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06/07/2001
-
05h22
ERIKA PALOMINO
JACKSON ARAUJO
da Folha de S.Paulo
Depois de 30 desfiles da São Paulo Fashion Week, mais os 19 da Casa de Criadores, termina a temporada oficial de lançamentos para a primavera-verão 2001/2002 em São Paulo. O balanço final celebra como melhores desfiles os masculinos de Alexandre Herchcovitch e o da Ellus, o de Reinaldo Lourenço, Ronaldo Fraga, Sommer, Cavalera e Blue Man, os que conjugaram esforços estilísticos, montagens originais, stylings diferenciados e imagens de passarela inesquecíveis.
A 11ª edição da São Paulo Fashion Week marca o que seria o início da personalidade brasileira na moda: o uso da manufatura e do artesanato combinado com artifícios de alta tecnologia (materiais e técnicas); a maneira bem-resolvida e sensual de lidar com o corpo e o modo misturado, caótico, pós-moderno de enxergar a moda e o mundo.
Alguns dos melhores desfiles do evento conseguiram isso. Ronaldo Fraga fez nessa estação um desfile antológico, instalando o que seria um folk brasileiro, com pesquisa no universo cultural e fashion nacional (no caso, a vida da estilista Zuzu Angel), na apresentação que arrancou lágrimas de muita gente na platéia e nos bastidores. Um marco.
Com Reinaldo Lourenço, um trabalho autoral que funde étnico e futurista, em exercícios formais que usam o artesanato para looks modernos e atemporais. Na Blue Man, o melhor do beachwear "made in Brazil", formas inspiradas nos anos 70 e o único a trazer a atitude da praia para a passarela.
Dois estilistas tiveram a iniciativa de se renovar, Walter Rodrigues e Lino Villaventura, saindo do lado vencedor das roupas de festa para começar a jogar no das peças intercambiáveis. No seu feminino, também Herchcovitch merece destaque por exercitar-se ao máximo com as técnicas da costura, colocando pequenas correntes que funcionam como pesos nas roupas, numa iniciativa de criação e estilo.
No jeans, outro gol certo da moda brasileira, a tecnologia avança a passos largos, principalmente nas grandes marcas do gênero: a M.Officer trabalha o reciclado; a Zoomp evolui nas listras, nas formas e nas misturas com a lingerie; a Forum acerta no approach 70, e a Iódice, no duplo cós.
Terminados os desfiles, saem as chamadas tendências -o que vai ser moda, afinal, no verão 2002? Vai ter bastante branco e off-white, mas o preto está em alta. Vamos ver muitas e multicoloridas estampas. Listras e flores de todas as formas, além das simpáticas bolinhas. Marinheiros e surfistas aparecem de todos os modos possíveis e são as imagens mais consistentes do masculino.
No feminino, a saia (pelo joelho, em A, míni, com pregas, longa) é a forma, junto com a pantalona. O amarelo pontua tudo, seguido do vermelho. No masculino, o hype é o azul. A cintura é marcada por cintões e corselets e aparece mais elevada. Tules, fitas, franzidos e frufrus serão bem-vindos.
Leia mais notícias sobre a São Paulo Fashion Week
Moda brasileira começa a se definir
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JACKSON ARAUJO
da Folha de S.Paulo
Depois de 30 desfiles da São Paulo Fashion Week, mais os 19 da Casa de Criadores, termina a temporada oficial de lançamentos para a primavera-verão 2001/2002 em São Paulo. O balanço final celebra como melhores desfiles os masculinos de Alexandre Herchcovitch e o da Ellus, o de Reinaldo Lourenço, Ronaldo Fraga, Sommer, Cavalera e Blue Man, os que conjugaram esforços estilísticos, montagens originais, stylings diferenciados e imagens de passarela inesquecíveis.
A 11ª edição da São Paulo Fashion Week marca o que seria o início da personalidade brasileira na moda: o uso da manufatura e do artesanato combinado com artifícios de alta tecnologia (materiais e técnicas); a maneira bem-resolvida e sensual de lidar com o corpo e o modo misturado, caótico, pós-moderno de enxergar a moda e o mundo.
Alguns dos melhores desfiles do evento conseguiram isso. Ronaldo Fraga fez nessa estação um desfile antológico, instalando o que seria um folk brasileiro, com pesquisa no universo cultural e fashion nacional (no caso, a vida da estilista Zuzu Angel), na apresentação que arrancou lágrimas de muita gente na platéia e nos bastidores. Um marco.
Com Reinaldo Lourenço, um trabalho autoral que funde étnico e futurista, em exercícios formais que usam o artesanato para looks modernos e atemporais. Na Blue Man, o melhor do beachwear "made in Brazil", formas inspiradas nos anos 70 e o único a trazer a atitude da praia para a passarela.
Dois estilistas tiveram a iniciativa de se renovar, Walter Rodrigues e Lino Villaventura, saindo do lado vencedor das roupas de festa para começar a jogar no das peças intercambiáveis. No seu feminino, também Herchcovitch merece destaque por exercitar-se ao máximo com as técnicas da costura, colocando pequenas correntes que funcionam como pesos nas roupas, numa iniciativa de criação e estilo.
No jeans, outro gol certo da moda brasileira, a tecnologia avança a passos largos, principalmente nas grandes marcas do gênero: a M.Officer trabalha o reciclado; a Zoomp evolui nas listras, nas formas e nas misturas com a lingerie; a Forum acerta no approach 70, e a Iódice, no duplo cós.
Terminados os desfiles, saem as chamadas tendências -o que vai ser moda, afinal, no verão 2002? Vai ter bastante branco e off-white, mas o preto está em alta. Vamos ver muitas e multicoloridas estampas. Listras e flores de todas as formas, além das simpáticas bolinhas. Marinheiros e surfistas aparecem de todos os modos possíveis e são as imagens mais consistentes do masculino.
No feminino, a saia (pelo joelho, em A, míni, com pregas, longa) é a forma, junto com a pantalona. O amarelo pontua tudo, seguido do vermelho. No masculino, o hype é o azul. A cintura é marcada por cintões e corselets e aparece mais elevada. Tules, fitas, franzidos e frufrus serão bem-vindos.
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