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07/06/2001 - 05h19

Nova corrente alimenta simbiose entre cinema e teatro

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da Folha de S.Paulo

Uma nova corrente no teatro brasileiro tem alimentado a simbiose entre a linguagem do cinema e a do teatro.

Em muitas peças, como "Copenhagen", "As Lágrimas Amargas de Petra von Kant", "Lisbela e o Prisioneiro", e nas peças de João Falcão, como "A Dona da História" e "Uma Noite na Lua", pode apostar: lá estão as projeções ou telas de filó, tecido transparente.

Falcão e Guel Arraes costumam exibir os créditos das peças no palco, como o começo de um filme. "Lágrimas Amargas" segue a mesma linha. Em "Copenhagen", cenas de tropas nazistas marchando dão um clima à narrativa.

Perguntas: 1) O teatro não tem força suficiente para sobreviver sozinho?
2) Somos uma geração definitivamente influenciada pela linguagem cinematográfica (e televisiva), incapaz de se bastar pela dramaturgia?
3) A platéia não sabe qual é o nome da peça que pagou para ver e precisa de letreiros?

Resposta: Por que não usar recursos do cinema no teatro?
Quem se esbalda com a possibilidade de projetar imagens em telas no palco é o diretor Felipe Hirsch. Desde a peça "Juventude" (1998), para cá, todos os seus espetáculos vêm com telas que separam a platéia do palco.

Em "Som & Fúria", a peça das listinhas, a tela serve para invadir os sentimentos dos personagem e ilustrar o mundinho pop idolatrado pelo protagonista.

Em "A Memória da Água", a tela parece ter a função do velho conhecido blecaute, em que cenas são mudadas, ou há passagem de tempo. Os rostos das protagonistas são projetados. Imagens de personagens dentro da água lembram o sonho comum de se estar afogando ou num útero. O inconsciente é a personagem possível das projeções.

Uma dúvida. A tela não filtra a representação? "Causa um filtro, uma "texturalização" do ar, em um processo estético. Em "Memória", a atuação naturalista é típica do ator latino, inspirada em Brecht, com crítica em relação ao trabalho", diz Hirsch.

Por que a tela? "Minha dramaturgia é muito fragmentada. Há muito corte rápido, uma influência do cinema", explica. Um blecaute não resolveria? "Depende. Blecaute é muito físico, uma atitude teatral. A projeção numa tela, no meio do espetáculo, é como se você virasse uma página com o recurso da computação gráfica".

A VIDA É CHEIA DE SOM & FÚRIA
Onde: teatro Popular do Sesi (av. Paulista, 1.313, tel. 0/xx/11/284-3639).
Quando: de quin. a sáb., às 20h; dom., às 19h.
Quanto: ingresso é gratuito e deve ser retirado uma hora antes na bilheteria.

A MEMÓRIA DA ÁGUA
Onde: teatro das Artes (r. Marquês de São Vicente, 52, Rio). Quando: de quin. a sáb., às 21h; dom., às 20h.
Quanto: de R$ 20 a R$ 30
 

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