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27/06/2000 - 03h52

Mostra no Rio põe realidade virtual no dia-a-dia dos leigos

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ISABEL CLEMENTE
da Folha de S. Paulo, no Rio

Entender como funciona a realidade virtual é missão para poucos iluminados, mas interagir com seus instrumentos está ao alcance dos leigos. É essa interação com o cotidiano do homem comum o tema da 3ª Mostra Petrobras de Realidade Virtual, que começa hoje, no Rio, e traz ao país um dos grandes nomes no assunto, o norte-americano Myron Krueger.

Até o dia 1º de julho, estarão no Rio seis representantes de tendências distintas da realidade virtual como expressão artística. Destaque da mostra, que está em sua sexta edição, Myron Krueger diz que "até o homem das cavernas entenderia seu trabalho" porque, na verdade, tudo é uma grande brincadeira.

E a primeira "brincadeira" virtual interativa foi desenvolvida por ele mesmo, no final dos anos 60. Suas pesquisas originaram a mostra Metaplay, "um divisor de águas que deve ser visto sob uma perspectiva histórica", explica a curadora, Rejane Spitz, coordenadora do Laboratório-Núcleo de Arte Eletrônica da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica), há cinco anos responsável pela montagem do projeto.

Perspectiva

A perspectiva histórica é necessária porque, hoje, a silhueta escaneada de uma pessoa num monitor é um recurso bastante primário, mas, para os visitantes da Metaplay, nos anos 70, a experiência não tinha antecedentes.

Convidadas a brincar na frente de um projetor de slides enquanto uma câmera capturava a imagem feita de luz e sombras, as pessoas podiam ver, em tempo real, sua silhueta se multiplicando e interagindo com outras imagens num computador.

Naquela época, explica o próprio Krueger, "as pessoas tinham até medo de ouvir falar em computador". A experiência foi planejada, completa ele, para tornar o computador "amigo, menos científico e menos militarizado".

As pesquisas mais recentes de Krueger trazem o cheiro para a realidade virtual, algo que não era cogitado _é bom lembrar_ nem na futurística série "Guerra nas Estrelas". Krueger destaca ainda aplicações importantes da realidade virtual, como a leitura de mapas para deficientes visuais.

O outro "veterano" da exposição é o paulista Otávio Donasci, 48, o único que já passou por outras edições da mostra. Conhecido pelo projeto de brincar com videocriaturas (o monitor toma o lugar de algum órgão humano), Donasci prometeu levar sua performance, hoje, às 17h, para a Cinelândia, praça de grande movimentação no centro do Rio.

Outros artistas

Os outros quatro artistas estão todos na casa dos vinte anos. O mais novo deles, Steven Schkolne, de 24 anos, é o inventor da "prancheta virtual", em cima da qual o pintor de ocasião vê suas criações em 3D, enquanto o público acompanha tudo em 2D pelo computador. Além dos óculos especiais, são necessários uma luva com sensores (para fazer os traços ou pinceladas), uma borracha virtual e umas pinças, com as quais é possível "virar" o desenho para ver atrás e esticar ou diminuir seu tamanho.

A experiência musical da mostra é idéia de James Tu, 28, engenheiro apaixonado por sons. Sua instalação, "Imitations", possibilita a composição de melodias usando dados e um computador disfarçado de tabuleiro.

O carioca Alberto Levy, hoje residente em Nova York por força do mestrado em andamento, trouxe de lá a inspiração para criar uma cidade submersa. O trabalho de Levy chama-se "Ekstasis" e reproduz Manhattan sob as águas após o derretimento das calotas polares. Com capacete e sensores adaptados ao corpo, o convidado deita-se num colchão de ar e experimenta a sensação de mergulhar pela cidade submersa, podendo inclusive se aproximar dos objetos do fundo desse mar artificial. É fila certa.

Exposição:3ª Mostra Petrobras de Realidade Virtual
Onde: Centro Cultural Candido Mendes, rua da Assembléia, 10, Rio
Quando: de hoje a 1º de julho, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 17h
Quanto: entrada franca; workshops (sem tradução), R$ 15 por pessoa
Inscrições: 0/xx/21/531-2000, ramais 236 e 243; e 0/xx/21/531-2901

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