Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/09/2001 - 14h07

Álbum "Nevermind", do Nirvana, completa dez anos

Publicidade

LÚCIO RIBEIRO
da Folha de S.Paulo

Se você é teen (aqui é o Folhateen, não é?) e não entende direito por que toda vez que aparece uma banda bacana todo mundo corre para dizer "Será o novo Nirvana?", como acontece agora com os Strokes e já ocorreu com dezenas de bandas, saiba que o culpado disso é o álbum "Nevermind", cujo lançamento completa dez anos no próximo dia 24.
Pode olhar para qualquer lado.

O criador Nirvana e a criatura "Nevermind" têm recheado páginas e páginas de revistas e jornais mundo afora, na celebração decana do disco que "mudou o mundo" ("Rolling Stone", edição de 13 de setembro), do álbum que "não só reinventou o rock, mas o salvou" ("New Musical Express", 8 de setembro).

Livros estão sendo lançados, festas comemorativas organizadas, programas de TV preparados, especiais de rádios produzidos, tudo em homenagem ao segundo álbum da banda do abençoado guitarrista Kurt Cobain (1967-1994), do baixista Krist Novoselic e do baterista Dave Grohl (hoje líder do Foo Fighters).

A música underground, naquela época, já estava atenta ao chamado som de Seattle, ao Nirvana, à cena apelidada de "grunge", mas ninguém, nem o mais sonhador dos roqueiros, poderia imaginar que um álbum tão pesado e gritado poderia virar tão... popular.

Quando o primeiro single, "Smells Like Teen Spirit", chegou às rádios e à MTV, foi o fim do mundo pop como o conhecíamos. E todos pareciam se sentir bem com isso.

Michael Jackson, Madonna e Guns N" Roses foram enxotados dos primeiros lugares das paradas, o crescente rap americano parou para olhar, e o muro que separava a música comercial e alternativa foi impiedosamente demolido por aquela banda, com a única intenção de fazer músicas pop gostosas como os Beatles, mas tocá-las ao vivo como se fossem do Black Sabbath.

Através do rombo causado na "Billboard" pelo "Nevermind", começaram a passar vários grupos de um certo rock sujo, pesado, que antes se ouvia apenas no andar de baixo do mainstream.

Nomes como os dos conterrâneos Soundgarden, Pearl Jam e Alice in Chains, dos Pixies (Boston), do Pavement e do Red Hot Chili Peppers (Califórnia) começaram a vender bastantes discos. Veteranos do som independente como R.E.M. (Geórgia) e Sonic Youth (Nova York), antes só tocados nas restritas college radios, passaram a ser vistos diariamente na MTV.

Dez anos se passaram desde que a imagem do bebezinho dentro de uma piscina, atrás de uma nota de US$ 1, estampou a capa de um dos álbuns mais citados quando o assunto "os dez principais discos de rock" vem à baila.

Enquanto a viúva de Cobain, Courtney Love, barra uma caixa de discos comemorativa com material inédito do Nirvana, nos EUA acaba de sair o livro "Heavier than Heaven" (Hyperion Books, 380 págs.), a biografia autorizada de Kurt Cobain, de autoria de Charles Cross, que teve acesso aos antes secretos diários do líder do Nirvana.

A Inglaterra contra-ataca com o caprichado livro de fotos "Nirvana" (Vision On, 160 págs.), de Steve Gullick, e com "Live Through This" (Virgin Books, 294 págs.), de Everett True, ex-editor do saudoso semanário "Melody Maker" e o primeiro jornalista a "denunciar" ao mundo a cena musical de Seattle (leia entrevista com True), tratando-a como fenômeno.

A importância de "Nevermind" é tão grande que, pode apostar, lançamentos como esses e textos como este vão estar sendo feitos quando o disco estiver próximo de completar 15 anos, 20...

Leia também:

  • Jornalista "descobridor" de Seattle reavalia álbum dez anos depois
  • Cidade perto de Londres testemunhou sucesso do Nirvana
  • Sucesso desorientou o Nirvana
  • "Smells Like Teen Spirit" virou hino para a rebeldia juvenil brasileira


  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página