Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/06/2000 - 04h29

Crítica de TV: Megera das seis tem de ser domada

Publicidade

FRANCISCO MARTINS DA COSTA
da Folha de S. Paulo

Durante a festa de lançamento da novela "O Cravo e a Rosa", domingo, em São Paulo, a Rede Globo exibiu um making of em que Adriana Esteves, protagonista da produção, dizia: "Fazer comédia não é fácil, exige um tempo, um 'timing' muito difícil. Ou dá certo ou não dá".

O capítulo de estréia mostrou que ela tinha razão. É difícil mesmo, e pouca coisa deu certo.

Mas não foi só Adriana que não encontrou o tal do "timing" ideal. Praticamente o elenco inteiro precisa acertar o tom.

Se Adriana faz caretas e exagera nos gestos e na caracterização de sua Catarina o tempo todo, outros personagens, como os pretendentes João Vitti e Eduardo Moscovis e a irmã Leandra Leal, fazem outra linha totalmente diferente.

É como se Adriana tivesse acabado de sair do caricato "Garotas do Programa", Vitti e Moscovis estivessem desembarcando diretamente da grotesca "Uga Uga", e Leandra Leal e Rodrigo Faro viessem da romântica "Força de um Desejo".

Vamos ver se Walter Avancini consegue domar a megera da trama e corrigir a harmonia e a evolução de mais essa novela. Caso não tenha êxito na empreitada, espera-se ao menos que propicie boas oportunidades para que Ney Latorraca, Maria Padilha, Suely Franco, Pedro Paulo Rangel e Ana Lúcia Torre possam exibir sua calibrada veia cômica.

Mas nem tudo está perdido em "O Cravo e a Rosa". A trama é ótima, simples e adequada para a faixa das seis. Mais uma vez, a Globo mostra que não está disposta a arriscar e, a exemplo de "A Muralha", faz o remake do remake com essa novela. Esta é a terceira versão de "A Megera Domada", de William Shakespeare, em forma de novela, e nas outras vezes em que foi exibida ("A Indomável, de 1965, com Aracy Cardoso e Edson França, na TV Excelsior, e "O Machão", de 1974, com Antônio Fagundes e Maria Isabel de Lizandra, na Rede Tupi) a trama foi um retumbante sucesso de audiência.

Por fim, uma pergunta: já existiam calças jeans no Brasil na década de 20? As que Eduardo Moscovis vestia no capítulo de estréia da novela, com barra dobrada e tudo, lembravam mais uma cena de "Juventude Transviada" do que de "O Golpe de Mestre".

Clique aqui para ler mais de Ilustrada na Folha Online

Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página