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16/09/2001 - 06h46

Compositor americano faz concerto hoje e amanhã na Sala SP

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FABIO CYPRIANO
da Folha de S.Paulo

"Não sou um compositor para música de concerto, gosto de trabalhar com outras pessoas. Elas são meus colaboradores, as minhas grandes influências", disse Glass. Cita o artista Robert Wilson, com quem fez em "Einstein on the Beach", e Gerald Thomas ("Matogrosso"), entre outros.

Hoje, o compositor acompanha a projeção de "Drácula", filme de Todd Browning, de 1931. "Nesta produção, minha grande influência é o ator Bela Lugosi. Como o filme foi feito no início do cinema falado, há poucos diálogos e pude criar músicas inteiras apenas para seu rosto", diz Glass.

"Tenho interesse pela imagem", afirma o compositor. Em "Drácula", o compositor valeu-se da diferença de atuação de 70 anos atrás. "O início do filme é bem louco, precisa-se de pelo menos cinco minutos para entrar no tipo de atuação de Lugosi", diz Glass em português, um assíduo frequentador do Rio de Janeiro. Lá chegou a compor várias de suas obras.

A trilha para "Drácula" foi composta por Glass a partir de um convite do estúdio Universal. O filme original não tinha música. Com execução do Kronos Quartet, "Drácula" está disponível em DVD e chegou a ser exibido por canais pagos neste ano no Brasil. A trilha é lançada agora pela Warner no país.

Entretanto quem assistir hoje à projeção do filme vai perceber uma sonoridade diferente. O compositor criou uma nova versão para a Philip Glass Ensemble, com seis músicos. "As notas são as mesmas, mas às vezes o quarteto é melhor e às vezes, o ensemble é melhor", confessa.

No total, Glass já realizou 18 trilhas para o cinema e acaba de compor mais uma. Musicou "Naqoyqatsi", sua terceira parceria com o diretor Geofrey Reggio, com quem realizou o cult "Koyaanisqatsi". "Dessa vez tratamos da tecnologia digital e da internet", conta. O filme ainda não tem data prevista de exibição no país.

Música e cinema
O compositor participa amanhã de um encontro com músicos e cineastas. Glass irá falar sobre música e cinema, com a projeção de cenas de "Drácula", "Kundun", de Martin Scorsese, "Mishima", de Paul Schrader, "O Agente Secreto", de Christopher Hampton, e "O Show de Truman", de Peter Weir.

Certamente Glass vai falar do tripé em que baseia suas composições. "Começo a compor a partir da intuição, mas depois sempre é necessário o uso da parte racional do cérebro e também do coração", conta.

O encontro acontece às 18h30, no salão nobre da Sala São Paulo. Inscrições podem ser feitas pelos telefones 3351-8088 ou 3351-8087, das 8h às 16h.

DRÁCULA, O FILME E A MÚSICA
Projeção do filme de Todd Browning, de 1931, com execução ao vivo da trilha composta por Philip Glass
Com: Philip Glass Ensemble
Onde: Sala São Paulo (pr. Júlio Prestes, s/n, Centro, tel. 3337-5414)
Quando: hoje, às 19h; amanhã, às 21h
Quanto: de R$ 20 a R$ 120 (só há ingressos disponíveis de R$ 90 a R$ 120)
Apoio: Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e Embaixada dos Estados Unidos da América.
 

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