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06/07/2000
-
03h36
VALMIR SANTOS
da Folha de S. Paulo
Cartunistas de cá e "cartoonistas" (como eles grafam os desenhistas do ramo) de lá, Brasil e Portugal juntam os traços na Mostra de Humor Luso-Brasileiro - Brasil 500 Anos, que abre hoje no Museu da Imagem e do Som (MIS), no Rio de Janeiro.
São 56 trabalhos concebidos por sete cartunistas brasileiros e outros sete portugueses. O tema comum é o Descobrimento.
A mostra começou em maio passado, na galeria de artes do Casino Estoril, a 25 km de Lisboa, onde permaneceu em cartaz durante apenas 12 dias.
Pode ser vista no Rio até final de agosto, seguindo depois para Recife, São Paulo, Brasília, Salvador, Belo Horizonte e Porto, no início de 2001, fechando o ciclo em território português.
"Como os brasileiros, que gostam de piada, os portugueses também adoram uma anedota", afirma o cartunista António Antunes, 47, responsável pela curadoria do escrete do país de Pedro Álvares Cabral.
Com ele, Antunes, vieram o mais jovem dos desenhistas conterrâneos, André Carrilho, 26, e Cristina Sampaio, 40, única mulher participante de um universo dominado pelos homens.
João Abel Manta, 72, da velha guarda, mais Vasco, Cid e Maia, estes com mais de duas décadas de cartum na imprensa portuguesa, não puderam viajar.
Os desenhos evocam aspectos como futebol, Carnaval, telenovela e personalidades tupiniquins como Jorge Amado, Vinicius de Moraes e os balangandãs da cantora Carmen Miranda, em contraponto à introspecção de Amália Rodrigues.
"Às vezes eles são mais agudos sobre o Brasil do que a gente", reconhece Paulo Caruso, 50, que encabeça o time formado por Millôr Fernandes, Ziraldo, Jaguar, Chico Caruso, Aroeira e Lailson.
A crítica social e política dá o tom na prancheta brasileira, com dizimação indígena, corrupção, instituição da "pizza" e, claro, "a unidade territorial e a unanimidade nacional", na definição de Ziraldo para a bunda.
Na opinião do português Antunes, a escolha de um tema pode restringir o potencial criativo. "Os 500 anos do Brasil compõem para a gente uma realidade do passado, daí a nossa flexibilidade maior comparada à impulsão natural dos colegas brasileiros quando tratam do assunto", explica.
Antunes expôs pela primeira vez no Rio em 1993. Para ele, a Mostra de Humor Luso-Brasileiro é o evento mais representativo da ligação entre os cartunistas. "Até então, o contato se dava por meio de mostras individuais. Agora, temos uma representação coletiva que reflete um intercâmbio concreto", diz.
A mostra foi idealizada pela Galeria de Arte Casino Estoril e pela Fundação Museu da Imagem e do Som do Rio.
Na abertura para convidados, ontem à noite, aconteceria o show "A Redescoberta do Brasil", com o Conjunto Nacional, nome do grupo musical (e humorístico) capitaneado pelos irmãos Caruso e pelos colegas Aroeira e Luiz Fernando Verissimo.
Exposição: Mostra de Humor Luso-Brasileiro - 500 Anos de Brasil
Quando: segunda a sexta, das 13h às 18h. Até final de agosto
Onde: Museu da Imagem e do Som no Rio de Janeiro (praça Rui Barbosa, 1, região central da cidade, tel. 0/xx/21/ 262-0309)
Quanto: entrada franca
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Brasil e Portugal juntam traços em mostra no MIS
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da Folha de S. Paulo
Cartunistas de cá e "cartoonistas" (como eles grafam os desenhistas do ramo) de lá, Brasil e Portugal juntam os traços na Mostra de Humor Luso-Brasileiro - Brasil 500 Anos, que abre hoje no Museu da Imagem e do Som (MIS), no Rio de Janeiro.
São 56 trabalhos concebidos por sete cartunistas brasileiros e outros sete portugueses. O tema comum é o Descobrimento.
A mostra começou em maio passado, na galeria de artes do Casino Estoril, a 25 km de Lisboa, onde permaneceu em cartaz durante apenas 12 dias.
Pode ser vista no Rio até final de agosto, seguindo depois para Recife, São Paulo, Brasília, Salvador, Belo Horizonte e Porto, no início de 2001, fechando o ciclo em território português.
"Como os brasileiros, que gostam de piada, os portugueses também adoram uma anedota", afirma o cartunista António Antunes, 47, responsável pela curadoria do escrete do país de Pedro Álvares Cabral.
Com ele, Antunes, vieram o mais jovem dos desenhistas conterrâneos, André Carrilho, 26, e Cristina Sampaio, 40, única mulher participante de um universo dominado pelos homens.
João Abel Manta, 72, da velha guarda, mais Vasco, Cid e Maia, estes com mais de duas décadas de cartum na imprensa portuguesa, não puderam viajar.
Os desenhos evocam aspectos como futebol, Carnaval, telenovela e personalidades tupiniquins como Jorge Amado, Vinicius de Moraes e os balangandãs da cantora Carmen Miranda, em contraponto à introspecção de Amália Rodrigues.
"Às vezes eles são mais agudos sobre o Brasil do que a gente", reconhece Paulo Caruso, 50, que encabeça o time formado por Millôr Fernandes, Ziraldo, Jaguar, Chico Caruso, Aroeira e Lailson.
A crítica social e política dá o tom na prancheta brasileira, com dizimação indígena, corrupção, instituição da "pizza" e, claro, "a unidade territorial e a unanimidade nacional", na definição de Ziraldo para a bunda.
Na opinião do português Antunes, a escolha de um tema pode restringir o potencial criativo. "Os 500 anos do Brasil compõem para a gente uma realidade do passado, daí a nossa flexibilidade maior comparada à impulsão natural dos colegas brasileiros quando tratam do assunto", explica.
Antunes expôs pela primeira vez no Rio em 1993. Para ele, a Mostra de Humor Luso-Brasileiro é o evento mais representativo da ligação entre os cartunistas. "Até então, o contato se dava por meio de mostras individuais. Agora, temos uma representação coletiva que reflete um intercâmbio concreto", diz.
A mostra foi idealizada pela Galeria de Arte Casino Estoril e pela Fundação Museu da Imagem e do Som do Rio.
Na abertura para convidados, ontem à noite, aconteceria o show "A Redescoberta do Brasil", com o Conjunto Nacional, nome do grupo musical (e humorístico) capitaneado pelos irmãos Caruso e pelos colegas Aroeira e Luiz Fernando Verissimo.
Exposição: Mostra de Humor Luso-Brasileiro - 500 Anos de Brasil
Quando: segunda a sexta, das 13h às 18h. Até final de agosto
Onde: Museu da Imagem e do Som no Rio de Janeiro (praça Rui Barbosa, 1, região central da cidade, tel. 0/xx/21/ 262-0309)
Quanto: entrada franca
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