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18/05/2001 - 12h23

Quarteto de helicópteros integra ópera eletrônica

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da Folha de S.Paulo

Na última segunda-feira, Stockhausen recebeu o Polar Music Prize, um dos mais significativos do mundo, entregue pela Academia Real de Música da Suécia a músicos pela sua contribuição cultural. Dividiram o prêmio com o alemão o compositor Burt Bacharach e Robert Moog, inventor do teclado que leva o seu nome.

O próximo passo de Stockhausen é a estréia de "Wednesday", do ciclo de óperas "Licht", em 3 de setembro de 2003, em Berna, Suíça.
Entre as peças apresentadas, está "Helicopter String Quartet", em que nada menos do que quatro helicópteros e um quarteto de cordas (viola e violino) são a "orquestra".

Cada músico embarca em um helicóptero, aparelhado com câmeras de vídeo e microfones que captam imagens e sons dos instrumentos e da própria aeronave, e sobrevoa o local da apresentação a 6 km de altura. O público assistirá e ouvirá a tudo em quatro colunas de televisores e outras quatro de alto-falantes no solo.

Hoje Stockhausen mora em Kürten, na Alemanha, próximo de onde nasceu ("do outro lado do Reno", diz) em 1928, filho de fazendeiros simples. Nos seus primeiros 30 anos pouco saiu da vila perto de Colônia.

Na sua infância, o rádio foi um acontecimento. "Era um objeto curioso." Era de onde ele "tirava" as músicas de ouvido com extrema facilidade ao piano. E a sua concepção de mão única do rádio -o ouvinte apenas escutava, não havia interação- era a chave para acionar os mecanismos de curiosidade de Stockhausen.

Ele começou a trabalhar em estúdios, produzindo música e suas combinações sonoras em 1952. Tudo na mão. A duração de uma música era medida na régua, e a fita de rolo era cortada com tesoura que depois era colada (com cola, mas hoje isso não é mais pleonasmo) em outro trecho da fita. A gênese do breakbeat.

Aluno de Olivier Messiaen e contemporâneo de Pierre Boulez e Gyorgy Ligeti, vanguardista da música concreta, Stockhausen tornou-se exclusivamente eletrônico nos anos 60, quando criou "Microphonie 1", trabalho inspirado pela descoberta recente da variedade ilimitada de sons extraídos de qualquer instrumento aliado a microfones e filtros.

"Até 1998 minha música era apenas eletrônica, mas o diretor da rádio de Colônia fechou a emissora e vendeu o prédio, onde havia o estúdio em que trabalhava. E agora tenho atuado apenas em casa, mas não é suficiente. Preciso de mixers especiais que são imensos e necessitam de muito espaço para serem ouvidos corretamente, com alto-falantes em volta e embaixo do ouvinte."

Aos 72 anos, Stockhausen ainda desconhece a palavra limite.

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