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04/07/2001
-
08h29
MARCELO BARTOLOMEI
Editor de Entretenimento da Folha Online
Filmes de cangaço e do personagem Zé do Caixão, criado pelo cineasta José Mojica Marins, fazem mais sucesso no interior do Nordeste, garante o agricultor José Raimundo Cavalcante, o "Zé Sozinho", que por 30 anos levou filmes ao público que não tinha acesso a cinema.
Uma das táticas para obter sucesso nas projeções era mudar o nome dos filmes. "O que mais o povo gosta é Zé do Caixão e cangaço. Todo tipo e marca de filme eu já exibi", disse, orgulhoso de poder encontrar Zé do Caixão ao vivo durante o Cine Ceará, em Fortaleza, que homenageou Marins com uma mostra retrospectiva de seus filmes (o festival aconteceu de 22 a 28 de junho).
"Eu admiro bastante o Zé do Caixão. Ganhei muito dinheiro com ele. As fitas dele me deram muito de comer porque quando eu passava tinha certeza que iria dar dinheiro", afirmou.
E foi com o próprio Zé do Caixão que Cavalcante ousou na tentativa de manter os filmes o maior tempo em cartaz nos cinemas do Nordeste. O clássico "À Meia-noite Levarei Tua Alma" (1968), por exemplo, já foi batizado de "O Comedor de Defunto", "O Homem que o Diabo Levou" e "O Castigo do Homem que Comia Carne na Sexta-feira da Paixão", entre outros. Em 96, o filme desapareceu de seu acervo.
"Zé Sozinho" disse que já exibiu tanto os filmes de Zé do Caixão que ganhou até o apelido do ídolo por algum tempo pelas cidades por onde passava. "Uma vez arrumei um homem parecido com o Zé do Caixão, fiz um cartaz para 'O Castigo...', passei ele numa quinta-feira e chamou muito a atenção. O cartaz era feio, mas se tornava bonito porque era do filme do Zé do Caixão."
Com "Os Cangaceiros de Lampião", por exemplo, o agricultor disse ter feito a mesma coisa, mas em menor escala. O filme, segundo ele, lhe rendeu um bom faturamento, mas certa vez ele foi obrigado a mudar o nome do filme para homenagear uma pessoa da cidade onde estava exibindo a película para "Pedro, o Boiadeiro". Só em Caririaçu (CE), onde vive atualmente, passou dez vezes o mesmo filme.
"Eu compro as fitas em distribuidoras daqui da região. O aluguel de fitas lá em Caririaçu é R$ 1,50. E eu pego fitas "vencidas". A fita mais cara que eu comprei foi a do cangaceiro. Paguei R$ 25, mas o camarada me vendeu com cartaz e tudo mais que eu tinha direito", disse.
O jornalista Marcelo Bartolomei viajou a convite da organização do Cine Ceará
OUÇA AGORA uma demonstração que Zé Sozinho fez para a Folha Online.
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Editor de Entretenimento da Folha Online
Filmes de cangaço e do personagem Zé do Caixão, criado pelo cineasta José Mojica Marins, fazem mais sucesso no interior do Nordeste, garante o agricultor José Raimundo Cavalcante, o "Zé Sozinho", que por 30 anos levou filmes ao público que não tinha acesso a cinema.
Jarbas Oliveira/Divulgação |
"Zé Sozinho" e Zé do Caixão, durante o Cine Ceará |
"Eu admiro bastante o Zé do Caixão. Ganhei muito dinheiro com ele. As fitas dele me deram muito de comer porque quando eu passava tinha certeza que iria dar dinheiro", afirmou.
E foi com o próprio Zé do Caixão que Cavalcante ousou na tentativa de manter os filmes o maior tempo em cartaz nos cinemas do Nordeste. O clássico "À Meia-noite Levarei Tua Alma" (1968), por exemplo, já foi batizado de "O Comedor de Defunto", "O Homem que o Diabo Levou" e "O Castigo do Homem que Comia Carne na Sexta-feira da Paixão", entre outros. Em 96, o filme desapareceu de seu acervo.
"Zé Sozinho" disse que já exibiu tanto os filmes de Zé do Caixão que ganhou até o apelido do ídolo por algum tempo pelas cidades por onde passava. "Uma vez arrumei um homem parecido com o Zé do Caixão, fiz um cartaz para 'O Castigo...', passei ele numa quinta-feira e chamou muito a atenção. O cartaz era feio, mas se tornava bonito porque era do filme do Zé do Caixão."
Com "Os Cangaceiros de Lampião", por exemplo, o agricultor disse ter feito a mesma coisa, mas em menor escala. O filme, segundo ele, lhe rendeu um bom faturamento, mas certa vez ele foi obrigado a mudar o nome do filme para homenagear uma pessoa da cidade onde estava exibindo a película para "Pedro, o Boiadeiro". Só em Caririaçu (CE), onde vive atualmente, passou dez vezes o mesmo filme.
"Eu compro as fitas em distribuidoras daqui da região. O aluguel de fitas lá em Caririaçu é R$ 1,50. E eu pego fitas "vencidas". A fita mais cara que eu comprei foi a do cangaceiro. Paguei R$ 25, mas o camarada me vendeu com cartaz e tudo mais que eu tinha direito", disse.
O jornalista Marcelo Bartolomei viajou a convite da organização do Cine Ceará
OUÇA AGORA uma demonstração que Zé Sozinho fez para a Folha Online.
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