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05/10/2001 - 04h03

DJ Patife volta à Inglaterra e cria expectativa de sucesso

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CLAUDIA ASSEF
da Folha de S.Paulo

No começo dos anos 90, em Interlagos, zona sul de São Paulo, Wagner Ribeiro de Souza ganhou o apelido de Patife. Em 2001, na Inglaterra, ele ganhou outro apelido: "the next brazilian boy".

"O próximo brasileiro" a que os ingleses se referem é o DJ Patife, 25. A aposta é que ele iguale e quem sabe até supere o sucesso que o DJ Marky, o pioneiro, vem fazendo por lá. O mais recente degrau da fama que Marky escalou foi ser capa da revista "DJ" deste mês. Coisa para poucos.

Daqui a 15 dias, Patife volta à Europa com nova munição: o CD "Cool Steps, Drum'n'Bass Grooves", que chega ao Brasil na semana que vem. Será a 13ª ida do DJ ao continente europeu.

"Cool Steps" vem no embalo de "Brazil EP", lançado na Inglaterra pela tradicional gravadora de drum'n'bass V Recordings. O "EP", com remixes feitos por Patife para músicas de artistas brasileiros da nova geração (Max de Castro, Fernanda Porto, XRS Land), tornou-se vice-campeão de vendas, em vinil, da gravadora.

Em 2001, Patife apareceu ao lado de Marky em megafestivais europeus, como o V, da gravadora Virgin, e o Homelands. Cada vez menos como coadjuvante.

"Começamos a história de Londres juntos. O Patife é um cara por quem eu tenho uma admiração bem grande", diz o amigo Marky.

"Antes os caras nem sabiam como eu me chamava, falavam de mim como "o amigo magrinho do Marky". Depois do "Brazil EP" é que meu nome bombou.
Não gosto de ficar falando, mas a coisa está ficando boa para mim lá na Europa", disse Patife à Folha.

Depois de vender 12 mil cópias do disco de estréia, "Sounds of Drum'n'Bass", lançado em fevereiro de 2000, Patife retorna menos focado para as pistas.

"Quando fiz o primeiro CD, uma das principais idéias era mesclar momentos de pista e momentos só para relaxar. Acho que esse ["Cool Steps'" é bom para chill-outs", diz. Ao contrário de "Sounds...", que só tinha músicas de outros artistas, o novo CD tem seis produções de Patife.

Foi como produtor, aliás, que seu nome começou a se espalhar pela Inglaterra. "Mostrei o remix do Max de Castro para o Marky, e ele pirou.
Mostrei para o [DJ inglês" Fabio, e ele enlouqueceu, colocou no set dele. Até o [DJ-celebridade" Paul Oakenfold quis a música", conta. Leia, a seguir, a entrevista com o DJ Patife.

Folha - Como você explica o que aconteceu com o Marky e agora com você na Inglaterra?
Patife -
Acho que as pessoas gostam do nosso jeito de tocar. Estamos sempre fazendo palhaçada, sorrindo, dançando. A gente faz o que gosta. Não que eu esteja deslumbrado. Mantenho os pés no chão. Mas o fato de a gente ter entrado num circuito tão fechado quanto o do d'n'b na Inglaterra... acho demais. Nossa entrada mudou o comportamento de alguns DJs de lá: tem cara que começou a dançar mais e a conversar com o público depois que chegamos. A gente solta a franga mesmo.

Folha - A exemplo do que aconteceu com o "Brazil EP", "Cool Steps" é recheado de ritmos brasileiros, como a MPB. Você não teve medo de misturar as estações?
Patife -
"Sambassim", da Fernanda Porto, foi das primeiras coisas que fiz como produtor, nada com tanto vocal em português. Resolvi colocar minha cabeça na foice. É claro que deu uma insegurança no começo. Mas senti uma vibração boa em relação a essa coisa de misturar música brasileira. As pessoas têm preconceito, isso precisa acabar.

Folha - Você acabou ficando mais conhecido no Reino Unido como produtor, não?
Patife -
Exatamente, apesar de eu ainda não me sentir um produtor. Tenho pouca experiência de estúdio. Mas tem muita gente que ganhou nome como produtor sem nem saber apertar um botão. Tenho as idéias, gravo, canto, batuco... enfim, direciono como a coisa tem de ser feita. E as músicas aparecem.

Leia a nossa opinião sobre o CD na Crítica Online
 

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