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10/09/2001
-
10h36
free-lance para a Folha de S.Paulo
Ian McCullogh sempre gostou de entrevistas. Nelas esculhambou todo o mundo no rock, do pop U2 até o "cool" Jesus & Mary Chain. A língua afiada de McCullogh lhe rendeu o apelido "The Mouth" (a boca). No entanto, conseguir esta foi uma verdadeira novela, com dias de negociações com a gravadora Jeepster, responsável pela carreira solo de McCullogh na Inglaterra. Após duas semanas de espera sem qualquer resposta, "Big Mac" falou com a Folha, por e-mail, de Liverpool.
Folha - Você ainda mora em Liverpool, certo? Por que tantas bandas boas nascem aí?
Ian McCullogh - Liverpool é a melhor cidade do mundo. Pelo menos para mim. Ando pelas ruas, converso com alguns amigos. Ainda bebo no mesmo pub no qual bebia quando era adolescente. E eu acho que é isso. As banda de Liverpool são legais porque os nossos pubs são os melhores, bem inspiradores. Ainda mais quando se está meio alto.
Folha - O que você achou do lançamento de "Crystal Days"?
McCullogh - Interessante. Acredito que poucas bandas possam fazer uma retrospectiva tão boa quanto essa. Se você pegar nossas primeiras músicas, elas eram realmente boas. "Crocodiles", nosso primeiro disco, é fantástico. Ninguém na época estava fazendo algo parecido.
Folha - Você ajudou a selecionar as faixas? Deu algum palpite?
McCullogh - Não, de maneira alguma. Eu não consigo mais ouvir aquelas músicas.
Folha - As faixas ao vivo representam o melhor período da banda?
McCullogh - Ah, sim, definitivamente. Em 85, ninguém tinha um show melhor do que o nosso. A química que tínhamos com o público era mágica, uma coisa que ninguém na história do rock conseguiu até hoje. E olha que nós não precisamos levantar bandeiras ou telões gigantescos. Era apenas a gente no palco, tocando. Quer saber? Nós somos a melhor banda de todos os tempos.
Folha - A caixa consegue mostrar para um garoto, que se tornou fã do Echo agora, a importância que a banda teve?
McCullogh - Não temos fãs jovens. Quem ouve meus discos deve estar pelo menos na casa dos 30 anos de idade.
Folha - E os shows do Brasil nos anos 80? Não foram históricos também?
McCullogh - Foi uma turnê bem louca. Coisas estranhas aconteceram, mas eu nem me lembro. Mas a platéia brasileira é a mais animada, quente. A propósito, vi alguns jogos da seleção brasileira. Afinal, que seleção é essa? Perderam a magia?
Folha - Como está indo a sua carreira solo?
McCullogh - Devagar. Pretendo lançar um disco no começo de 2002. Estou fazendo as coisas de forma lenta. No momento estou mais preocupado com o Liverpool, meu time de futebol. Ainda quero ser presidente do clube.
Ian McCullogh, do Echo & The Bunnymen, fala sobre música e futebol
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Ian McCullogh sempre gostou de entrevistas. Nelas esculhambou todo o mundo no rock, do pop U2 até o "cool" Jesus & Mary Chain. A língua afiada de McCullogh lhe rendeu o apelido "The Mouth" (a boca). No entanto, conseguir esta foi uma verdadeira novela, com dias de negociações com a gravadora Jeepster, responsável pela carreira solo de McCullogh na Inglaterra. Após duas semanas de espera sem qualquer resposta, "Big Mac" falou com a Folha, por e-mail, de Liverpool.
Folha - Você ainda mora em Liverpool, certo? Por que tantas bandas boas nascem aí?
Ian McCullogh - Liverpool é a melhor cidade do mundo. Pelo menos para mim. Ando pelas ruas, converso com alguns amigos. Ainda bebo no mesmo pub no qual bebia quando era adolescente. E eu acho que é isso. As banda de Liverpool são legais porque os nossos pubs são os melhores, bem inspiradores. Ainda mais quando se está meio alto.
Folha - O que você achou do lançamento de "Crystal Days"?
McCullogh - Interessante. Acredito que poucas bandas possam fazer uma retrospectiva tão boa quanto essa. Se você pegar nossas primeiras músicas, elas eram realmente boas. "Crocodiles", nosso primeiro disco, é fantástico. Ninguém na época estava fazendo algo parecido.
Folha - Você ajudou a selecionar as faixas? Deu algum palpite?
McCullogh - Não, de maneira alguma. Eu não consigo mais ouvir aquelas músicas.
Folha - As faixas ao vivo representam o melhor período da banda?
McCullogh - Ah, sim, definitivamente. Em 85, ninguém tinha um show melhor do que o nosso. A química que tínhamos com o público era mágica, uma coisa que ninguém na história do rock conseguiu até hoje. E olha que nós não precisamos levantar bandeiras ou telões gigantescos. Era apenas a gente no palco, tocando. Quer saber? Nós somos a melhor banda de todos os tempos.
Folha - A caixa consegue mostrar para um garoto, que se tornou fã do Echo agora, a importância que a banda teve?
McCullogh - Não temos fãs jovens. Quem ouve meus discos deve estar pelo menos na casa dos 30 anos de idade.
Folha - E os shows do Brasil nos anos 80? Não foram históricos também?
McCullogh - Foi uma turnê bem louca. Coisas estranhas aconteceram, mas eu nem me lembro. Mas a platéia brasileira é a mais animada, quente. A propósito, vi alguns jogos da seleção brasileira. Afinal, que seleção é essa? Perderam a magia?
Folha - Como está indo a sua carreira solo?
McCullogh - Devagar. Pretendo lançar um disco no começo de 2002. Estou fazendo as coisas de forma lenta. No momento estou mais preocupado com o Liverpool, meu time de futebol. Ainda quero ser presidente do clube.
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