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23/09/2001 - 03h45

Doze dias depois de ataques, TVs brasileiras continuam em alerta

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CLÁUDIA CROITOR
da Folha de S.Paulo

Terça-feira, 11. Para grande parte das emissoras brasileiras, o dia em que os EUA sofreram o maior atentado da história significou mobilização de equipes, horas no ar sem intervalos, cancelamento de programas, perda de faturamento. E era só o começo.

"Foi uma correria. Tivemos que decidir tirar a programação do ar, convocar os apresentadores, contatar todo mundo que podíamos nos EUA, deslocar repórteres, localizar autoridades, embaixadores, fazer plantão nos aeroportos, em Brasília", conta Luiz Gonzaga Mineiro, diretor de jornalismo da Rede Record.

"Até hoje temos equipes completas de jornalismo de plantão 24 horas por dia."

No dia dos atentados, a emissora cancelou toda a sua programação e transmitiu das 10h30 às 17h20, sem intervalos. Durante quase todo o tempo, quem esteve à frente da cobertura foi José Luiz Datena, do "Cidade Alerta".

O esforço foi semelhante ao que havia sido feito alguns dias antes, para a cobertura do sequestro de Silvio Santos.

"No caso do Silvio, também fiquei muitas horas no ar, mas era um assunto que eu dominava, foi mais fácil", diz Datena.

"Naquela terça-feira, o principal estresse não era do cansaço físico, mas sim de cobrir um assunto com o qual eu não estou familiarizado, com muitas informações, às vezes truncadas, chegando a cada minuto. O risco de falar uma bobagem no ar é enorme."

A Globo ficou menos tempo no ar sem interrupções -das 9h57 às 14h. Mas mobilizou 50 jornalistas no Brasil e mais seis do escritório de Nova York. Nos EUA, gente que estava em férias ou licença-maternidade foi convocada.

Até contratos de última hora foram assinados com a CNN para que emissoras pudessem retransmitir as imagens geradas pela rede americana de notícias. Com tudo isso, canais acabaram perdendo receita publicitária, já que muitos anúncios foram cancelados.

Segundo Luís Erlanger, diretor da Globo, o canal compensa os anunciantes reprogramando os comerciais. "Mesmo que haja prejuízo, isso não pesa na decisão de entrar com o noticiário."

Mas houve emissoras que agiram quase como se nada estivesse acontecendo. É o caso do SBT: o canal se limitou a flashes na programação, que permaneceu praticamente inalterada. Nem atrações jornalísticas, como o semanal "SBT Repórter", foram mudadas para cobrir o caso. Dois dias após o atentando, o programa exibiu uma reportagem sobre os bastidores da novela "Pícara Sonhadora".

A falta de tempo parece não ter sido o motivo da decisão do SBT, que não quis comentar o assunto. Para a última quinta, o "SBT Repórter" programou o tema "mulheres-girafas da Tailândia".


Leia mais no especial sobre atentados nos EUA

 

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