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29/04/2001 - 10h25

Regina Casé volta a fazer novelas depois de 15 anos

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da Folha de S.Paulo

Na última década, Regina Casé, 47, destacou-se mais como apresentadora do que como atriz. Até que o diretor Andrucha Waddington a convidou para ser a protagonista do filme "Eu, Tu, Eles". Foi um retorno às origens. Agora, ela volta a atuar na TV -o que não fazia há 15 anos. Estará na próxima novela das sete da Globo. Enquanto isso, se dedica à apresentação do programa sobre árvores que estreou na última terça no Futura.

Folha -Depois de 15 anos, você voltará a atuar como atriz de TV. Como foi a decisão?
Regina Casé -
Havia uma vontade tanto da Globo quanto dos meus amigos e dos fãs em geral, principalmente depois do filme "Eu, Tu, Eles" e dos prêmios de atriz que recebi em festivais de cinema. Eu não atuava há muitos anos e estava com saudade. Senti uma pressão grande.

Folha - Como será a personagem?
Regina -
É uma nordestina que mora em São Paulo. Não tem profissão, quebra mil galhos, fica viúva e tem um monte de filhos para criar. A Fernandona (Fernanda Montenegro), pessoa que mais me estimulou a voltar, provavelmente será minha inimiga mortal na novela.

Folha -Como foi esse incentivo da Fernanda Montenegro para a sua volta?
Regina -
Ela me ligou logo depois de ter visto "Eu, Tu, Eles", dizendo: "Você é atriz, tem que voltar a atuar, pelo menos um pouquinho". Aí, o Sílvio de Abreu me mandou um fax profético, porque era igualzinho à crítica que sairia meses depois em "The New York Times". Ele dizia: "Acabei de ver o filme e você é igual à Anna Magnani [1908-1973], no início do cinema neo-realista italiano. Eu quero ver você fazendo rir mas também fazendo chorar. Vou escrever um papel, você topa?". Eu não gosto muito de fazer novela, mas eu tinha uma experiência muito boa com "Cambalacho" (1986), minha última novela, que o Sílvio escreveu e Jorge Fernando dirigiu. É a mesma dupla de "As Filhas da Mãe".

Folha - Existe chance de "Muvuca" voltar?
Regina -
Repetir o mesmo programa eu não tenho vontade. Já entrevistei anônimos durante 10 anos. O que eu tinha vontade era de contracenar, fazer ficção com anônimos. Pode estar encaixado tanto num especial quanto numa série.

Folha - Quando a Globo anunciou que o "Muvuca" sairia do ar se falou apenas em suspensão. O que houve depois?
Regina -
E estava suspenso. Nesse ínterim, o Sílvio [de Abreu] me chamou para fazer a novela e a gente discutiu muito isso. Eu não conseguiria fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Quando acabasse a novela, eu voltaria. Que eu vou voltar a fazer um programa não tenha dúvida. Que programa vai ser a gente vai resolver.

Folha - Na época, você deu uma declaração polêmica de que o ibope de "Muvuca" não ia bem por causa dos paulistas, já que o peso da audiência é maior em São Paulo. Você ainda pensa o mesmo?
Regina -
Foram acomodações, coisas que foram acontecendo na TV, não tem nada a ver comigo ou com o "Muvuca".

Folha - Que tipo de acomodações fizeram com que o programa fosse extinto?
Regina-
Ia entrar o horário eleitoral e, depois, todos os programas do segundo horário foram extintos, como o "Você Decide". Mas isso é uma coisa da Globo.

Folha - Como você recebeu a notícia do fim do programa?
Regina -
Conversamos muito. Eles até tinham a maior dúvida, queriam que o programa voltasse em seguida. Não foi de repente. Foi uma decisão em conjunto.

Folha - Você tem saudades do "Muvuca"?
Regina -
É como se eu fosse passar seis meses em Nova York. Daqui a pouco eu volto para fazer programas regularmente.

Folha - Com anônimos?
Regina -
É difícil que eu não trabalhe com anônimos ou com alguma coisa relativa ao Brasil. Não acho que vá ser o "Programa Legal", nem o "Muvuca". Vai ser um programa que todos esses quiseram ser, pensando o que há de mais legal, de mais novo para se fazer.

Folha - Como surgiu o programa "Um Pé de Quê?", que você está apresentando no canal Futura?
Regina -
Sempre gostei de árvore mas não entendia muito. Durante os 10 anos em que fiz o "Brasil Legal", viajava quase sempre com a minha filha. A gente ficava quase um terço do dia no carro -o que enchia o saco. Aí eu perguntava para ela: "Quantas mangueiras, quantos coqueiros há no caminho?". Mas meu repertório era pequeno. E ela começava a perguntar: "E essa qual é? E aquela?". Comecei a consultar em casa, fui estudando e gostando.

Folha - O programa vai viajar pelo país?
Regina -
Além do Rio, São Paulo e Parati, vamos a Juazeiro e Salvador. Mais para frente, nossa idéia é fazer uma série com árvores amazônicas. Mas é um programa que, se eu não avisasse que era sobre árvore, você poderia pensar que é sobre culinária e cultura africana no Brasil (quando falamos sobre o dendê), sobre música e Dorival Caymmi (no caso dos coqueiros) ou sobre literatura e Guimarães Rosa (sobre os buritis).
 

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