados para contextualizar as cenas. As primeiras cenas, por exemplo, tiveram longos 2 minutos mostrando um incêndio chatíssimo, com poucas pessoas correndo e tentando se salvar, espantando logo de cara o espectador.

5.) A emissora aposta também na sensualidade das atrizes e levou definitivamente o seu elenco para a cama. Nada de cenas picantes, pernas e seios à mostra, mas de uma maneira como nunca foram mostradas nas novelas da emissora, que colocou Helena Fernandes, a protagonista, em roupas transparentes, e escalou a ex-modelo Cláudia Liz para um papel que não é diferente das pontas que já fez na Globo e no SBT.

6.) Viva Iara Jamra, que pode oferecer bons momentos de descontração num papel que também já lhe é característico: o de empregada [além da TV, ela atuou em "Trair e Coçar É Só Começar", substituindo Denise Fraga]. Ela fez uma rápida aparição no primeiro capítulo, mas é boa no que faz.

Quer uma opinião? Ainda está fraco, mas já é um grande começo.

Leia mais:

  • Conheça os personagens de "Roda da Vida"
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