Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/09/2001 - 03h01

Esquenta a guerra de audiência das TVs no sábado

Publicidade

DIEGO ASSIS
RODRIGO DIONISIO

da Folha de S.Paulo

Se a disputa dominical entre Faustão e Gugu perdeu a graça, por permanecer com resultado inalterado há tempos, as tardes de sábado da TV aberta prometem novas emoções.

"Caldeirão do Huck", na Globo, "Programa Raul Gil", na Record, e "Sabadobom", no SBT, são os concorrentes.

Raul Gil e Luciano Huck já se enfrentam há mais de um ano, com vitórias alternadas. O SBT apimenta a batalha desde o primeiro sábado deste mês com Carla Perez e seu "Canta e Dança", Babi no "Programa Livre" e Celso Portiolli com o "Curtindo uma Viagem", numa maratona vespertina, o tal "Sabadobom".

O líder atual da contenda, Raul Gil, não poupa a concorrência. "Todos esses aí estão começando e precisam de tempo para ganhar credibilidade. Quando comecei, levava pau direto".

Para o apresentador, hegemônico na audiência há pelo menos dois meses, tudo se resume a falar para o público certo. "O SBT mudou a Carla Perez e o Portiolli para o sábado sem imaginar que, nesse horário, a molecada não fica em casa vendo televisão; está no shopping."

Seu maior trunfo, diz, foi conquistar uma audiência mais "família", espalhada pelo Brasil, com os concursos de calouros, que hoje contam com 7 mil inscritos e foram responsáveis também pelo estouro dos acessos a seu site na internet.

"As pessoas torcem para os calouros, que ficam meses no ar. E, no final das contas, pago no máximo R$ 10 mil para cada vitorioso. É o programa de cinco horas mais barato da televisão brasileira", afirma o apresentador.

Mas, de acordo com ele, que chegou a tirar os quadros do chapéu e do banquinho do programa por falta de espaço, a situação está sujeita a mudar de repente.

"Amanhã, as pessoas podem acabar enjoando do formato. Aí, se mudar de emissora, não descarto a possibilidade de fazer um programa com mulheres de bunda de fora. Mas tem que ser um negócio bonito", ressalta Raul Gil.

Luciano Huck, representante da Globo na batalha do sábado com seu "Caldeirão do Huck", paga tributo a Raul Gil e, de certa forma, explica sua queda de audiência com a experiência do outro. "Ele é o rei do sábado há 40 anos. A hegemonia sempre foi dele, não minha."

Desde o começo do ano, entretanto, o "Caldeirão" liderava no sábado.

"Quando o meu programa estreou, em abril do ano passado, começamos a testar várias fórmulas, até dezembro. Nesse período, a disputa ficou acirrada. Depois, quando encontramos um formato, ficamos sete meses sem perder", diz.

A explicação para o fim desse período de liderança também tem por fundamento a qualidade do concorrente: "O Raul Gil, que é macaco velho, resolveu se mexer e virou o jogo".

E, para Huck, ter insistido na fórmula que deu ao "Caldeirão" a série de vitórias sobre a atração da Record pode ter motivado a fuga dos telespectadores, cansados da falta de novidade. "Agora é a minha vez de mudar."

Segundo o apresentador, o período em que o "Caldeirão" se manteve liderando a disputa do ibope garantiu fôlego à atração e tira das atuais derrotas o tom de tragédia (o programa anterior da Globo a concorrer com Raul Gil, o "Samba Pagode e Cia.", saiu logo do ar, depois de algumas surras na audiência).

"Queremos reconquistar os olhos e corações do público para o sábado da Globo, e isso leva um tempo. Mas, felizmente, a cobrança que há é de qualidade e não quantidade de audiência", afirma Huck em tom populista.

Sobre Raul Gil, o apresentador não economiza elogios, numa política da boa vizinhança. "Eu tiro o meu chapéu para ele. É excelente ter uma concorrência com um nível desses. No final, quem ganha nessa batalha é o cara que comprou a televisão, o telespectador."

Sobre a investida do canal de Silvio Santos, ele diz: "O SBT já tentou antes concorrer com a gente, com a Carla Perez, o "Fantasia", sei lá. E não deu certo".

O exército do SBT

Há dois sábados, quem liga a TV na tarde do SBT encontra as seguintes atrações: às 14h30, "Canta e Dança"; 15h30, "Programa Livre"; e 17h15, "Curtindo uma Viagem".

Esse é o "Sabadobom", que ressuscita a atração de Carla Perez, traz Babi das noites para a tarde e Celso Portiolli do domingo para o sábado.

Aliás, os dois últimos comemoram as mudanças de seus programas, principalmente Portiolli. "Quando concorria com a Xuxa, meu ibope não passava dos 4 pontos de média. Na estréia de sábado, subi para 8 pontos", afirma.

O apresentador diz que não pretende entrar na briga pelo primeiro lugar com seu concorrente direto. "Para bater o Raul Gil, só mesmo fazendo um programa popular. O perfil do "Curtindo" é mais jovem. No fundo, vamos tirar uns pontinhos da Globo", diz o apresentador.

Considerado um dos favoritos de Silvio Santos, com quem divide a direção do programa, Portiolli garante que topa qualquer coisa para reforçar mais ainda o desempenho do SBT.

"Não adianta se especializar em um público, tem que ser versátil. Estou aprendendo muito com o Silvio. Uma aula dessas não tem preço."

CALDEIRÃO DO HUCK, Globo, às 14h30
PROGRAMA RAUL GIL, Record, às 13h
SABADOBOM, SBT, às 14h30


 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página