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27/09/2001
-
04h10
LYGIA FAGUNDES TELLES
Nesses tempos que Santo Agostinho definiu como tempo de catástrofes, temos que esmerar a arte de viver, que deve ser tratada com mais carinho no sentido de aproximar mais as pessoas.
As feiras de livro, como essa de Ribeirão Preto, são importantes para aproximar o escritor das pessoas que lêem seus livros. Ao participar delas, eu estou estendendo uma ponte para o próximo e dizendo para ele vir para onde estou.
Quem sabe, com a minha palavra, eu posso levar um pouco de paz às pessoas nesses tempos difíceis.
Assim como ocorre com as feiras realizadas nas grandes capitais, as feiras no interior têm a mesma paixão, a mesma luta, a mesma obstinação.
Elas representam o melhor momento para o escritor. É o momento em que dou as mãos para os meus cúmplices, porque é isso o que os leitores são -nossos cúmplices.
Ribeirão Preto é perto de Sertãozinho, cidade onde passei dois ou três anos da minha infância, e de onde lembro de meu pai me levando a barracas de "pesca milagrosa". Eu ia nas quermesses e sempre participava da barraca da "pesca milagrosa".
As feiras são uma forma de isca para atrair o leitor. É uma forma de lançar a isca para quem está do outro lado. Com ela, eu recupero essa pesca maravilhosa da minha infância.
Dinheiro, nós, escritores, não temos. Os ricos são os editores. O escritor é pobre, ele precisa dessa forma tão honesta e tão digna de publicidade que são as feiras de livro.
LYGIA FAGUNDES TELLES, 78, é autora de "Ciranda de Pedra", "As meninas" e "Antes do Baile", entre outros
Artigo: Tempo de catástrofe pede que esmeremos nossa arte de viver
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Nesses tempos que Santo Agostinho definiu como tempo de catástrofes, temos que esmerar a arte de viver, que deve ser tratada com mais carinho no sentido de aproximar mais as pessoas.
As feiras de livro, como essa de Ribeirão Preto, são importantes para aproximar o escritor das pessoas que lêem seus livros. Ao participar delas, eu estou estendendo uma ponte para o próximo e dizendo para ele vir para onde estou.
Quem sabe, com a minha palavra, eu posso levar um pouco de paz às pessoas nesses tempos difíceis.
Assim como ocorre com as feiras realizadas nas grandes capitais, as feiras no interior têm a mesma paixão, a mesma luta, a mesma obstinação.
Elas representam o melhor momento para o escritor. É o momento em que dou as mãos para os meus cúmplices, porque é isso o que os leitores são -nossos cúmplices.
Ribeirão Preto é perto de Sertãozinho, cidade onde passei dois ou três anos da minha infância, e de onde lembro de meu pai me levando a barracas de "pesca milagrosa". Eu ia nas quermesses e sempre participava da barraca da "pesca milagrosa".
As feiras são uma forma de isca para atrair o leitor. É uma forma de lançar a isca para quem está do outro lado. Com ela, eu recupero essa pesca maravilhosa da minha infância.
Dinheiro, nós, escritores, não temos. Os ricos são os editores. O escritor é pobre, ele precisa dessa forma tão honesta e tão digna de publicidade que são as feiras de livro.
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