27/06/2000 - 04h03

Michael Jackson inspira "Carmina Burana"

JOÃO BATISTA NATALI
da Folha de S. Paulo

Há duas maneiras de encenar "Carmina Burana", cantata profana do alemão Carl Orff (1895-1982). A primeira é como a obra estreou em Frankfurt há 63 anos: com a austeridade de um belo espetáculo lírico, em que os cantores dispensam a intermediação dos alto-falantes e microfones.

A outra consiste em conceber o espetáculo como "um dos ícones da cultura pop dos anos 80 e 90, desde os megaeventos de Michael Jackson". É a definição textual que a produtora Palco Digital fornece do espetáculo que apresentará em três noites, entre hoje e quinta, no Via Funchal.

"Carmina Burana" foi encenada oito vezes em São Paulo nos últimos dez anos, com montagens típicas dessas duas concepções.

Entre as austeras, destaque para a do Muenchener Mottetten Chor, com a Sinfônica Brasileira, ao ar livre no Ibirapuera, em 1993. O novo espetáculo está bem mais próximo de uma encenação feita em 95 no Pacaembu. Como a música de Orff foi barbaramente reaproveitada em trilhas e vídeos publicitários, ela se torna o pretexto para um jogo de luzes e cores que foi moda com o Holiday on Ice.

Originariamente uma coleção musicada de poemas do século 12, encontrada há quase 200 anos numa abadia na Baviera, foi transformada por Orff em cantata muito bem escrita e de grande dramaticidade musical.

O espetáculo que vem a São Paulo tem a Orquestra Sinfônica Municipal, o Coral Municipal e o Coral Infantil ECO, sob a regência de Mário Zaccaro. Os três solistas são a soprano Berenice Barreira, o tenor Paulo Mandarino e o barítono Sebastião Teixeira. A direção cênica é de Rubens Velloso.

Espetáculo: Carmina Burana
Quando: 27, 28 e 29 de junho, às 21h30
Onde: Via Funchal (r. Funchal, 65, Vila Olímpia, tel. 3846-2300)
Quanto: de R$ 30 a R$ 120

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