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05/09/2001
-
02h29
da Folha de S. Paulo
Um dos maiores símbolos da trajetória artística e política de Ruth Escobar (Iacov Hillel, José Rubens Siqueira, Márcio Aurélio, não importa a trincheira, todos são unânimes em ressalvar a "resistência cultural" que assumiu durante o regime militar), o teatro que leva seu nome, na rua dos Ingleses, no bairro paulistano da Bela Vista, é alvo de novo imbróglio.
Vendido para a Associação de Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (Apetesp) em 1996, por R$ 5,5 milhões, graças a recursos captados pela própria dona do teatro -por meio de renúncia fiscal de empresas como Telesp, Eletrobras e Indústrias Votorantim-, o teatro ainda não teve sua dívida saldada com Ruth Escobar.
Segundo o presidente da Apetesp, o também ator e dramaturgo Marcos Caruso, 49, foram pagos R$ 4,4 milhões. "Resta R$ 1,1 milhão, que corrigido chega hoje a cerca de R$ 1,8 milhão", afirma. Por conta da dificuldade da associação em captar tal quantia e quitá-la, Ruth propôs a retomada da sala Dina Sfat, a maior das três do teatro, com 390 lugares (a sala Gil Vicente tem 320 e a Myriam Muniz, 60).
A Apetesp concorda com a ocupação, mas a contraproposta é de que ela se dê no período de dois anos e redunde no abatimento da dívida por meio de um aluguel mensal simbólico.
"É uma piada, é imoral", diz Ruth, sobre a contraproposta. "Eles me dariam o meu teatro por dois anos e eu me pagaria com o meu dinheiro, mas o teatro é meu."
Se Ruth executar na Justiça o contrato de venda, terá que devolver 70% do que recebeu até aqui (R$ 4,4 milhões), e a Apetesp seria obrigada por lei a completar os outros 30% (praticamente o valor da dívida que resta, R$ 1,8 milhão). Ambos entendem que essa medida não seria lucrativa e tentam acordo. Nesta semana, Ruth ligou para Caruso e acenou com chance de nova intermediação sua para captar o dinheiro que resta.
Apetesp negocia sua dívida com teatro de Ruth Escobar
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Um dos maiores símbolos da trajetória artística e política de Ruth Escobar (Iacov Hillel, José Rubens Siqueira, Márcio Aurélio, não importa a trincheira, todos são unânimes em ressalvar a "resistência cultural" que assumiu durante o regime militar), o teatro que leva seu nome, na rua dos Ingleses, no bairro paulistano da Bela Vista, é alvo de novo imbróglio.
Vendido para a Associação de Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (Apetesp) em 1996, por R$ 5,5 milhões, graças a recursos captados pela própria dona do teatro -por meio de renúncia fiscal de empresas como Telesp, Eletrobras e Indústrias Votorantim-, o teatro ainda não teve sua dívida saldada com Ruth Escobar.
Segundo o presidente da Apetesp, o também ator e dramaturgo Marcos Caruso, 49, foram pagos R$ 4,4 milhões. "Resta R$ 1,1 milhão, que corrigido chega hoje a cerca de R$ 1,8 milhão", afirma. Por conta da dificuldade da associação em captar tal quantia e quitá-la, Ruth propôs a retomada da sala Dina Sfat, a maior das três do teatro, com 390 lugares (a sala Gil Vicente tem 320 e a Myriam Muniz, 60).
A Apetesp concorda com a ocupação, mas a contraproposta é de que ela se dê no período de dois anos e redunde no abatimento da dívida por meio de um aluguel mensal simbólico.
"É uma piada, é imoral", diz Ruth, sobre a contraproposta. "Eles me dariam o meu teatro por dois anos e eu me pagaria com o meu dinheiro, mas o teatro é meu."
Se Ruth executar na Justiça o contrato de venda, terá que devolver 70% do que recebeu até aqui (R$ 4,4 milhões), e a Apetesp seria obrigada por lei a completar os outros 30% (praticamente o valor da dívida que resta, R$ 1,8 milhão). Ambos entendem que essa medida não seria lucrativa e tentam acordo. Nesta semana, Ruth ligou para Caruso e acenou com chance de nova intermediação sua para captar o dinheiro que resta.
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