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04/07/2001
-
04h48
LEONARDO CRUZ
da Folha de S.Paulo, em Londres
Qual a diferença que um dia faz na vida de alguém? Sucesso dos anos 50 na voz de Dinah Washington, a canção de jazz "What a Difference a Day Makes" respondia que um só dia era capaz de mudar tudo no mundo.
E qual a diferença de um dia para um asilado político? Atrás da resposta, a fotógrafa brasileira Letícia Valverdes entrou em contato com 26 famílias de asilados no Reino Unido e desenvolveu o projeto "A Day Out Can Make a Difference" (Um Dia de Passeio Pode Fazer Diferença).
De março a maio deste ano, Letícia levou as famílias para passeios por pontos turísticos londrinos escolhidos pelos próprios asilados. São locais como o Palácio de Buckingham, a Tate Modern Gallery, a roda gigante London Eye e o Hyde Park.
O resultado dessas jornadas pode ser visto na exposição grátis no Riverside Studios, em Londres, até domingo.
"Essas pessoas são geralmente retratadas em situações de miséria e medo. Queria mostrar um outro lado, com gente se divertindo e tendo um pouco de alegria", afirma Letícia. A cada ano, mais de 70 mil pessoas pedem asilo político no Reino Unido, o índice mais alto da Europa. São refugiados de países em constante tensão política, principalmente do Leste Europeu e da África.
No Reino Unido, os asilados são cadastrados pelo governo britânico e têm de esperar até quatro anos para saber se poderão residir definitivamente no país. Nesse período, moram em acomodações -em geral, albergues- custeadas pelo governo, recebem cupons para comprar comida e não podem trabalhar.
"Quando chegam aqui, essas famílias não falam o idioma, não têm dinheiro e têm até dificuldade para sair do abrigo", conta Letícia, citando grupo de asilados que, apesar de estar há dez meses em Londres, nunca tinha visto o Tâmisa, rio que corta a cidade.
Durante o projeto, a fotógrafa deu para cada grupo uma câmera descartável para que pudessem registrar suas próprias imagens. As fotos feitas foram agrupadas em álbuns e seriam exibidas na mostra, ao lado dos registros de Letícia. "Os asilados ficaram tão apegados a esses álbuns que não permitiram que eles ficassem na exposição", diz a fotógrafa.
Brasileira registra um dia de asilados em Londres em fotografias
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da Folha de S.Paulo, em Londres
Qual a diferença que um dia faz na vida de alguém? Sucesso dos anos 50 na voz de Dinah Washington, a canção de jazz "What a Difference a Day Makes" respondia que um só dia era capaz de mudar tudo no mundo.
E qual a diferença de um dia para um asilado político? Atrás da resposta, a fotógrafa brasileira Letícia Valverdes entrou em contato com 26 famílias de asilados no Reino Unido e desenvolveu o projeto "A Day Out Can Make a Difference" (Um Dia de Passeio Pode Fazer Diferença).
De março a maio deste ano, Letícia levou as famílias para passeios por pontos turísticos londrinos escolhidos pelos próprios asilados. São locais como o Palácio de Buckingham, a Tate Modern Gallery, a roda gigante London Eye e o Hyde Park.
O resultado dessas jornadas pode ser visto na exposição grátis no Riverside Studios, em Londres, até domingo.
"Essas pessoas são geralmente retratadas em situações de miséria e medo. Queria mostrar um outro lado, com gente se divertindo e tendo um pouco de alegria", afirma Letícia. A cada ano, mais de 70 mil pessoas pedem asilo político no Reino Unido, o índice mais alto da Europa. São refugiados de países em constante tensão política, principalmente do Leste Europeu e da África.
No Reino Unido, os asilados são cadastrados pelo governo britânico e têm de esperar até quatro anos para saber se poderão residir definitivamente no país. Nesse período, moram em acomodações -em geral, albergues- custeadas pelo governo, recebem cupons para comprar comida e não podem trabalhar.
"Quando chegam aqui, essas famílias não falam o idioma, não têm dinheiro e têm até dificuldade para sair do abrigo", conta Letícia, citando grupo de asilados que, apesar de estar há dez meses em Londres, nunca tinha visto o Tâmisa, rio que corta a cidade.
Durante o projeto, a fotógrafa deu para cada grupo uma câmera descartável para que pudessem registrar suas próprias imagens. As fotos feitas foram agrupadas em álbuns e seriam exibidas na mostra, ao lado dos registros de Letícia. "Os asilados ficaram tão apegados a esses álbuns que não permitiram que eles ficassem na exposição", diz a fotógrafa.
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