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03/10/2001
-
03h56
LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Os apresentadores Carlos Massa, o Ratinho, do SBT, e Cazé Peçanha, da Globo, farão parte de uma mesa de debates, na sexta-feira, do 1º Encontro Internacional de Televisão, que começa hoje no Rio de Janeiro.
O tema: "Roupa Suja se Lava na TV".
O assunto deve ser um dos mais polêmicos do evento, que tem confirmada também a participação de Chris Cramer, presidente da CNN Internacional, Daniel Filho, diretor da Globo, Max Fivelinha, apresentador da MTV, além de executivos da TV, intelectuais e representantes do governo (confira a programação no site www.encontro.tv).
O evento está sendo organizado pelo Instituto de Estudos de Televisão, dirigido pelo jornalista e documentarista Nelson Hoineff, e discutirá questões como audiência, ética, legislação, entre outros temas relacionados à TV.
Cazé e Ratinho, frente a frente, falarão sobre a transformação do anônimo em personalidade na televisão. O apresentador da Globo, que "vê pouco" o "Programa do Ratinho", e o do SBT, que nunca assistiu ao "Sociedade Anônima", comandado por Cazé durante nove domingos, têm visões diferentes sobre o tema.
E, para tentar antecipar um pouco do que promete ser a discussão, Cazé elaborou, a pedido da Folha, algumas questões para Ratinho. A entrevista, intermediada pela reportagem, segue abaixo e deve ser só o começo da lavagem de roupa suja.
Cazé Peçanha - Você se sentiria à vontade em expor algum eventual problema familiar, com sua mulher, por exemplo, em um programa como o seu? Por quê?
Ratinho - Se houvesse necessidade disso para resolver o problema, eu iria. As pessoas vão ao meu programa quando não conseguem resolver as brigas fora dele. Se conseguissem, não iriam. O importante para elas, e isso vale para mim também, é resolver.
Cazé - O preço que se paga para receber na TV o serviço que você diz prestar não é muito alto, pela exposição a que a pessoa costuma ser submetida? Não haveria como prestar o mesmo serviço sem que as pessoas fossem expostas assim?
Ratinho - Eu não vejo dessa forma. Quando um problema chega ao meu programa, é porque a pessoa não conseguiu outra forma de resolvê-lo. Ninguém quer vir ao meu programa. O Cazé é muito sabido, muito inteligente..., mas quero ver ele ir pedir pensão em um lugar onde ninguém o conheça, com advogado público, para ver quanto tempo ele fica na fila. Fica cinco anos.
Cazé - O que faz para se distanciar dos dramas de quem leva ao palco? O distanciamento não se torna necessário para manter o tom de espetáculo diante de histórias tão dramáticas?
Ratinho - Não vejo assim também. Eu não me distancio. Para fazer o que faço, tem que se envolver. E faço isso porque tenho competência para resolver cada situação que levo ao palco. Cada um nasce para uma coisa.
Cazé - Se pudesse fazer um programa sem nenhum compromisso comercial ou sem responsabilidade de dar audiência, qual faria?
Ratinho - Exatamente o mesmo.
Ratinho e Cazé lavam roupa suja no Rio
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da Folha de S.Paulo
Os apresentadores Carlos Massa, o Ratinho, do SBT, e Cazé Peçanha, da Globo, farão parte de uma mesa de debates, na sexta-feira, do 1º Encontro Internacional de Televisão, que começa hoje no Rio de Janeiro.
O tema: "Roupa Suja se Lava na TV".
O assunto deve ser um dos mais polêmicos do evento, que tem confirmada também a participação de Chris Cramer, presidente da CNN Internacional, Daniel Filho, diretor da Globo, Max Fivelinha, apresentador da MTV, além de executivos da TV, intelectuais e representantes do governo (confira a programação no site www.encontro.tv).
O evento está sendo organizado pelo Instituto de Estudos de Televisão, dirigido pelo jornalista e documentarista Nelson Hoineff, e discutirá questões como audiência, ética, legislação, entre outros temas relacionados à TV.
Cazé e Ratinho, frente a frente, falarão sobre a transformação do anônimo em personalidade na televisão. O apresentador da Globo, que "vê pouco" o "Programa do Ratinho", e o do SBT, que nunca assistiu ao "Sociedade Anônima", comandado por Cazé durante nove domingos, têm visões diferentes sobre o tema.
E, para tentar antecipar um pouco do que promete ser a discussão, Cazé elaborou, a pedido da Folha, algumas questões para Ratinho. A entrevista, intermediada pela reportagem, segue abaixo e deve ser só o começo da lavagem de roupa suja.
Cazé Peçanha - Você se sentiria à vontade em expor algum eventual problema familiar, com sua mulher, por exemplo, em um programa como o seu? Por quê?
Ratinho - Se houvesse necessidade disso para resolver o problema, eu iria. As pessoas vão ao meu programa quando não conseguem resolver as brigas fora dele. Se conseguissem, não iriam. O importante para elas, e isso vale para mim também, é resolver.
Cazé - O preço que se paga para receber na TV o serviço que você diz prestar não é muito alto, pela exposição a que a pessoa costuma ser submetida? Não haveria como prestar o mesmo serviço sem que as pessoas fossem expostas assim?
Ratinho - Eu não vejo dessa forma. Quando um problema chega ao meu programa, é porque a pessoa não conseguiu outra forma de resolvê-lo. Ninguém quer vir ao meu programa. O Cazé é muito sabido, muito inteligente..., mas quero ver ele ir pedir pensão em um lugar onde ninguém o conheça, com advogado público, para ver quanto tempo ele fica na fila. Fica cinco anos.
Cazé - O que faz para se distanciar dos dramas de quem leva ao palco? O distanciamento não se torna necessário para manter o tom de espetáculo diante de histórias tão dramáticas?
Ratinho - Não vejo assim também. Eu não me distancio. Para fazer o que faço, tem que se envolver. E faço isso porque tenho competência para resolver cada situação que levo ao palco. Cada um nasce para uma coisa.
Cazé - Se pudesse fazer um programa sem nenhum compromisso comercial ou sem responsabilidade de dar audiência, qual faria?
Ratinho - Exatamente o mesmo.
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