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21/05/2001
-
17h39
MARCELO BARTOLOMEI
Editor de Entretenimento da Folha Online
O cirurgião plástico Hosmany Ramos, condenado em 1981 por homicídio, roubo e tráfico de drogas, foi proibido pela Justiça de ir à 10ª Bienal do Livro para autografar seu mais recente lançamento no mercado editorial: "Pavilhão 9", lançado pela polêmica Geração Editorial -a mesma do livro de ACM- durante o evento.
Ramos está preso em Araraquara, no interior de São Paulo, e sua pena é de 21 anos, quatro meses e seis dias. Aos 54 anos, ele já lançou o livro de contos "Marginália", que se esgotou no Brasil e foi editado até na França.
"Pavilhão 9 - Paixão e Morte no Carandiru" fala de um universo de crime, suspense, ação e sexo dentro do maior presídio da América Latina, o Carandiru, de São Paulo, onde Ramos esteve preso.
No livro, ele inclui um depoimento de uma testemunha ocular ainda viva do massacre que aconteceu no local em 92, quando morreram 111 presos.
A editora havia pedido que Hosmany Ramos deixasse o presídio, mesmo que fosse algemado, para estar na Bienal e falar com o público e com a imprensa.
O juiz-corregedor de Araraquara, Silvio Moura Salles, indeferiu o pedido argumentando que autografar livros não está previsto nas atividades que podem ser feitas fora do presídio, já que a lei de Execução Penal prevê a saída de presos para atividades fora da penitenciária.
A Geração Editorial decidiu, então, fazer uma videoconferência com Ramos, com um link via satélite direto do presídio de Araraquara, por meio de um telão, no estande da editora na Bienal. Para isso, diz ter gasto R$ 20 mil.
Um caminhão com uma estação de microondas estará no presídio de Araraquara e instalará um link lá dentro, gerando a imagem de Ramos pelo satélite, durante uma hora, das 14h às 15h de quarta-feira.
O presidiário, que agora também se auto-intitula escritor, decidiu fazer um manifesto contrário à Justiça e vai divulgá-lo por meio da editora durante a Bienal. No texto, ele fala do cotidiano na prisão e da importância de um escritor narrar tudo o que acontece no sistema carcerário brasileiro.
Leia mais notícias sobre a Bienal do Livro
Justiça proíbe Hosmany Ramos de ir à Bienal do Rio lançar livro
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Editor de Entretenimento da Folha Online
O cirurgião plástico Hosmany Ramos, condenado em 1981 por homicídio, roubo e tráfico de drogas, foi proibido pela Justiça de ir à 10ª Bienal do Livro para autografar seu mais recente lançamento no mercado editorial: "Pavilhão 9", lançado pela polêmica Geração Editorial -a mesma do livro de ACM- durante o evento.
Ramos está preso em Araraquara, no interior de São Paulo, e sua pena é de 21 anos, quatro meses e seis dias. Aos 54 anos, ele já lançou o livro de contos "Marginália", que se esgotou no Brasil e foi editado até na França.
"Pavilhão 9 - Paixão e Morte no Carandiru" fala de um universo de crime, suspense, ação e sexo dentro do maior presídio da América Latina, o Carandiru, de São Paulo, onde Ramos esteve preso.
No livro, ele inclui um depoimento de uma testemunha ocular ainda viva do massacre que aconteceu no local em 92, quando morreram 111 presos.
A editora havia pedido que Hosmany Ramos deixasse o presídio, mesmo que fosse algemado, para estar na Bienal e falar com o público e com a imprensa.
O juiz-corregedor de Araraquara, Silvio Moura Salles, indeferiu o pedido argumentando que autografar livros não está previsto nas atividades que podem ser feitas fora do presídio, já que a lei de Execução Penal prevê a saída de presos para atividades fora da penitenciária.
A Geração Editorial decidiu, então, fazer uma videoconferência com Ramos, com um link via satélite direto do presídio de Araraquara, por meio de um telão, no estande da editora na Bienal. Para isso, diz ter gasto R$ 20 mil.
Um caminhão com uma estação de microondas estará no presídio de Araraquara e instalará um link lá dentro, gerando a imagem de Ramos pelo satélite, durante uma hora, das 14h às 15h de quarta-feira.
O presidiário, que agora também se auto-intitula escritor, decidiu fazer um manifesto contrário à Justiça e vai divulgá-lo por meio da editora durante a Bienal. No texto, ele fala do cotidiano na prisão e da importância de um escritor narrar tudo o que acontece no sistema carcerário brasileiro.
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