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08/05/2001
-
05h19
MILLY LACOMBE
da Folha de S.Paulo, em Los Angeles
Mesmo enquanto chefes de estúdios e membros da WGA, a união dos roteiristas, anunciavam, na sexta, que um acordo havia sido assinado, as atenções já estavam voltadas para a próxima batalha, que deve começar em duas semanas: dessa vez entre a união dos atores, a SAG -cujo contrato expira em 30 de junho- e os mesmos chefes de estúdios e emissoras de TV.
A boa notícia é que a conversação com roteiristas deve incentivar que um acordo com atores seja assinado sem haver greve.
"Vamos analisar o novo contrato da WGA e fazer bom proveito quando chegar nossa vez", disse o porta-voz da SAG à imprensa.
Ninguém duvida que o entendimento entre os roteiristas e os estúdios minimizou o clima de conflito que há mais de oito meses paira sobre Hollywood. "Uma grande nuvem carregada saiu da cidade", declarou o prefeito de Los Angeles, Richard Riordan, que havia dito que a paralisação das duas uniões poderia custar à cidade US$ 6,9 bilhões.
Para roteiristas, que precisaram levar o jogo para a prorrogação para conseguir parte do que pleiteavam, assinar um novo contrato sem sair em piquete foi uma benção. "Não queríamos a greve, mas sabíamos que só a real ameaça de uma nos faria ser ouvidos", disse um membro da união que pediu para não ser identificado.
Quem venceu o duelo? As duas partes, porque, apesar de terem assinado um contrato cujo valor é US$ 59 milhões abaixo do que reivindicavam, os roteiristas conseguiram significativo ganho residual sobre o pagamento de filmes e programas de TV vendidos para o mercado internacional. A maior derrota financeira foi no valor remanescente sobre a
comercialização de vídeos e DVDs, que continua como estava. Nas exigências "criativas", eles conquistaram o direito de ficar no set durante a produção de filmes e programas de TV, participando ativamente de eventuais alterações na obra.
Quanto ao grande debate sobre a frase "um filme de ...", executivos disseram ter sido pegos de surpresa quando, na sexta, o WGA retirou o item da pauta. "Para evitar uma greve prejudicial à comunidade, preferimos deixar a questão de lado", disse Michael Mahern, negociador pelo WGA. "Um filme de ...", portanto, ainda será seguido do nome do diretor.
Para entrar em vigor, o contrato recém-assinado terá que ser, até o dia 4 de junho, retificado pelos 11 mil membros da união. Feito isso, roteiristas cedem lugar a atores, que tratam de dar acabamento à sua lista de reivindicações que, especula-se, será espelhada nas exigências financeiras da WGA.
Se essa greve também for evitada, o cenário continuará bizarro, já que produtores saíram fazendo filmes de qualidade duvidosa que estão empilhados nos estúdios.
Acerto de roteiristas deve livrar Hollywood da greve de atores
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da Folha de S.Paulo, em Los Angeles
Mesmo enquanto chefes de estúdios e membros da WGA, a união dos roteiristas, anunciavam, na sexta, que um acordo havia sido assinado, as atenções já estavam voltadas para a próxima batalha, que deve começar em duas semanas: dessa vez entre a união dos atores, a SAG -cujo contrato expira em 30 de junho- e os mesmos chefes de estúdios e emissoras de TV.
A boa notícia é que a conversação com roteiristas deve incentivar que um acordo com atores seja assinado sem haver greve.
"Vamos analisar o novo contrato da WGA e fazer bom proveito quando chegar nossa vez", disse o porta-voz da SAG à imprensa.
Ninguém duvida que o entendimento entre os roteiristas e os estúdios minimizou o clima de conflito que há mais de oito meses paira sobre Hollywood. "Uma grande nuvem carregada saiu da cidade", declarou o prefeito de Los Angeles, Richard Riordan, que havia dito que a paralisação das duas uniões poderia custar à cidade US$ 6,9 bilhões.
Para roteiristas, que precisaram levar o jogo para a prorrogação para conseguir parte do que pleiteavam, assinar um novo contrato sem sair em piquete foi uma benção. "Não queríamos a greve, mas sabíamos que só a real ameaça de uma nos faria ser ouvidos", disse um membro da união que pediu para não ser identificado.
Quem venceu o duelo? As duas partes, porque, apesar de terem assinado um contrato cujo valor é US$ 59 milhões abaixo do que reivindicavam, os roteiristas conseguiram significativo ganho residual sobre o pagamento de filmes e programas de TV vendidos para o mercado internacional. A maior derrota financeira foi no valor remanescente sobre a
comercialização de vídeos e DVDs, que continua como estava. Nas exigências "criativas", eles conquistaram o direito de ficar no set durante a produção de filmes e programas de TV, participando ativamente de eventuais alterações na obra.
Quanto ao grande debate sobre a frase "um filme de ...", executivos disseram ter sido pegos de surpresa quando, na sexta, o WGA retirou o item da pauta. "Para evitar uma greve prejudicial à comunidade, preferimos deixar a questão de lado", disse Michael Mahern, negociador pelo WGA. "Um filme de ...", portanto, ainda será seguido do nome do diretor.
Para entrar em vigor, o contrato recém-assinado terá que ser, até o dia 4 de junho, retificado pelos 11 mil membros da união. Feito isso, roteiristas cedem lugar a atores, que tratam de dar acabamento à sua lista de reivindicações que, especula-se, será espelhada nas exigências financeiras da WGA.
Se essa greve também for evitada, o cenário continuará bizarro, já que produtores saíram fazendo filmes de qualidade duvidosa que estão empilhados nos estúdios.
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