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19/05/2001
-
04h57
da Folha de S.Paulo
Fernando Morais acredita que Cuba permaneceu incólume ao furacão que varreu o socialismo do Leste Europeu porque na ilha caribenha o sistema foi implantado por uma revolução popular.
Para ele, a revolução cubana é o grande diferencial em relação ao socialismo implantado na Europa como fruto da divisão do planeta após a Segunda Guerra.
Folha - "A Ilha", em 1976, mostrava Cuba confiante na construção do futuro. O quadro é o mesmo?
Fernando Morais - O quadro mudou muito, sobretudo a partir do fim da URSS, em 1991, e do arrocho do bloqueio norte-americano. Quando desmoronou o bloco socialista, as apostas que se faziam não eram sobre "se", mas "quando" a revolução cubana ia chegar ao fim. O "The New York Times" afirmava que "Cuba deixava de ser uma ameaça à segurança hemisférica para se converter em uma curiosidade política". Isso, na minha opinião, revelava um certo desconhecimento a respeito de Cuba.
Folha - Que desconhecimento?
Morais - Boa parte da Europa Oriental dormiu capitalista e acordou comunista, em virtude dos acordos entre as potências que venceram a Segunda Guerra Mundial. Em Cuba, a situação é diferente. Apesar das sólidas relações com a URSS e seus satélites, a história da revolução cubana é diferente. Em Cuba a opção pelo socialismo foi decorrência de uma revolução armada que envolveu todo um povo. A despeito das previsões pessimistas, a teoria do dominó não atingiu Cuba.
Folha - Em Havana, hoje é comum encontrar críticos do governo, que, no entanto, temem represálias. Nesse novo prefácio, você aborda o crescimento da oposição cubana?
Morais - Na minha introdução, eu lamento que no campo das liberdades políticas praticamente nada tenha mudado em relação à minha primeira viagem. A imprensa continua sendo exclusivamente estatal. Os únicos mecanismos para fazer política continuam sendo o Partido Comunista e as chamadas organizações de massa, associações de estudantes, de mulheres e de trabalhadores. Mas ver Cuba só sob esse aspecto é fazer um julgamento injusto.
Leia mais notícias sobre a Bienal do Livro
Para autor de "A Ilha", revolução popular foi o diferencial em Cuba
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Fernando Morais acredita que Cuba permaneceu incólume ao furacão que varreu o socialismo do Leste Europeu porque na ilha caribenha o sistema foi implantado por uma revolução popular.
Para ele, a revolução cubana é o grande diferencial em relação ao socialismo implantado na Europa como fruto da divisão do planeta após a Segunda Guerra.
Folha - "A Ilha", em 1976, mostrava Cuba confiante na construção do futuro. O quadro é o mesmo?
Fernando Morais - O quadro mudou muito, sobretudo a partir do fim da URSS, em 1991, e do arrocho do bloqueio norte-americano. Quando desmoronou o bloco socialista, as apostas que se faziam não eram sobre "se", mas "quando" a revolução cubana ia chegar ao fim. O "The New York Times" afirmava que "Cuba deixava de ser uma ameaça à segurança hemisférica para se converter em uma curiosidade política". Isso, na minha opinião, revelava um certo desconhecimento a respeito de Cuba.
Folha - Que desconhecimento?
Morais - Boa parte da Europa Oriental dormiu capitalista e acordou comunista, em virtude dos acordos entre as potências que venceram a Segunda Guerra Mundial. Em Cuba, a situação é diferente. Apesar das sólidas relações com a URSS e seus satélites, a história da revolução cubana é diferente. Em Cuba a opção pelo socialismo foi decorrência de uma revolução armada que envolveu todo um povo. A despeito das previsões pessimistas, a teoria do dominó não atingiu Cuba.
Folha - Em Havana, hoje é comum encontrar críticos do governo, que, no entanto, temem represálias. Nesse novo prefácio, você aborda o crescimento da oposição cubana?
Morais - Na minha introdução, eu lamento que no campo das liberdades políticas praticamente nada tenha mudado em relação à minha primeira viagem. A imprensa continua sendo exclusivamente estatal. Os únicos mecanismos para fazer política continuam sendo o Partido Comunista e as chamadas organizações de massa, associações de estudantes, de mulheres e de trabalhadores. Mas ver Cuba só sob esse aspecto é fazer um julgamento injusto.
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