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07/07/2000
-
03h48
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S. Paulo, em Nova York
Jamie é uma legítima Barbie americana. Ex-miss Washington, trabalha numa ponto.com e acredita na beleza do ser humano. George é um pai de família acima do peso. Mora no subúrbio e gosta de andar de cueca na neve.
Viciado em esportes radicais, Eddie teve câncer na perna esquerda e teve de amputá-la quando jovem. O mulherengo Josh perdeu a mãe na infância; vai sentir saudade de seu cachorro. Cassandra, executiva negra bem-sucedida, está solteira.
A loira Jordan gosta de malhar e trabalha como stripper num bar _ou faz "entretenimento numa casa para cavalheiros", como prefere. Filho de japoneses, Curtis é sócio júnior numa empresa de advocacia. Define-se como cristão e workaholic.
Karen tem quatro filhos, mora em Indiana e não poderia ser uma dona-de-casa mais típica. Virgem, de dia secretária e de noite clubber, Brittany vive com os pais. Por fim, William é baby sitter, raspa a careca duas vezes ao dia e tem orgulho de ser negro.
Os dez sujeitos acima, que nunca se viram antes, ficarão 90 dias numa casa sem relógio, TV, telefone, celular, jornais, revistas, rádio, Internet ou qualquer contato com o mundo exterior. Serão vigiados 24 horas por dia, sete dias por semana, por 28 câmeras e 60 microfones distribuídos em virtualmente TODOS os cantos da construção, inclusive no banho.
Terão de enfrentar dificuldades como geladeira pequena, fogão de duas bocas, apenas dois quartos e um banheiro, com 12 minutos de água quente para cada um por dia. A cada duas semanas, o grupo vota em dois que deverão sair e o público escolhe qual será efetivamente defenestrado. O último leva para casa US$ 500 mil.
É "The Big Brother", que estreou anteontem na rede norte-americana CBS, na esteira do megasucesso de "Survivor". Feito a partir do original holandês, que foi sucesso na Europa há dois anos e deu crias na Espanha e França, vai ser exibido cinco vezes por semana.
"The Big Brother", que empresta seu título do livro "1984", de George Orwell, faz parte do boom atual de "reality shows", que começou com o "Na Real", da MTV, e o filme "Truman Show".
É uma das melhores coisas que a TV já exibiu. Para o telespectador brasileiro, no entanto, levanta algumas perguntas:
* Por que ninguém no Brasil pensou nisso antes? O filme foi exibido aí faz tempo, a mania européia também não é recente...
* Por que a Globo, que não arrisca em nada novo e só agora prepara o seu "Survivor"?
* Por que a TV daqui exibe milagres de qualidade como "O Sexo e a Cidade" e "Família Soprano" e nós temos de nos contentar com "Muvuca" e "Linha Direta"?
* Por que as emissoras brasileiras são tão indigentes?
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Por que não tem "Big Brother" no Brasil?
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da Folha de S. Paulo, em Nova York
Jamie é uma legítima Barbie americana. Ex-miss Washington, trabalha numa ponto.com e acredita na beleza do ser humano. George é um pai de família acima do peso. Mora no subúrbio e gosta de andar de cueca na neve.
Viciado em esportes radicais, Eddie teve câncer na perna esquerda e teve de amputá-la quando jovem. O mulherengo Josh perdeu a mãe na infância; vai sentir saudade de seu cachorro. Cassandra, executiva negra bem-sucedida, está solteira.
A loira Jordan gosta de malhar e trabalha como stripper num bar _ou faz "entretenimento numa casa para cavalheiros", como prefere. Filho de japoneses, Curtis é sócio júnior numa empresa de advocacia. Define-se como cristão e workaholic.
Karen tem quatro filhos, mora em Indiana e não poderia ser uma dona-de-casa mais típica. Virgem, de dia secretária e de noite clubber, Brittany vive com os pais. Por fim, William é baby sitter, raspa a careca duas vezes ao dia e tem orgulho de ser negro.
Os dez sujeitos acima, que nunca se viram antes, ficarão 90 dias numa casa sem relógio, TV, telefone, celular, jornais, revistas, rádio, Internet ou qualquer contato com o mundo exterior. Serão vigiados 24 horas por dia, sete dias por semana, por 28 câmeras e 60 microfones distribuídos em virtualmente TODOS os cantos da construção, inclusive no banho.
Terão de enfrentar dificuldades como geladeira pequena, fogão de duas bocas, apenas dois quartos e um banheiro, com 12 minutos de água quente para cada um por dia. A cada duas semanas, o grupo vota em dois que deverão sair e o público escolhe qual será efetivamente defenestrado. O último leva para casa US$ 500 mil.
É "The Big Brother", que estreou anteontem na rede norte-americana CBS, na esteira do megasucesso de "Survivor". Feito a partir do original holandês, que foi sucesso na Europa há dois anos e deu crias na Espanha e França, vai ser exibido cinco vezes por semana.
"The Big Brother", que empresta seu título do livro "1984", de George Orwell, faz parte do boom atual de "reality shows", que começou com o "Na Real", da MTV, e o filme "Truman Show".
É uma das melhores coisas que a TV já exibiu. Para o telespectador brasileiro, no entanto, levanta algumas perguntas:
* Por que ninguém no Brasil pensou nisso antes? O filme foi exibido aí faz tempo, a mania européia também não é recente...
* Por que a Globo, que não arrisca em nada novo e só agora prepara o seu "Survivor"?
* Por que a TV daqui exibe milagres de qualidade como "O Sexo e a Cidade" e "Família Soprano" e nós temos de nos contentar com "Muvuca" e "Linha Direta"?
* Por que as emissoras brasileiras são tão indigentes?
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