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02/07/2001
-
12h10
ERIKA PALOMINO
da Folha de S.Paulo
Ronaldo Fraga fez um emocionante desfile na tarde de sábado na São Paulo Fashion Week. O evento termina amanhã, depois de mostrar 30 coleções da primavera-verão 2002, no parque Ibirapuera.
O jovem criador mineiro homenageou Zuzu Angel, estilista também mineira, morta em 76. Se Zuzu foi pioneira ao usar a moda para denunciar o regime militar no Brasil e tratar do desaparecimento de seu filho Stuart, em 71, também é pioneiro este verão de Ronaldo Fraga.
É a primeira vez que uma coleção desfilada na temporada de moda brasileira trata de um tema social com este viés. E mais: deu certo como moda, homenagem e sensível retrato do Brasil.
Ao ver passarem diante de seus olhos as modelos vestidas de anjos na procissão (referência explícita a Zuzu Angel), em estampas lúdicas como nuvens, andorinhas de azulejo e flores de pano de prato, muitas vezes em vestidos formato botijão. Ronaldo Fraga inventa o folk brasileiro e prova que moda não precisa ser fútil.
A música tem marchinhas de Carnaval em arranjo de coreto, em clima de "Brasil, ame-o ou deixe-o". Rolam desconforto e nó na garganta diante das camisas, vestidos e terninhos em estampa de cata-vento verde-amarelo.
Ainda que Ronaldo Fraga tenha dito que o lado dos protestos não estava na pauta, ele construiu imagens alusivas ao tema, de modo sutil e poético, como a camisa com um "procura-se" -com a imagem do próprio Fraga-, uma tipóia com faixa em verde-amarelo e o final, em listras vermelhas e brancas, terminando num vestido picotado vermelho. Sem falar no cenário de bonecos pendurados. Coisa de mestre.
Outro nome que é ícone do Brasil, Lino Villaventura, deixou o crachá de "moda brasileira" em casa (ainda bem) e fez somente uma coleção fragmentada em muitas cores, rendas e flores, desfilada na sexta.
Ótimo sinal: Villaventura livrou-se dos excessos e mostra, de modo depurado, suas vontades de moda, prontas para serem consumidas -agora vai abrir loja nos Jardins.
Raciocínio semelhante ocorre com o estilista Walter Rodrigues. Suas ciganas vão andar pelas calçadas e praias brasileiras no verão 2002. Maturidade e evolução, com silhuetas descompromissadas nas saias rodadas e construídas nos terninhos de ombros reforçados.
Leia mais notícias sobre a São Paulo Fashion Week
Ronaldo Fraga faz retrato do Brasil na São Paulo Fashion Week
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da Folha de S.Paulo
Ronaldo Fraga fez um emocionante desfile na tarde de sábado na São Paulo Fashion Week. O evento termina amanhã, depois de mostrar 30 coleções da primavera-verão 2002, no parque Ibirapuera.
O jovem criador mineiro homenageou Zuzu Angel, estilista também mineira, morta em 76. Se Zuzu foi pioneira ao usar a moda para denunciar o regime militar no Brasil e tratar do desaparecimento de seu filho Stuart, em 71, também é pioneiro este verão de Ronaldo Fraga.
É a primeira vez que uma coleção desfilada na temporada de moda brasileira trata de um tema social com este viés. E mais: deu certo como moda, homenagem e sensível retrato do Brasil.
Ao ver passarem diante de seus olhos as modelos vestidas de anjos na procissão (referência explícita a Zuzu Angel), em estampas lúdicas como nuvens, andorinhas de azulejo e flores de pano de prato, muitas vezes em vestidos formato botijão. Ronaldo Fraga inventa o folk brasileiro e prova que moda não precisa ser fútil.
A música tem marchinhas de Carnaval em arranjo de coreto, em clima de "Brasil, ame-o ou deixe-o". Rolam desconforto e nó na garganta diante das camisas, vestidos e terninhos em estampa de cata-vento verde-amarelo.
Ainda que Ronaldo Fraga tenha dito que o lado dos protestos não estava na pauta, ele construiu imagens alusivas ao tema, de modo sutil e poético, como a camisa com um "procura-se" -com a imagem do próprio Fraga-, uma tipóia com faixa em verde-amarelo e o final, em listras vermelhas e brancas, terminando num vestido picotado vermelho. Sem falar no cenário de bonecos pendurados. Coisa de mestre.
Outro nome que é ícone do Brasil, Lino Villaventura, deixou o crachá de "moda brasileira" em casa (ainda bem) e fez somente uma coleção fragmentada em muitas cores, rendas e flores, desfilada na sexta.
Ótimo sinal: Villaventura livrou-se dos excessos e mostra, de modo depurado, suas vontades de moda, prontas para serem consumidas -agora vai abrir loja nos Jardins.
Raciocínio semelhante ocorre com o estilista Walter Rodrigues. Suas ciganas vão andar pelas calçadas e praias brasileiras no verão 2002. Maturidade e evolução, com silhuetas descompromissadas nas saias rodadas e construídas nos terninhos de ombros reforçados.
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