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23/08/2001 - 02h40

"Jornal de Resenhas" vai da banca para lojas

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FRANCESCA ANGIOLILLO
da Folha de S. Paulo

Desde março de 95, o "Jornal de Resenhas" sai todos os meses encartado na Folha. Até abril deste ano, foram 73 edições. Ou 1.370 textos. Ou 1.200 livros resenhados. Ou 550 colaboradores analisando a produção literária do país, especialmente ensaios, empenhados em verter para uma linguagem acessível ao público do periódico o sumo da academia.

O resultado de todas as vezes em que as máquinas rodaram para produzir o "Jornal de Resenhas" está compilado em dois volumes -ou 2.094 páginas-, lançados esta noite em São Paulo.

Milton Meira do Nascimento, 54, é o organizador do volume. Ele pensa a publicação, com outros professores universitários, desde o número 1, cuja capa chamava para as "Imagens de Sérgio Buarque" e para as "Ficções" de Jorge Luis Borges.

O professor de ética e filosofia política da Universidade de São Paulo diz que a idéia do caderno que fundou era fazer com que a produção acadêmica ultrapassasse "os muros da universidade".

Além disso, ressalta, outra meta do caderno era pavimentar o terreno para a "crítica saudável". Quanto a este aspecto, acha que a idéia avançou, mas ainda há o que fazer. "O autor do livro tem medo de ser atingido, e o resenhista, de melindrar o autor", diz Meira, que vê no caderno um espaço para desenvolver uma atividade crítica "teórica, e não pessoal".

Um terceiro objetivo, porém, se cristaliza tanto no caderno mensal como na compilação: o de aproximar os estudantes da produção de pensamento. "A resenha é como uma ante-sala para o aluno, um acesso ao livro", diz.

O organizador conta que havia muita demanda, principalmente por bibliotecas, pela coleção completa do "Jornal de Resenhas".
Isso mostrou que seria importante indexar todas essas "ante-salas" da academia. Assim, desde o quinto aniversário, no ano passado, Meira tenta organizar os volumes. Pensou primeiro em uma seleção -"mas ter um corpo de jurados para escolher poderia ser complicado e a idéia era fazer um livro como obra de referência".

A intenção é que, a partir de agora, se publique a cada ano a versão integral dos cadernos, o que seria economicamente mais viável tanto para editores como para leitores. A compilação atual deve também sair em CD-ROM.

Fazendo eco às explanações do colega, Franklin de Matos -que, em 97, sucedeu Meira como editor responsável do "Jornal de Resenhas"-, ressalta a missão de mesclar "profundidade de análise e clareza". "Apuramos essa idéia desde o princípio, mas no começo não foi fácil. Individualmente, vamos buscando e aprendendo o ponto de equilíbrio", diz o professor, 51, que leciona estética, também na USP.

Apesar de virem da mesma comunidade, ambos se mostram satisfeitos com a amplitude do painel que o caderno vem traçando.

Para Meira, o jornal "mobilizou 80% dos professores mais importantes do Brasil na área de humanidades". Já Matos realça a expansão do corpo de resenhistas: "Com a adesão de outras universidades, está deixando de ser paulista e uspiano, o que é uma conquista do jornal".

E, quando a reportagem pergunta que momento foi marcante nestes seis anos, os dois também respondem em uníssono: a entrada, para a equipe, do artista plástico Amilcar de Castro, responsável, nos anos 60, pela revolucionária reforma visual do "Jornal do Brasil". Foi o escultor mineiro que, em 99, deu ao "Jornal de Resenhas" o projeto gráfico que se mantém até hoje.

JORNAL DE RESENHAS
dois volumes, com 1.200 textos, escritos por 550 colaboradores do caderno.
Organização: Milton Meira do Nascimento.
Editora: Discurso Editorial (tel. 0/xx/11/3818-5383). 2.094 págs. R$ 150.
Lançamento: hoje, às 19h, no Avenida Club (av. Pedroso de Morais, 1.036, tel. 0/xx/11/3814-7383).



 

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