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23/08/2001 - 21h55

Letícia Spiller protagoniza "O Falcão e o Imperador" em Campinas

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CRISTINA CAROLA
da Folha de S.Paulo

"É um encontro de almas, eles são buscadores." O que eles buscam? A liberdade, a ascensão. Em uma frase, que sintetiza, mas não explica "O Falcão e o Imperador", as atrizes Jac Fagundes, 38, e Letícia Spiller, 28, resumem o projeto -"tecnologia e espiritualidade, amor e modernidade". É esse o espírito da montagem, apresentada em Campinas.

Letícia, Jac e Daniela Visco criaram um espetáculo multimídia, com questionamentos contemporâneos -as dualidades bem e mal, masculino e feminino, vida e morte.

Em uma hora e dez minutos, as atrizes, ou o falcão e o imperador, tentam sugar os sentidos do poema "Ascese - Os Salvadores de Deus", do grego Nikos Kazantzákis (autor de "Zorba, O Grego" e "A Última Tentação de Cristo"), e de parte dos 30 mil versos que o poeta persa Jalal ud-Din Rumi escreveu no século 13 em memória de seu amante Shams de Tabriz.

"É um texto bonito, apaixonante. A primeira vez que eu o li foi como flechas. Traz mais poesia para o caos. É tanta correria, loucura, compromisso, mas onde fica o gozo?", questiona Letícia.

Na montagem, o imperador toma o lugar de Rumi e o falcão, de Tabriz. O relacionamento entre eles, porém, é mais sutil que o de Rumi e Tabriz, descreve Jac. "Acontece na alma, por isso é erótico, porque erótica é a alma."

Em "O Falcão e o Imperador", Deus encontra seu amante. Cada personagem tem sua busca que, a partir do encontro, se mescla, some, aparece. Eles procuram o caminho da liberdade. "Um depende do outro. Para mim, um é o outro", diz Letícia.

O imperador questiona as dualidades e o falcão, por seu lado, traz uma "proposta nova, valoriza o presente".

"Escolhemos dois arquétipos [imperador e falcão" para poder fazer a nossa dramaturgia, podia ser o sol e a lua. Se fossem duas pessoas interpretando um tratado ia ficar duro. O tratado de Kazantzákis, que fala da luta pela liberdade, é um poema contemporâneo, e Rumi é lírico, apaixonado."

Nenhuma das atrizes revela detalhes do roteiro da montagem. Letícia diz que não é Deus, mas também não diz que não é. Vamos deixar assim, a atriz interpreta uma metáfora de Deus. "Se eu falar demais, acabo revelando, é tão simples", justifica Letícia, que está estreando na direção.

O cenário limpo, de telas que servem às projeções de imagens e grafismos de Muti Randolph, "traz para o agora esses textos, que foram escritos há tanto tempo".

A música é um caso à parte nessa montagem. Daniela, que assina a direção, também é responsável pela trilha sonora -uma a cada apresentação. "Deixa supervivo, tem de estar atenta. A música tem presença forte. Ela, às vezes, muda a energia da cena", diz Jac.

A pesquisa demorou dois anos e, finalmente, estreou este mês, no Sul. Campinas será a única cidade do Estado a receber a peça, pelo menos até o ano que vem.

Em setembro, Letícia deixa de se dedicar exclusivamente ao teatro e começa a gravar o novo longa de Fábio Barreto, "Paixão de Jacobina".

Ela conta que o convite (recusado) para ser protagonista de "O Clone", próxima novela da Rede Globo, veio junto com o patrocínio para o projeto teatral. "Se eu adiasse, talvez nem fizesse."

O quê: "O Falcão e o Imperador"
Quando: sáb., às 21h, e dom., às 19h
Onde: Teatro Castro Mendes (pça. Corrêa de Lemos, s/nº, Vila Industrial
Quanto: R$ 30, R$ 15 (estudante) e R$ 20 (inteira, antecipada e Correio-card -para duas pessoas)
Informações: 0/xx/19/3272-9359

Veja agora a programação do fim de semana
 

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