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19/05/2001
-
04h45
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Cannes
Eles estão , definitivamente, em todos os lugares.
É que não foi só a competição oficial do Festival de Cinema de Cannes que teve a presença maciça dos filmes norte-americanos (dos 22 filmes que estavam competindo oficialmente no festival, seis vieram do país).
Também nas paralelas e nas exibições fora da mostra, os Estados Unidos mostraram força. E, desta vez, com seu lado mais interessante, mostrado pelo cinema independente. Sim, também essa faceta está a serviço de Hollywood, como lembrou o ator Tim Robbins em entrevista.
"Em vez de fazer um filme de US$ 100 milhões, os estúdios bancam dez de US$ 10 milhões, multiplicando as chances de sucesso e, consequentemente, de lucro", reclamou. Mesmo assim, entre centenas e centenas de títulos, há quatro que valem ser comentados:
The Anniversary Party
Diretores: Alan Cumming e Jennifer Jason Leigh
O que é: a estréia na direção dos dois atores, sobre a festa de aniversário dos seis conturbados anos de um casal (os dois), um escritor em ascensão e uma atriz de Hollywood em crise.
Por que você deve ver: é uma espécie de Robert Altman jovem, sem o gênio, obviamente, mas com mais frescor e risco.
Melhor cena: todas as cenas depois que a turma da festa toma o ecstasy trazido por Gwyneth Paltrow (que está ótima se auto-ironizando)
The Human Nature
Diretor: Michel Gondry
O que é: a estréia na direção de Gondry e o segundo roteiro de Charlie Kaufman, do inventivo filme "Quero Ser John Malkovich".
São três histórias: de um cientista reprimido e de pênis pequeno (Tim Robbins) que quer ensinar boas maneiras à mesa a um casal de ratos; de uma escritora que, devido a um problema genético, tem pêlos sobre o corpo todo e por isso vive na floresta (Patricia Arquette) e de um menino-macaco, criado por seu pai na selva e sem nenhum contato com os humanos (Rhys Ifans) Por que você deve ver: por todos os motivos acima e ainda por ser uma das melhores comédias do ano.
Melhor cena: a educação sexual do jovem Puff (Ifans)
No Such Thing
Diretor: Hal Hartley
O que é: a recriação do diretor de "Confiança" e "Flerte" para a história da bela e da fera, com Sarah Polley como uma repórter ingênua de Nova York (contradição em termos) e John Burke como o monstro atormentado que vive isolado na Finlândia.
Por que você deve ver: você não deve ver. O talentoso Hartley perdeu a mão inacreditavelmente, de maneira mais explícita quando o bicho é levado em turnê aos Estados Unidos.
Melhor cena: a primeira, do monstro gravando seu lamento à Jim Morrison em "The Doors".
Storytelling
Diretor: Todd Solondz
O que é: duas histórias, "Ficção" e "Não-Ficção", a primeira, cruel, sobre um curso de literatura em que o professor transa com todas as alunas, e uma delas (interpretada por Selma Blair) está em crise com seu namorado, deficiente físico.
A outra história, hilariante, é sobre uma família de classe média cujo pai é John Goodman e o filho adolescente vira objeto de um filme de um documentarista amador
Por que você deve ver: porque é um dos filmes mais inteligentes e incômodos do ano, como todos do autor de "Felicidade"
Melhor cena: várias, mas o primeiro diálogo, entre Selma e o namorado, ganha o prêmio:
"Você não me ama mais, a perversão e a crueldade se foram, só sobrou a simpatia", diz ele. "Não é verdade", responde ela, "ainda te acho esquisito".
Cannes: Produção independente vira trunfo ianque
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da Folha de S.Paulo, em Cannes
Eles estão , definitivamente, em todos os lugares.
É que não foi só a competição oficial do Festival de Cinema de Cannes que teve a presença maciça dos filmes norte-americanos (dos 22 filmes que estavam competindo oficialmente no festival, seis vieram do país).
Também nas paralelas e nas exibições fora da mostra, os Estados Unidos mostraram força. E, desta vez, com seu lado mais interessante, mostrado pelo cinema independente. Sim, também essa faceta está a serviço de Hollywood, como lembrou o ator Tim Robbins em entrevista.
"Em vez de fazer um filme de US$ 100 milhões, os estúdios bancam dez de US$ 10 milhões, multiplicando as chances de sucesso e, consequentemente, de lucro", reclamou. Mesmo assim, entre centenas e centenas de títulos, há quatro que valem ser comentados:
The Anniversary Party
Diretores: Alan Cumming e Jennifer Jason Leigh
O que é: a estréia na direção dos dois atores, sobre a festa de aniversário dos seis conturbados anos de um casal (os dois), um escritor em ascensão e uma atriz de Hollywood em crise.
Por que você deve ver: é uma espécie de Robert Altman jovem, sem o gênio, obviamente, mas com mais frescor e risco.
Melhor cena: todas as cenas depois que a turma da festa toma o ecstasy trazido por Gwyneth Paltrow (que está ótima se auto-ironizando)
The Human Nature
Diretor: Michel Gondry
O que é: a estréia na direção de Gondry e o segundo roteiro de Charlie Kaufman, do inventivo filme "Quero Ser John Malkovich".
São três histórias: de um cientista reprimido e de pênis pequeno (Tim Robbins) que quer ensinar boas maneiras à mesa a um casal de ratos; de uma escritora que, devido a um problema genético, tem pêlos sobre o corpo todo e por isso vive na floresta (Patricia Arquette) e de um menino-macaco, criado por seu pai na selva e sem nenhum contato com os humanos (Rhys Ifans) Por que você deve ver: por todos os motivos acima e ainda por ser uma das melhores comédias do ano.
Melhor cena: a educação sexual do jovem Puff (Ifans)
No Such Thing
Diretor: Hal Hartley
O que é: a recriação do diretor de "Confiança" e "Flerte" para a história da bela e da fera, com Sarah Polley como uma repórter ingênua de Nova York (contradição em termos) e John Burke como o monstro atormentado que vive isolado na Finlândia.
Por que você deve ver: você não deve ver. O talentoso Hartley perdeu a mão inacreditavelmente, de maneira mais explícita quando o bicho é levado em turnê aos Estados Unidos.
Melhor cena: a primeira, do monstro gravando seu lamento à Jim Morrison em "The Doors".
Storytelling
Diretor: Todd Solondz
O que é: duas histórias, "Ficção" e "Não-Ficção", a primeira, cruel, sobre um curso de literatura em que o professor transa com todas as alunas, e uma delas (interpretada por Selma Blair) está em crise com seu namorado, deficiente físico.
A outra história, hilariante, é sobre uma família de classe média cujo pai é John Goodman e o filho adolescente vira objeto de um filme de um documentarista amador
Por que você deve ver: porque é um dos filmes mais inteligentes e incômodos do ano, como todos do autor de "Felicidade"
Melhor cena: várias, mas o primeiro diálogo, entre Selma e o namorado, ganha o prêmio:
"Você não me ama mais, a perversão e a crueldade se foram, só sobrou a simpatia", diz ele. "Não é verdade", responde ela, "ainda te acho esquisito".
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