16/07/2001 - 10h19

Rolim Amaro pesquisava história paraguaia

CYNARA MENEZES
da Folha de S. Paulo

A vida de Elisa Lynch interessou a escritores como Eduardo Galeano ou o paraguaio Augusto Roa Bastos, que fala dela em seu último livro, "Los Conjurados del Quilombo del Gran Chaco", escrito em parceria com Eric Nepomuceno, Omar Prego Gadea e Alejandro Maciel.

Mas por que, afinal, o presidente de uma companhia aérea brasileira se interessaria pela biografia da mulher de um presidente paraguaio?

Michael Lillis explica: "Rolim tinha um interesse enorme na história do Paraguai. Na sua biblioteca privada, há inclusive documentos históricos sobre o país. Foi ele quem me incentivou a escrever a biografia", conta.

Segundo Lillis, que conheceu o comandante brasileiro depois que este deixou a diplomacia e se tornou empresário do setor de transporte aéreo, há dez anos ("fui eu quem lhe arrendou o primeiro avião, quando a TAM estava começando", diz), Rolim foi o responsável pela introdução da parte musical da biografia de Elisa Lynch, influenciadora da música popular paraguaia.

Polca

"Quando ela veio de Paris, trouxe músicos e instrumentos. E trouxe também a polca, que de alguma maneira penetrou na música do Paraguai.

Tudo isso me foi apresentado por Rolim, que tinha uma coleção enorme de música paraguaia. Ele era membro de nossa equipe. Não podia participar de todas as reuniões, mas formou parte de nosso grupo."

A equipe de pesquisadores conta com três paraguaios, um brasileiro, três europeus, dois norte-americanos e um argentino. Entre eles está o professor do Departamento de Ciência Política da Unicamp, Ricardo Maranhão, e o prefeito de Assunção, Martín Burt, um especialista em genealogia paraguaia.

Os deslocamentos feitos pelos pesquisadores para Irlanda, França, Inglaterra e Paraguai eram custeados pela TAM, que garantiu à Folha, por meio de sua assessoria de imprensa, que continuará dando apoio ao projeto.