18/10/2001 - 03h34

Programação da 25ª Mostra BR investe em temáticas geopolíticas atuais

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
da Folha de S.Paulo

Guerra. Este é o tema em que a 25ª edição da Mostra mergulhou de cabeça neste ano. Além do óbvio "Apocalypse Now Redux", de Francis Ford Coppola, lidera o time "Caminho para Kandahar", do iraniano Mohsen Makhmalbaf. Rodado no Afeganistão, o longa conta a história de uma jornalista afegã que vive no Canadá e resolve voltar à sua terra natal para cuidar da irmã, disposta a se matar por não aguentar o regime de censura e repressão vigente no país dominado pelos talebans.

Vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes deste ano, "Terra de Ninguém", de Danis Tanovic, mostra o conflito entre um soldado sérvio e um bósnio ao se depararem em uma mesma trincheira.

Entre os documentários, "Promessas", projeto dirigido por B.Z. Goldberg, Carlos Bolado e Justine Shapiro, retrata o cotidiano de sete crianças em Jerusalém, cidade dividida entre as religiões e os ódios raciais, e "Crianças de Kosovo 2000", de Ferenc Moldoványi, trata da infância na região.

Além da ambientação em lugares em conflito, o discurso belicista também foi alvo das temáticas dos enredos. Estréia de Gian d'Ornellas na direção, "Echo" fala sobre a caçada a um mercenário responsável por um atentado terrorista no metrô de Paris.

"Chen Bao", de Shinichi Nakada, explora a relação de dominação de um pelotão do Exército japonês, em guerra contra a China, em 1945. "Herostratus", de Rouben Kochar, mostra a destruição do Templo de Diana, em Jônia, na noite de 21 de julho de 356 a.C., por um homem apenas para cravar seu nome na história mundial.

Ao todo, o festival, que começa para o público amanhã e vai até o dia 1º de novembro, reúne 269 filmes entre longas, curtas, retrospectivas e programas especiais.

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