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06/07/2000
-
03h34
ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha de S. Paulo
O novo espetáculo da Cia. de Danças de Diadema, "Rapxote: Eu Tiro um Cactus do Meio da Rua", que estréia hoje no teatro do Sesc Belenzinho, tem como idéia básica a dicotomia urbana que se evidencia hoje em São Paulo. Repartida entre centro e periferia, a cidade ocupada por culturas diversas serviu de ponto de partida para os autores da coreografia, Ricardo Iazzetta e Sérgio Rocha, criarem uma alegoria capaz de expressar tal realidade.
"A alusão ao cactus refere-se à resistência permanente que a vida num centro metropolitano exige", diz Iazzetta, que, além de bailarino e coreógrafo, também é compositor, como Sérgio Rocha.
Criadores que vêm se destacando na dança independente de São Paulo, a dupla representa um pouco da realidade que a cidade lhes impõem. Formado na Juilliard School de Nova York, Iazzetta já dançou em companhias como a brasileira República da Dança e a espanhola Lanonima Imperial. Desde que voltou ao Brasil, em 1995, vem atuando em produções próprias ou de grupos como o Tamanduá de Dança Teatro, dirigido por Takao Kusuno.
Como Iazzetta, o baiano Rocha já estudou e trabalhou fora do Brasil. Além de ter dançado em grupos como o Vacilou Dançou, do Rio de Janeiro, e o Cisne Negro, de São Paulo, ainda desenvolve habilidades musicais como cantor e percussionista. À margem de subvenções ou de elencos mais estabilizados, Iazzetta e Rocha lidam criativamente com um meio de trabalho instável.
A convite de Ivonice Satie, que dirige o Balé da Cidade de São Paulo e a Cia. de Danças de Diadema, a dupla faz de "Rapxote" a chance de criar para elenco numeroso e com base em técnica acadêmica. Ao aproximar o rap, como manifestação urbana, e o xote, como expressão tradicional do Nordeste brasileiro, destacam as misturas culturais estimuladas pelo cotidiano da cidade.
"O espetáculo compõe-se de várias cenas marcadas por musicalidades próprias. Ao juntar gêneros distintos, buscamos captar o espírito de um fenômeno gerado na metrópole. Muitas vezes, o pai de um jovem paulista que pratica o rap é um nordestino que mora na periferia", diz Iazzetta.
Autores de "Adoniran", concebido quando compunham o trio por eles fundado, o Três de Paus, Iazzetta e Rocha também assinam a direção musical de "Rapxote", cujos arranjos e mixagens foram feitos por Edson X e Mano Bap.
Aos 13 bailarinos da Cia. de Danças de Diadema, somam-se, na atual produção, os b-boys Well e Breno Seam. Autênticos dançarinos de rua, vêm da Casa do Hip Hop de Diadema, um referencial para a cultura urbana paulista.
Espetáculo: Rapxote: Eu Tiro um Cactus do Meio da Rua
Com: Cia. de Danças de Diadema
Quando: hoje e amanhã, 21h
Onde: teatro do Sesc Belenzinho (rua Álvaro Ramos, 991; tel.0/xx/11/6096-8143)
Quanto: de R$ 2 a R$ 10
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"Rapxote" faz alegoria da dicotomia cultural do cotidiano de São Paulo
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O novo espetáculo da Cia. de Danças de Diadema, "Rapxote: Eu Tiro um Cactus do Meio da Rua", que estréia hoje no teatro do Sesc Belenzinho, tem como idéia básica a dicotomia urbana que se evidencia hoje em São Paulo. Repartida entre centro e periferia, a cidade ocupada por culturas diversas serviu de ponto de partida para os autores da coreografia, Ricardo Iazzetta e Sérgio Rocha, criarem uma alegoria capaz de expressar tal realidade.
"A alusão ao cactus refere-se à resistência permanente que a vida num centro metropolitano exige", diz Iazzetta, que, além de bailarino e coreógrafo, também é compositor, como Sérgio Rocha.
Criadores que vêm se destacando na dança independente de São Paulo, a dupla representa um pouco da realidade que a cidade lhes impõem. Formado na Juilliard School de Nova York, Iazzetta já dançou em companhias como a brasileira República da Dança e a espanhola Lanonima Imperial. Desde que voltou ao Brasil, em 1995, vem atuando em produções próprias ou de grupos como o Tamanduá de Dança Teatro, dirigido por Takao Kusuno.
Como Iazzetta, o baiano Rocha já estudou e trabalhou fora do Brasil. Além de ter dançado em grupos como o Vacilou Dançou, do Rio de Janeiro, e o Cisne Negro, de São Paulo, ainda desenvolve habilidades musicais como cantor e percussionista. À margem de subvenções ou de elencos mais estabilizados, Iazzetta e Rocha lidam criativamente com um meio de trabalho instável.
A convite de Ivonice Satie, que dirige o Balé da Cidade de São Paulo e a Cia. de Danças de Diadema, a dupla faz de "Rapxote" a chance de criar para elenco numeroso e com base em técnica acadêmica. Ao aproximar o rap, como manifestação urbana, e o xote, como expressão tradicional do Nordeste brasileiro, destacam as misturas culturais estimuladas pelo cotidiano da cidade.
"O espetáculo compõe-se de várias cenas marcadas por musicalidades próprias. Ao juntar gêneros distintos, buscamos captar o espírito de um fenômeno gerado na metrópole. Muitas vezes, o pai de um jovem paulista que pratica o rap é um nordestino que mora na periferia", diz Iazzetta.
Autores de "Adoniran", concebido quando compunham o trio por eles fundado, o Três de Paus, Iazzetta e Rocha também assinam a direção musical de "Rapxote", cujos arranjos e mixagens foram feitos por Edson X e Mano Bap.
Aos 13 bailarinos da Cia. de Danças de Diadema, somam-se, na atual produção, os b-boys Well e Breno Seam. Autênticos dançarinos de rua, vêm da Casa do Hip Hop de Diadema, um referencial para a cultura urbana paulista.
Espetáculo: Rapxote: Eu Tiro um Cactus do Meio da Rua
Com: Cia. de Danças de Diadema
Quando: hoje e amanhã, 21h
Onde: teatro do Sesc Belenzinho (rua Álvaro Ramos, 991; tel.0/xx/11/6096-8143)
Quanto: de R$ 2 a R$ 10
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