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27/09/2001
-
04h11
ANGELO SASTRE
da Folha de S.Paulo
A profissionalização do mercado editorial, os projetos governamentais e a diversificação dos gêneros literários são alguns dos motivos apontados como responsáveis pelo crescimento do setor nos últimos dez anos.
No entanto as editoras adotaram estratégias diferentes para atingir suas metas e acompanhar o crescimento do mercado.
A editora Record, que produz cerca de 6 milhões de exemplares por ano, apostou na fusão para ampliar o seu catálogo.
Em 1996, a empresa assumiu o controle acionário da BCD União de Editoras S.A. -formada pela Record, Civilização Brasileira, Bertrand do Brasil e Difel- e ampliou o seu catálogo de 3.000 para 5.000 títulos.
Além disso, a empresa aposta na diversificação de gêneros e no status de autores consagrados, que vão de Gabriel García Marquéz e Ernest Hemingway a Sidney Sheldon e Richard Bach.
No cenário nacional, as principais obras são de Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Zélia Gattai, Rubem Braga e Graciliano Ramos, entre outros.
"O catálogo [de títulos" é o responsável pela saúde da empresa, por isso, procuramos estar em sintonia com as novas tendências", diz Luciana Villas-Boas, diretora editorial da Record.
De acordo com ela, a diversificação é uma forma de manter a produção literária.
"Estamos editando mais títulos, mas para as mesmas pessoas. As tiragens por edição são relativamente pequenas", diz Luciana.
Para Luiz Schwarcz, diretor da Companhia das Letras, a diversificação de títulos só foi possível devido à modernização do mercado brasileiro.
"O brasileiro ainda lê pouco. Porém já deixou um pouco do preconceito de lado e vem aceitando a inclusão de novos gêneros na literatura", diz Schwarcz.
Quando foi fundada, em 1986, a editora lançou 48 títulos, que priorizavam os gêneros de literatura (ficção, poesia e policiais) e ciências humanas. No ano passado, foram publicados 145 títulos novos, que abordavam temas que vão de fotografia e gastronomia a biografias e relatos de viagem.
"Nos últimos anos, a cultura está ganhando mais importância nos meios de comunicação e entre o público jovem, o que permitiu essa mudança de qualidade nos livros", diz Schwarcz.
Para Galeno Amorim, diretor da editora Palavra Mágica, a solução para as pequenas e médias editoras é a especialização e a busca de novos mercados. "Estamos conseguindo crescer acima da média nos últimos anos por meio da criação de novas linhas editoriais como, por exemplo, a publicação de temas regionais", afirma Amorim.
No ano passado, a editora conquistou o Prêmio Jabuti com o livro "À Sombra do Cipreste", de Menalton Braff.
Setor literário entra na era profissional
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da Folha de S.Paulo
A profissionalização do mercado editorial, os projetos governamentais e a diversificação dos gêneros literários são alguns dos motivos apontados como responsáveis pelo crescimento do setor nos últimos dez anos.
No entanto as editoras adotaram estratégias diferentes para atingir suas metas e acompanhar o crescimento do mercado.
A editora Record, que produz cerca de 6 milhões de exemplares por ano, apostou na fusão para ampliar o seu catálogo.
Em 1996, a empresa assumiu o controle acionário da BCD União de Editoras S.A. -formada pela Record, Civilização Brasileira, Bertrand do Brasil e Difel- e ampliou o seu catálogo de 3.000 para 5.000 títulos.
Além disso, a empresa aposta na diversificação de gêneros e no status de autores consagrados, que vão de Gabriel García Marquéz e Ernest Hemingway a Sidney Sheldon e Richard Bach.
No cenário nacional, as principais obras são de Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Zélia Gattai, Rubem Braga e Graciliano Ramos, entre outros.
"O catálogo [de títulos" é o responsável pela saúde da empresa, por isso, procuramos estar em sintonia com as novas tendências", diz Luciana Villas-Boas, diretora editorial da Record.
De acordo com ela, a diversificação é uma forma de manter a produção literária.
"Estamos editando mais títulos, mas para as mesmas pessoas. As tiragens por edição são relativamente pequenas", diz Luciana.
Para Luiz Schwarcz, diretor da Companhia das Letras, a diversificação de títulos só foi possível devido à modernização do mercado brasileiro.
"O brasileiro ainda lê pouco. Porém já deixou um pouco do preconceito de lado e vem aceitando a inclusão de novos gêneros na literatura", diz Schwarcz.
Quando foi fundada, em 1986, a editora lançou 48 títulos, que priorizavam os gêneros de literatura (ficção, poesia e policiais) e ciências humanas. No ano passado, foram publicados 145 títulos novos, que abordavam temas que vão de fotografia e gastronomia a biografias e relatos de viagem.
"Nos últimos anos, a cultura está ganhando mais importância nos meios de comunicação e entre o público jovem, o que permitiu essa mudança de qualidade nos livros", diz Schwarcz.
Para Galeno Amorim, diretor da editora Palavra Mágica, a solução para as pequenas e médias editoras é a especialização e a busca de novos mercados. "Estamos conseguindo crescer acima da média nos últimos anos por meio da criação de novas linhas editoriais como, por exemplo, a publicação de temas regionais", afirma Amorim.
No ano passado, a editora conquistou o Prêmio Jabuti com o livro "À Sombra do Cipreste", de Menalton Braff.
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