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23/06/2000 - 04h21

Peça hasteia bandeira do MST em Lisboa

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da Folha de S.Paulo

Um dos mais famosos "landmarks" de Lisboa, o Castelo de São Jorge, foi ocupado esta semana por brasileiros. Hoje à noite, na capital portuguesa, a companhia teatral carioca Ensaio Aberto leva uma montagem de "Morte e Vida Severina", adaptação de poema de João Cabral de Melo Neto (1920 -1999), ainda mais carregada nas tintas sociais.

A montagem foi considerada, algo poeticamente, pelo jornal português "Diário de Notícias" como "uma história de um percurso sem destino nem limites (...) uma história de campos castanhos e secos, que aqui se projeta sobre as águas azuis do Tejo".

A trajetória do lavrador que emigra do sertão pernambucano para o litoral, para o delta generoso dos rios que no interior deixado tudo lhe negaram, é razoavelmente conhecida em Portugal, especialmente pelas músicas de Chico Buarque.

O diretor Luiz Fernando Lobo optou, na montagem, por utilizar as várias dependências do castelo, obrigando o público a seguir os personagens.
Ao "Diário de Notícias" explicou querer, com isso, que o espectador tome "contínuas decisões."

O elemento político-brechtiano aí sugerido é levado ao paroxismo com o hasteamento de uma bandeira do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) durante o espetáculo.

O problema fundiário brasileiro vem sendo lembrado seguidamente em Portugal. Além de "Morte e Vida Severina", o fotógrafo Sebastião Salgado ocupa, com alarido, o espaço expositivo do Parque das Nações (antiga Expo 98), em Lisboa.

Embora mostre as imagens da sua série mundial "Êxodos", Salgado é referência no país por "Terra", livro em prol do MST que contou com textos do Nobel português José Saramago.

Além disso, integrantes do PT e do MST, que mantém núcleos oficiais em Portugal, também vêm se manifestando este ano.

Por ocasião dos 500 anos do "achamento" do Brasil, no último 22 de abril, cerca de 15 filiados organizaram uma manifestação durante show de Netinho. Aproveitaram para seguir o trio elétrico do cantor portando faixas que mencionavam "o menor salário mínimo da América Latina" e "discriminação econômica".

As músicas de Chico Buarque compostas para a peça são executadas na montagem portuguesa por quatro instrumentistas (em violas caipiras, violão, violoncelo, baixo acústico, cítara e acordeão).

A companhia teatral carioca Ensaio Aberto vem de uma itinerância por Portugal, onde já montou "Companheiros", exibida em praças públicas e vista, segundo o diretor, por cerca de 30 mil pessoas.

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