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18/04/2001
-
04h30
PEDRO ALEXANDRE SANCHES, da Folha de S.Paulo
Revelação da nova cena pernambucana, o quinteto Cordel do Fogo Encantado divulga em São Paulo, hoje e amanhã, seu recém-lançado álbum de estréia, homônimo. O disco foi produzido pelo percussionista Naná Vasconcelos, que fortifica o aval abrindo os shows do Sesc Pompéia.
Dos cinco meninos -o mais velho tem 24 anos- do Cordel, três vêm da terra de origem do grupo, Arcoverde (a 252 km de Recife). Lirinha, 24, o líder do conjunto, vale-se de tal origem para justificar a verve poética que o caracteriza: "Arcoverde não tem aquelas grandes famílias tradicionais, é conhecida como uma cidade de passagem e pouso de pessoas. Como os violeiros, cantadores e repentistas são seres nômades, é uma cidade que proporciona muito esse sentido de poesia".
Lirinha espalha a idéia pelo sertão nordestino em geral: "As pessoas no cotidiano se comunicam em linguagem poética. Dizem que o sertanejo fala metrificado, eu próprio falando essa frase já metrifiquei".
Preocupado assim com a poesia, o Cordel do Fogo Encantado surgiu inicialmente como um espetáculo teatral e só tem músicos autodidatas em sua formação.
"Sai um som só, mas que é feito de cinco arestas, cinco caminhos diferentes. Ninguém estudou música, nossa região não nos propiciou isso. Não nos vangloriamos disso, mas também não temos vergonha", explica.
A aproximação musical -que foge das fórmulas do mangue beat- foi se dando pela via da percussão, o que explica também o entusiasmo do veterano Naná Vasconcelos pelos garotos.
"Quando convidamos Naná para produzir nosso disco, ele aceitou, mas quis antes fazer algumas apresentações com a gente. Fazia o show dele, de uma hora, e chamava a gente -é essa a estrutura dos shows que vamos fazer em São Paulo", conta.
Com o sucesso da peça teatral em Recife, três dos cinco membros originais se mudaram há dois anos, e dois moradores do morro da Conceição, no subúrbio recifense, vieram recompor o quinteto.
A mudança começa a se intensificar: os nômades já procuram uma casa para alugar em São Paulo, em busca do reconhecimento nacional. "A gente não sabe o que acontece no interior", sintetiza Lirinha, cândido.
CORDEL DO FOGO ENCANTADO - Shows com abertura de Naná Vasconcelos.
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 0/ xx/11/3871-7700).
Quando: hoje e amanhã, às 21h. Quanto: R$ 15.
Cordel e Naná tocam hoje no Sesc Pompéia
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Revelação da nova cena pernambucana, o quinteto Cordel do Fogo Encantado divulga em São Paulo, hoje e amanhã, seu recém-lançado álbum de estréia, homônimo. O disco foi produzido pelo percussionista Naná Vasconcelos, que fortifica o aval abrindo os shows do Sesc Pompéia.
Dos cinco meninos -o mais velho tem 24 anos- do Cordel, três vêm da terra de origem do grupo, Arcoverde (a 252 km de Recife). Lirinha, 24, o líder do conjunto, vale-se de tal origem para justificar a verve poética que o caracteriza: "Arcoverde não tem aquelas grandes famílias tradicionais, é conhecida como uma cidade de passagem e pouso de pessoas. Como os violeiros, cantadores e repentistas são seres nômades, é uma cidade que proporciona muito esse sentido de poesia".
Lirinha espalha a idéia pelo sertão nordestino em geral: "As pessoas no cotidiano se comunicam em linguagem poética. Dizem que o sertanejo fala metrificado, eu próprio falando essa frase já metrifiquei".
Preocupado assim com a poesia, o Cordel do Fogo Encantado surgiu inicialmente como um espetáculo teatral e só tem músicos autodidatas em sua formação.
"Sai um som só, mas que é feito de cinco arestas, cinco caminhos diferentes. Ninguém estudou música, nossa região não nos propiciou isso. Não nos vangloriamos disso, mas também não temos vergonha", explica.
A aproximação musical -que foge das fórmulas do mangue beat- foi se dando pela via da percussão, o que explica também o entusiasmo do veterano Naná Vasconcelos pelos garotos.
"Quando convidamos Naná para produzir nosso disco, ele aceitou, mas quis antes fazer algumas apresentações com a gente. Fazia o show dele, de uma hora, e chamava a gente -é essa a estrutura dos shows que vamos fazer em São Paulo", conta.
Com o sucesso da peça teatral em Recife, três dos cinco membros originais se mudaram há dois anos, e dois moradores do morro da Conceição, no subúrbio recifense, vieram recompor o quinteto.
A mudança começa a se intensificar: os nômades já procuram uma casa para alugar em São Paulo, em busca do reconhecimento nacional. "A gente não sabe o que acontece no interior", sintetiza Lirinha, cândido.
CORDEL DO FOGO ENCANTADO - Shows com abertura de Naná Vasconcelos.
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 0/ xx/11/3871-7700).
Quando: hoje e amanhã, às 21h. Quanto: R$ 15.
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