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29/06/2000 - 03h03

Zé Celso recorrerá ao Ministério Público

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da Folha de S.Paulo

O diretor José Celso Martinez Corrêa, 62, está se municiando de pareceres de advogados e arquitetos para entrar com um processo no Ministério Público Estadual contra o projeto do Bela Vista Festival Center, em São Paulo, vizinho que se anuncia para 2003.

Zé Celso discorda da decisão do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado (Condephaat), que em 1997 emitiu laudo favorável à construção.

Para a professora Raquel Rolnik, por exemplo, coordenadora de mestrado em urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas, o shopping "derruba o teatro ao anular por completo a possibilidade de esse se abrir para a cidade".

Em documento elaborado a pedido do encenador, ela diz que o empreendimento contraria a proposta seminal de Lina Bo Bardi de transformar "o teatro em rua, o palco em praça, opondo o fechamento total à abertura absoluta para a rua". Na opinião de Rolnik, a "análise urbanística que aprovou o projeto foi completamente parcial e incompleta".

Em abril passado, o presidente do Condephaat, José Roberto Melhem, 58, confirmou à Folha a aprovação do pré-projeto, mas ressalvou que tudo depende ainda da liberação do projeto final.

O arquiteto Rodolpho Dini, 64, diretor do Escritório Técnico Julio Neves, disse que a obra precisa de uma nova rodada de aprovações junto aos órgãos de conservação para conseguir o alvará de construção.

"Existem várias formas de tombamento de um imóvel. Pode ser sua fachada ou ele por inteiro, por exemplo. No caso do Oficina, ele não se enquadra na área envoltória que protege o patrimônio num raio de 300 metros", afirma Dini. "Não quer dizer que o teatro não deva ser tombado e respeitado."

O engenheiro Eduardo Velucci, 36, não aceita a designação de shopping para o Bela Vista Festival Center. Alega se tratar de outro conceito, "um complexo de lazer, cultura e entretenimento, com salas de teatro, cinema, uma casa de shows e um parque infantil", entre outras atividades.

Velucci diz que o projeto está inserido na Operação Urbana Centro, instrumento aprovado pela Câmara Municipal em 1997 e que permite construções além do limite fixado pelo zoneamento. O Grupo Silvio Santos pode usar até 80,6% da área total do terreno.

"Queremos permanecer na Bela Vista justamente porque nascemos aqui em 1962", afirma. Velucci calcula que o shopping vai gerar 3.000 empregos diretos e 9.000 indiretos. Ele aposta na revitalização do bairro. "Outros empresários virão."

(VALMIR SANTOS)

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