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26/06/2000 - 08h53

Amigos e músicos elogiam a sua importância para a cultura brasileira

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da Folha de S.Paulo

Wilson Simoninha, cantor e compositor, filho de Simonal: "Em 66, meu pai fez "Tributo a Martin Luther King", que ficará como um dos legados de sua importância na história da cultura brasileira, pois fazer militância para o movimento negro era muito mais difícil naquela época do que hoje".

Johnny Alf, compositor de "Rapaz de Bem", gravada por Simonal: "Foi um grande cantor que mudou a faceta da interpretação musical brasileira. Não se pode esquecer a forma como ele mexeu com o Maracanãzinho, o que comprova seu talento e sucesso".

Hermínio Bello de Carvalho, produtor e compositor: "Tinha uma grande voz, e a sua divisão rítmica estava próxima à de Cyro Monteiro, no samba. Toda a farra e a alegria que ele demonstrava ao cantar às vezes não deixava perceber o seu grande talento. Ele foi o cantor mais famoso do Brasil. Não vou nem falar sobre os episódios lamentáveis em que ele se envolveu. Quero reverenciar esse grande comunicador da canção".

Solano Ribeiro, produtor de festivais: "É uma pena que tenha passado por tantos anos difíceis profissionalmente, por razões tão mesquinhas, ele que foi um dos grandes cantores do momento inicial da bossa nova. Ele sabia muito bem como dominar um estádio; na Copa do México ele foi um sucesso tão grande quanto a seleção. Ele foi vítima de sua própria índole, mas também da intolerância dos que estavam do outro lado. Simonal talvez não tenha sido anistiado".

Ronnie Von, cantor: "Na vida tudo passa, mas a verdade fica. Simonal foi punido e crucificado por um crime que não cometeu. Não tenho dúvidas de que ele morreu por desgosto desses últimos 30 anos. Ele era um grande performer, um artista internacional, que tinha um amor incontido pelo Brasil".

Zuza Homem de Mello, crítico musical: "Wilson Simonal foi o único cantor brasileiro que rivalizou com Roberto Carlos, com o adendo de que ele era negro e teve de superar muitos obstáculos para se distinguir como o grande "entertainer" que ele foi".

Jorge Mautner, músico: "Conheci-o em 1965, ao tocar no programa da Hebe Camargo. Encontrei-o nos bastidores, junto com Jorge Ben. De repente, o Simonal soltou o comentário: "Jorge, esse Jorge Mautner é um branco que faz música de negro". Ele foi o responsável por preceder essa presença predominante da negritude na música brasileira. Deixa aos filhos uma imensa herança artística de talento. Fui exilado em 65 e voltei em 72, quando já quase não se falava mais nele, quando ele já estava no ostracismo".

Roberto Sant'Ana, produtor musical da Philips nos anos 70: "Foi o primeiro grande líder de público que nós tivemos. Era um grande cantor, dominava as multidões. O estilo de cantar era inconfundível, tinha uma bossa, um suingue muito grande. É uma pena ter ido embora assim. Pena maior é ele ter sofrido da forma que sofreu, por essa injustiça que alguém cometeu. Mas tenho certeza de que um dia isso será revertido. Nada ficou provado, não havia nome dos acusadores, e o Wilson acabou como um réu sem causa. Não chegamos a ter uma grande amizade, mas convivíamos bastante, não só pelo trabalho. Ele era uma pessoa muito alegre, um bom amigo, extremamente disciplinado em seu trabalho".

Veja a galeria de fotos da carreira de Wilson Simonal

José Ramos Tinhorão, crítico: "O que tenho a dizer é o que o amigo dele, Armando Falcão, ex-ministro da Justiça, costumava afirmar: nada a declarar".

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