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23/10/2001
-
12h37
CARLOS TORRES FREIRE
da Folha de S.Paulo
No próximo dia 7, completam-se cem anos do nascimento de Cecília Meireles (1901-1964). Para comemorar a data, a Universidade de São Paulo promove, de hoje a quinta-feira, um seminário que pretende abordar algumas das diversas facetas do trabalho da poeta brasileira.
A idéia do "Seminário Internacional Cecília Meireles: Cem Anos", realizado em conjunto pelo IEA (Instituto de Estudos Avançados), pela FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e pelo IEB (Instituto de Estudos Brasileiros), todos da USP, é discutir, além da obra de Meireles em poesia e em prosa, a sua participação como educadora, cronista, viajante e tradutora.
"Na realidade, Cecília, além de grande poeta, deixou legado vastíssimo em outras áreas, o que não é muito comum em outros poetas", diz Leila Gouvêa, coordenadora da comissão organizadora do evento.
"Ela foi, por exemplo, educadora e pensadora da educação. Tinha uma visão humanista e via a educação como instrumento para combater as injustiças sociais", completa Gouvêa, referindo-se à participação da poeta como professora e aos artigos publicados nos jornais fluminenses "Diário de Notícias", entre 1930 e 1933, e "A Manhã", de 1941 a 1943.
O seminário terá conferência de abertura proferida por Alfredo Bosi, professor da FFLCH, diretor do IEA e autor de, entre outros, "O Ser e o Tempo da Poesia" (77), além da participação de três representantes de universidades portuguesas, dois de americanas e 14 das públicas brasileiras.
Em uma das cinco mesas-redondas será debatida a poesia de Meireles a partir de obras como "Metal Rosicler" (60) e "Romanceiro da Inconfidência" (63).
Outro tema que merece destaque, principalmente pelas discussões na crítica literária, é a relação de Meireles com o movimento modernista de 1922. "Ela fez uma leitura muito própria do modernismo, muito particular, e aproveitou aquilo que lhe interessava", diz Gouvêa, que, neste ano, lançou o livro "Cecília em Portugal" e agora termina tese de doutorado sobre a obra poética da escritora.
Meireles contribuiu ainda para a literatura infantil, pois, além de sua obra para as crianças -que será tema da exposição de Norma Goldstein (USP)-, fundou, em 1934, no Rio de Janeiro, a primeira biblioteca infantil do Brasil.
Para completar o ano de comemorações cecilianas -que já teve as mostras "O Reino da Poesia" e "Cecília Meireles: Poeta Viajante", ambas no Rio, além do lançamento dos livros "Crônicas de Educação" (volumes 1 a 4) e "Antologia Poética", ambos pela Nova Fronteira- serão abertas duas exposições hoje, às 18h, no IEB (av. Prof. Mello Moraes, travessa 8, 140, Cidade Universitária, SP). "A Poeta e Duas Artistas" (com gravuras e desenhos de Renina Katz e Maria Bonomi sobre poemas cecilianos) e "Cecília Meireles, uma Trajetória - Fotobiobibliografia" ficam abertas ao público até o dia 23 de novembro.
Seminário debate legado de Cecília Meireles
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da Folha de S.Paulo
No próximo dia 7, completam-se cem anos do nascimento de Cecília Meireles (1901-1964). Para comemorar a data, a Universidade de São Paulo promove, de hoje a quinta-feira, um seminário que pretende abordar algumas das diversas facetas do trabalho da poeta brasileira.
A idéia do "Seminário Internacional Cecília Meireles: Cem Anos", realizado em conjunto pelo IEA (Instituto de Estudos Avançados), pela FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e pelo IEB (Instituto de Estudos Brasileiros), todos da USP, é discutir, além da obra de Meireles em poesia e em prosa, a sua participação como educadora, cronista, viajante e tradutora.
"Na realidade, Cecília, além de grande poeta, deixou legado vastíssimo em outras áreas, o que não é muito comum em outros poetas", diz Leila Gouvêa, coordenadora da comissão organizadora do evento.
"Ela foi, por exemplo, educadora e pensadora da educação. Tinha uma visão humanista e via a educação como instrumento para combater as injustiças sociais", completa Gouvêa, referindo-se à participação da poeta como professora e aos artigos publicados nos jornais fluminenses "Diário de Notícias", entre 1930 e 1933, e "A Manhã", de 1941 a 1943.
O seminário terá conferência de abertura proferida por Alfredo Bosi, professor da FFLCH, diretor do IEA e autor de, entre outros, "O Ser e o Tempo da Poesia" (77), além da participação de três representantes de universidades portuguesas, dois de americanas e 14 das públicas brasileiras.
Em uma das cinco mesas-redondas será debatida a poesia de Meireles a partir de obras como "Metal Rosicler" (60) e "Romanceiro da Inconfidência" (63).
Outro tema que merece destaque, principalmente pelas discussões na crítica literária, é a relação de Meireles com o movimento modernista de 1922. "Ela fez uma leitura muito própria do modernismo, muito particular, e aproveitou aquilo que lhe interessava", diz Gouvêa, que, neste ano, lançou o livro "Cecília em Portugal" e agora termina tese de doutorado sobre a obra poética da escritora.
Meireles contribuiu ainda para a literatura infantil, pois, além de sua obra para as crianças -que será tema da exposição de Norma Goldstein (USP)-, fundou, em 1934, no Rio de Janeiro, a primeira biblioteca infantil do Brasil.
Para completar o ano de comemorações cecilianas -que já teve as mostras "O Reino da Poesia" e "Cecília Meireles: Poeta Viajante", ambas no Rio, além do lançamento dos livros "Crônicas de Educação" (volumes 1 a 4) e "Antologia Poética", ambos pela Nova Fronteira- serão abertas duas exposições hoje, às 18h, no IEB (av. Prof. Mello Moraes, travessa 8, 140, Cidade Universitária, SP). "A Poeta e Duas Artistas" (com gravuras e desenhos de Renina Katz e Maria Bonomi sobre poemas cecilianos) e "Cecília Meireles, uma Trajetória - Fotobiobibliografia" ficam abertas ao público até o dia 23 de novembro.
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